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16/07/2002
-
21h53
da Agência Folha, em Manaus
Um dos estudiosos de primatas mais renomado do mundo, o holandês naturalizada brasileiro Marc van Roosmalen, 55, foi multado hoje em R$ 5.000 por prática de crime ambiental pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) do Amazonas.
Roosmalen afirmou à Agência Folha que foi vítima de uma armação.
Segundo o Ibama, Roosmalen foi flagrado no domingo passado transportando quatro espécies de macacos sem autorização legal. Os animais haviam sido capturados na serra do Aracá, uma das áreas ricas em biodiversidade da Amazônia, situada no município de Barcellos, cerca de 450 km a oeste de Manaus.
Os macacos apreendidos com o estudiosos são um guariba (Alouatta senicola), um macaco-de-cheiro (Samiri sp), um uacari-preto (Cacajao melanocephalus) e outro não identificado.
O crime ambiental estipulado ao pesquisador está previsto no artigo 29 na lei 9.605 e no artigo 11 do decreto 3.179. Entre eventuais punições está o veto a suas atividades de pesquisas, que são feitas no Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), onde trabalha desde 1986.
De acordo com o gerente-executivo do Ibama, José Leland Barroso, Roosmalen deverá responder a processo penal movido por uma notícia crime, que será encaminha hoje ao Ministério Público Estadual.
Roosmalen afirmou que o flagrante foi armado pelos técnicos do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas). "Se trata de uma perseguição e armação por problemas pessoais", disse o primatólogo.
Ele confirmou que não havia autorização para o transporte dos macacos, mas negou que cometeu crime ambiental. "Há 16 anos trabalho da mesma forma na Amazônia, todos me conhecem e sabem o que eu faço. Eu salvei esses macacos da panela da morte. Ele seriam comidos por caboclos que encontrei durante a expedição", disse Roosmalen.
A Agência Folha não localizou os responsáveis pelo Ipaam. O gerente do Ibama, José Barroso, disse que o pesquisador está errado. "Foi um flagrante que ele [Roosmalen] provocou. O flagrante não é perseguição, ele estava errado", afirmou.
O pesquisador Roosmalen iniciou a expedição à serra do Aracá na primeira semana de julho. Em entrevista dias antes, ele disse que tentaria encontrar novas espécies durante o trabalho. Para chegar à serra, Roosmalen passou três dias percorrendo rios e mata fechada. Foi assim, segundo ele, que encontrou as cinco espécies de macacos que descreveu nos últimos dez anos.
No mês passado ele anunciou suas duas descobertas mais recentes. Um dos macacos recebeu o nome de Callicebus bernhardi em homenagem ao príncipe Bernhard, da Holanda.
Estudioso de primatas é multado pelo Ibama por tráfico de animais
KÁTIA BRASILda Agência Folha, em Manaus
Um dos estudiosos de primatas mais renomado do mundo, o holandês naturalizada brasileiro Marc van Roosmalen, 55, foi multado hoje em R$ 5.000 por prática de crime ambiental pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) do Amazonas.
Roosmalen afirmou à Agência Folha que foi vítima de uma armação.
Segundo o Ibama, Roosmalen foi flagrado no domingo passado transportando quatro espécies de macacos sem autorização legal. Os animais haviam sido capturados na serra do Aracá, uma das áreas ricas em biodiversidade da Amazônia, situada no município de Barcellos, cerca de 450 km a oeste de Manaus.
Os macacos apreendidos com o estudiosos são um guariba (Alouatta senicola), um macaco-de-cheiro (Samiri sp), um uacari-preto (Cacajao melanocephalus) e outro não identificado.
O crime ambiental estipulado ao pesquisador está previsto no artigo 29 na lei 9.605 e no artigo 11 do decreto 3.179. Entre eventuais punições está o veto a suas atividades de pesquisas, que são feitas no Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), onde trabalha desde 1986.
De acordo com o gerente-executivo do Ibama, José Leland Barroso, Roosmalen deverá responder a processo penal movido por uma notícia crime, que será encaminha hoje ao Ministério Público Estadual.
Roosmalen afirmou que o flagrante foi armado pelos técnicos do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas). "Se trata de uma perseguição e armação por problemas pessoais", disse o primatólogo.
Ele confirmou que não havia autorização para o transporte dos macacos, mas negou que cometeu crime ambiental. "Há 16 anos trabalho da mesma forma na Amazônia, todos me conhecem e sabem o que eu faço. Eu salvei esses macacos da panela da morte. Ele seriam comidos por caboclos que encontrei durante a expedição", disse Roosmalen.
A Agência Folha não localizou os responsáveis pelo Ipaam. O gerente do Ibama, José Barroso, disse que o pesquisador está errado. "Foi um flagrante que ele [Roosmalen] provocou. O flagrante não é perseguição, ele estava errado", afirmou.
O pesquisador Roosmalen iniciou a expedição à serra do Aracá na primeira semana de julho. Em entrevista dias antes, ele disse que tentaria encontrar novas espécies durante o trabalho. Para chegar à serra, Roosmalen passou três dias percorrendo rios e mata fechada. Foi assim, segundo ele, que encontrou as cinco espécies de macacos que descreveu nos últimos dez anos.
No mês passado ele anunciou suas duas descobertas mais recentes. Um dos macacos recebeu o nome de Callicebus bernhardi em homenagem ao príncipe Bernhard, da Holanda.
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