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06/03/2003
-
14h11
da Folha Online
O Brasil é o 23º país com mais água disponível por pessoa no mundo, de acordo com um ranking divulgado ontem no primeiro "Relatório sobre o Desenvolvimento da Água no Mundo", da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
Organizado pelo Programa de Avaliação da Água no Mundo, o ranking classifica 180 países e territórios de acordo com a quantidade de fontes renováveis disponíveis anualmente per capita, ou seja, a quantidade total de água que circula na superfície, no solo ou no subsolo.
Os dez países com mais oferta são a Guiana Francesa, a Islândia, a Guiana, o Suriname, o Congo, a Papua Nova Guiné, o Gabão, as Ilhas Salomão, o Canadá e a Nova Zelândia.
O Brasil está na 23ª posição, com 48.314 m3 por pessoa. Segundo o engenheiro florestal Celso Salatino Schenckel, coordenador da área de Meio Ambiente e Desenvolvimento do escritório da Unesco no Brasil, o cálculo levou em conta sazonalidade e regionalismos. "Não é uma média aritmética simples", explica Schenckel.
Fonte: WWAP/Unesco
A Bélgica ficou na pior posição, principalmente por causa da pouca quantidade e qualidade das águas subterrâneas em seu território, além das altas taxas de poluição e baixos índices e tratamento.
Apesar de um país desenvolvido constar no último lugar, os países pobres são os mais afetados. De acordo com o relatório, 50% da população nas nações em desenvolvimento está exposta a águas contaminadas.
Toneladas de lixo
Cerca de 2 milhões de toneladas de lixo são jogadas diariamente em rios e lagos da Terra. O programa estima que 12 mil km3 de água estejam poluídos em todo o mundo. Se as taxas de poluição mantiverem o atual ritmo de crescimento, cerca de 18 mil km3 serão perdidos até 2050.
Esse é o primeiro relatório produzido pelo programa, que conta com a colaboração de 23 agências das Nações Unidas. De acordo com Schenckel, a intenção é renová-lo a cada três anos. "Nesse processo, está prevista a construção de indicadores para os gestores de água", disse. "A crise é uma consequência da gestão."
Ontem, o diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura, durante a apresentação do material, afirmou que o problema é causado pela inércia política. "De todas as crises sociais e naturais que nós, humanos, encaramos, a crise da água é a que situa-se no coração de nossa sobrevivência e de nosso planeta", afirmou Matsuura.
A Unesco considera que 2003 é o Ano Internacional da Água Doce. Entre 16 e 23 de março, líderes de todo o mundo se reúnem em Kyoto, no Japão, para discutirem formas de gerenciamento da questão.
Leia mais
18% da humanidade não têm acesso a água
Saiba mais sobre a situação da água
Brasil está entre os 23 países com mais água per capita
CRISTINA AMORIMda Folha Online
O Brasil é o 23º país com mais água disponível por pessoa no mundo, de acordo com um ranking divulgado ontem no primeiro "Relatório sobre o Desenvolvimento da Água no Mundo", da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
Organizado pelo Programa de Avaliação da Água no Mundo, o ranking classifica 180 países e territórios de acordo com a quantidade de fontes renováveis disponíveis anualmente per capita, ou seja, a quantidade total de água que circula na superfície, no solo ou no subsolo.
Os dez países com mais oferta são a Guiana Francesa, a Islândia, a Guiana, o Suriname, o Congo, a Papua Nova Guiné, o Gabão, as Ilhas Salomão, o Canadá e a Nova Zelândia.
O Brasil está na 23ª posição, com 48.314 m3 por pessoa. Segundo o engenheiro florestal Celso Salatino Schenckel, coordenador da área de Meio Ambiente e Desenvolvimento do escritório da Unesco no Brasil, o cálculo levou em conta sazonalidade e regionalismos. "Não é uma média aritmética simples", explica Schenckel.
Países com mais água per capita | |
Guiana Francesa | 812.121 m3 |
Islândia | 609.319 m3 |
Guiana | 316.689 m3 |
Suriname | 292.566 m3 |
Congo | 275.679 m3 |
Papua Nova Guiné | 166.563 m3 |
Gabão | 133.333 m3 |
Ilhas Salomão | 100.000 m3 |
Canadá | 94.353 m3 |
Nova Zelândia | 86.554 m3 |
Territórios não considerados |
Países com menos água per capita | |
Kuait | 10 m3 |
Emirados Árabes Unidos | 58 m3 |
Bahamas | 66 m3 |
Qatar | 94 m3 |
Maldivas | 103 m3 |
Líbia | 113 m3 |
Arábia Saudita | 118 m3 |
Malta | 129 m3 |
Cingapura | 149 m3 |
Jordânia | 179 m3 | Territórios não considerados |
Países com mais qualidade de água | Países com menos qualidade de água |
Finlândia | Bélgica |
Canadá | Marrocos |
Nova Zelândia | Índia |
Reino Unido | Jordânia |
Japão | Sudão |
Noruega | Níger |
Rússia | Burkina Fasso |
Coréia do Sul | Burundi |
Suécia | República Centro-Africana |
França | Ruanda |
O ranking baseia-se em fatores como quantidade e qualidade da água, sistemas existentes de tratamento e questões legais. |
Fonte: WWAP/Unesco
A Bélgica ficou na pior posição, principalmente por causa da pouca quantidade e qualidade das águas subterrâneas em seu território, além das altas taxas de poluição e baixos índices e tratamento.
Apesar de um país desenvolvido constar no último lugar, os países pobres são os mais afetados. De acordo com o relatório, 50% da população nas nações em desenvolvimento está exposta a águas contaminadas.
Toneladas de lixo
Cerca de 2 milhões de toneladas de lixo são jogadas diariamente em rios e lagos da Terra. O programa estima que 12 mil km3 de água estejam poluídos em todo o mundo. Se as taxas de poluição mantiverem o atual ritmo de crescimento, cerca de 18 mil km3 serão perdidos até 2050.
Esse é o primeiro relatório produzido pelo programa, que conta com a colaboração de 23 agências das Nações Unidas. De acordo com Schenckel, a intenção é renová-lo a cada três anos. "Nesse processo, está prevista a construção de indicadores para os gestores de água", disse. "A crise é uma consequência da gestão."
Ontem, o diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura, durante a apresentação do material, afirmou que o problema é causado pela inércia política. "De todas as crises sociais e naturais que nós, humanos, encaramos, a crise da água é a que situa-se no coração de nossa sobrevivência e de nosso planeta", afirmou Matsuura.
A Unesco considera que 2003 é o Ano Internacional da Água Doce. Entre 16 e 23 de março, líderes de todo o mundo se reúnem em Kyoto, no Japão, para discutirem formas de gerenciamento da questão.
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