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06/07/2002
-
11h15
da Folha de S.Paulo
Usando como pista a presença de um gás numa estrela próxima, dois astrônomos nos Estados Unidos podem ter detectado o primeiro sinal de um "planeta-bebê" fora do Sistema Solar -um gigante gasoso em formação localizado a 320 anos-luz de distância.
Se confirmada, a descoberta, além de introduzir uma nova classe de objetos astronômicos ao rol dos cientistas, pode elucidar as grandes dúvidas que ainda pairam sobre o processo que leva à formação de planetas, especialmente os gigantes, como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Usando o Telescópio de Infravermelho da Nasa (que, embora pertença à agência espacial americana, está bem preso ao chão, no Havaí), Sean Brittain e Terrence Rettig detectaram em uma das estrelas da constelação de Libra (HD 141569) um traço que indica a presença de um tipo específico de molécula de hidrogênio, chamado H3+.
Essa é a fórmula que os químicos usam para representar uma molécula composta por três átomos de hidrogênio, com um elétron faltando (cada átomo de hidrogênio normalmente possui um próton e um elétron).
Essa forma instável de hidrogênio já foi detectada em várias fontes, como no meio interestelar e em nebulosas, mas sua mais interessante ocorrência é nos gigantes do Sistema Solar. O traço já foi visto em Júpiter, Saturno e Urano.
Autógrafo molecular
Os astrônomos conseguem descobrir do que os objetos distantes são compostos porque cada um deles tem uma "caligrafia" diferente na assinatura de luz que emite. Analisando a frequência exata da luz captada pelos telescópios, é possível dizer com exatidão que tipo de átomo ou molécula a emitiu. Essa análise de "autógrafos" -chamada pelos pesquisadores da área de espectrografia- foi o que permitiu a detecção do H3+.
A explicação mais interessante para essa presença de hidrogênio nas proximidades da estrela, junto ao disco de poeira que a circunda, seria um planeta gigante em formação. Mas ainda há a possibilidade de que o gás esteja espalhado. "Só com observações de longa duração da mudança de posição do H3+ ao redor da estrela poderíamos confirmar que é mesmo um protoplaneta", diz Rettig, que publicou seus resultados na última edição da revista "Nature" (www.nature.com).
Dupla descobre traço de possível planeta-bebê numa estrela jovem
SALVADOR NOGUEIRAda Folha de S.Paulo
Usando como pista a presença de um gás numa estrela próxima, dois astrônomos nos Estados Unidos podem ter detectado o primeiro sinal de um "planeta-bebê" fora do Sistema Solar -um gigante gasoso em formação localizado a 320 anos-luz de distância.
Se confirmada, a descoberta, além de introduzir uma nova classe de objetos astronômicos ao rol dos cientistas, pode elucidar as grandes dúvidas que ainda pairam sobre o processo que leva à formação de planetas, especialmente os gigantes, como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Usando o Telescópio de Infravermelho da Nasa (que, embora pertença à agência espacial americana, está bem preso ao chão, no Havaí), Sean Brittain e Terrence Rettig detectaram em uma das estrelas da constelação de Libra (HD 141569) um traço que indica a presença de um tipo específico de molécula de hidrogênio, chamado H3+.
Essa é a fórmula que os químicos usam para representar uma molécula composta por três átomos de hidrogênio, com um elétron faltando (cada átomo de hidrogênio normalmente possui um próton e um elétron).
Essa forma instável de hidrogênio já foi detectada em várias fontes, como no meio interestelar e em nebulosas, mas sua mais interessante ocorrência é nos gigantes do Sistema Solar. O traço já foi visto em Júpiter, Saturno e Urano.
Autógrafo molecular
Os astrônomos conseguem descobrir do que os objetos distantes são compostos porque cada um deles tem uma "caligrafia" diferente na assinatura de luz que emite. Analisando a frequência exata da luz captada pelos telescópios, é possível dizer com exatidão que tipo de átomo ou molécula a emitiu. Essa análise de "autógrafos" -chamada pelos pesquisadores da área de espectrografia- foi o que permitiu a detecção do H3+.
A explicação mais interessante para essa presença de hidrogênio nas proximidades da estrela, junto ao disco de poeira que a circunda, seria um planeta gigante em formação. Mas ainda há a possibilidade de que o gás esteja espalhado. "Só com observações de longa duração da mudança de posição do H3+ ao redor da estrela poderíamos confirmar que é mesmo um protoplaneta", diz Rettig, que publicou seus resultados na última edição da revista "Nature" (www.nature.com).
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