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08/01/2002 - 14h45

Astrônomo do Vaticano crê na existência de vida extraterrestre

da Agência Lusa

O diretor do observatório astronômico do Vaticano, o jesuíta George Coyne, está convencido da existência de vida extraterrestre e diz que "é uma loucura" pensar que o homem possa estar sozinho no Universo.

O padre Coyne e a equipe de cientistas que dirige chegaram a esta conclusão após estudar durante anos as estrelas a partir do centro de investigação astrofísica situada em Castelgandolfo, nos arredores de Roma.

"O Universo é tão grande que seria uma loucura pensar que nós somos uma excepção", afirmou Coyne, em uma entrevista ao jornal milanês "Corriere della Sera", ao mesmo tempo que sublinha que cada dia há mais dados que fazem pensar na possibilidade de formas de vida diferentes das existentes na Terra.

"Quanto mais estudamos os astros, mais nos tornamos conscientes da nossa ignorância", acrescentou.

O padre jesuíta, responsável desde 1978 por um observatório com mais de um século de história e que depende diretamente da Santa Sé, afirma que "a ciência não destrói a fé, estimula-a".

Apesar de admitir que hoje não existem provas científicas que comprovem a existência de vida fora da Terra, Coyne está consciente de que esta possibilidade abre entre os fiéis uma série de interrogações mas sublinha que não deve ser considerada como um fato dramático.

Nesse sentido, o astrônomo assinalou que alguns setores da Igreja consideram negativo debater ou estudar questões que possam fazer "tremer um pouco" a doutrina católica.

No entanto, o padre insiste em que não há necessariamente uma incompatibilidade entre as versões sobre a origem do Cosmos que surgem na Bíblia e as mais atuais defendidas pela ciência, como a do "Big Bang".

Segundo Coyne, nem as Sagradas Escrituras nem a teologia aprofundam a forma como Deus criou o Universo e cabe aos cientistas e à sua "curiosidade insaciável" responder às muitas incógnitas que ainda não foram resolvidas, entre elas a possibilidade de formas de vida extraterrestre.

O padre revelou ainda que o papa João Paulo 2º tem um grande interesse pela astronomia e "não teme o confronto entre a fé e os conhecimentos científicos".

São muitos os pontífices que ao longo da história foram atraídos pelo estudo dos astros. Gregório 13, em 1582, fez construir no Vaticano a chamada Torre dos Ventos ou Torre Gregoriana, que ainda existe e que começou a ser utilizada como observatório meteorológico e astronômico nos finais do século 18.

Outro dos sucessores da cátedra de São Pedro, o papa Leão 13, adquiriu um telescópio que instalou na Torre San Giovanni, nos jardins da Cidade do Vaticano, em 1891.

Nesse mesmo ano, a Santa Sé juntou-se a um projeto francês para construir 18 observatórios em toda a Europa, cada um deles com uma zona do céu para explorar.

Quando as autoridades do Vaticano decidiram em 1935 construir um observatório mais moderno e mudar-se para Castelgandolfo, por este local reunir melhores condições para a observação noturna dos astros, o papa Pio 12 entregou a direção do centro à Companhia de Jesus.

Atualmente, os jesuítas continuam à frente desta missão, que realizam também a partir de um observatório dotado de equipamento sofisticado situado em Tucson, Arizona (Estados Unidos).

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