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22/01/2001
-
18h22
em Paris
O geógrafo francês, Christophe Grenier, encarregado de uma missão para um instituto francês no arquipélago de Galápagos, criticou severamente hoje as autoridades equatorianas, as quais acusou de manter "uma dupla linguagem".
Catedrático da Universidade de Nantes (oeste da França), Grenier escreveu um livro intitulado: "Conservação contra a natureza: as Ilhas Galápagos". Ele concedeu uma entrevista à AFP sobre a mancha negra que ameaça as ilhas.
Pergunta: O público considera as Galápagos um dos últimos paraísos terrestres, um lugar mítico para a ciência, onde Charles Darwin entendeu os princípios da evolução. Como é possível que um petroleiro como o "Jessica" tenha podido encalhar num arquipélago que faz parte do patrimônio da humanidade?
Resposta: Este acidente revela uma tendência à degradação das Galápagos. Em 1959, foi criado um parque nacional, supostamente para proteger uma natureza cuja singularidade procedia de seu isolamento. Ocorreu exatamente o contrário: sua criação fortaleceu a conexão com o resto do mundo através do turismo e das migrações. De 2.000 habitantes em 1960, o arquipélago registrou 10.000 em 1990 e hoje em dia, 20.000. O número de visitantes foi multiplicado por 15 em 30 anos. Ano passado, o arquipélago recebeu mais de 70.000 turistas.
Pergunta: Por conseguinte, é preciso abastecer os turistas e os habitantes...
Resposta: Exatamente. A população tem carros que devem ser transportados até lá; precisa importar gasolina para que circulem, causando um aumento do tráfego marítimo, assim como para transportar os turistas cada vez mais numerosos. As autoridades de Quito seguem uma política dupla e mantêm uma dupla linguagem. Para elas, as Galápagos constituem simplesmente a vigésima província do Equador e convidam os compatriotas a se instalarem nas ilhas para favorecer seu desenvolvimento econômico. No exterior, o discurso sobre as ilhas, santuário da natureza, é comedido.
Pergunta: Existem soluções para interromper esta corrida frenética?
Resposta: O fracasso da conservação da natureza nas Galápagos nos leva a voltar a pensar nelas em termos de geodiversidade: o que é preciso preservar é o espaço. O acesso às ilhas terá que ser restringido para aliviar os frágeis ecossistemas e para que seus habitantes possam controlar seu território e suas reservas. Se forem tomadas medidas deste tipo, então se reduzirão os riscos de manchas negras, já que diminuirá o risco de chegarem aos portos das Galápagos embarcações apodrecidas como o "Jessica".
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da France Presseem Paris
O geógrafo francês, Christophe Grenier, encarregado de uma missão para um instituto francês no arquipélago de Galápagos, criticou severamente hoje as autoridades equatorianas, as quais acusou de manter "uma dupla linguagem".
Catedrático da Universidade de Nantes (oeste da França), Grenier escreveu um livro intitulado: "Conservação contra a natureza: as Ilhas Galápagos". Ele concedeu uma entrevista à AFP sobre a mancha negra que ameaça as ilhas.
Pergunta: O público considera as Galápagos um dos últimos paraísos terrestres, um lugar mítico para a ciência, onde Charles Darwin entendeu os princípios da evolução. Como é possível que um petroleiro como o "Jessica" tenha podido encalhar num arquipélago que faz parte do patrimônio da humanidade?
Resposta: Este acidente revela uma tendência à degradação das Galápagos. Em 1959, foi criado um parque nacional, supostamente para proteger uma natureza cuja singularidade procedia de seu isolamento. Ocorreu exatamente o contrário: sua criação fortaleceu a conexão com o resto do mundo através do turismo e das migrações. De 2.000 habitantes em 1960, o arquipélago registrou 10.000 em 1990 e hoje em dia, 20.000. O número de visitantes foi multiplicado por 15 em 30 anos. Ano passado, o arquipélago recebeu mais de 70.000 turistas.
Pergunta: Por conseguinte, é preciso abastecer os turistas e os habitantes...
Resposta: Exatamente. A população tem carros que devem ser transportados até lá; precisa importar gasolina para que circulem, causando um aumento do tráfego marítimo, assim como para transportar os turistas cada vez mais numerosos. As autoridades de Quito seguem uma política dupla e mantêm uma dupla linguagem. Para elas, as Galápagos constituem simplesmente a vigésima província do Equador e convidam os compatriotas a se instalarem nas ilhas para favorecer seu desenvolvimento econômico. No exterior, o discurso sobre as ilhas, santuário da natureza, é comedido.
Pergunta: Existem soluções para interromper esta corrida frenética?
Resposta: O fracasso da conservação da natureza nas Galápagos nos leva a voltar a pensar nelas em termos de geodiversidade: o que é preciso preservar é o espaço. O acesso às ilhas terá que ser restringido para aliviar os frágeis ecossistemas e para que seus habitantes possam controlar seu território e suas reservas. Se forem tomadas medidas deste tipo, então se reduzirão os riscos de manchas negras, já que diminuirá o risco de chegarem aos portos das Galápagos embarcações apodrecidas como o "Jessica".
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