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01/11/2000
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10h42
A epidemia de Aids, na África, reduziu a expectativa de vida da população, aumentou a mortalidade, baixou a fertilidade, deixou mais homens do que mulheres vivos e produziu milhões de órfãos. Essas foram as conclusões da análise feita pelo Worldwatch Institute, um grupo de pesquisa ambiental.
Para o chefe da pesquisa, Lester Brown, a não ser que um milagre medicinal ocorra, quase todos os 24 milhões de africanos infectados com o vírus no início deste ano irão morrer.
Os números atuais dão conta de seis mil óbitos por dia, com 11 mil novos infectados a cada 24 horas. Brown alerta para o fato de que a epidemia não está recebendo a atenção necessária, seja dentro dos países mais afetados ou pelas nações ricas e outros países fora da África.
Alguma esperança apareceu em Uganda, um dos primeiros países a ser atingido, mas que conseguiu dar a prioridade necessária à doença. Na Zâmbia, as taxas de infecção estão finalmente declinando, segundo informações da Worldwatch.
Mas a expectativa de vida, um dos indicadores chave de crescimento econômico, está caindo rapidamente no continente como um todo.
No Zimbabwe, por exemplo, a expectativa, que seria de 70 anos em 2010, caiu para menos de 35 anos após a chegada da Aids. Na África do Sul, essa queda será de 68 para 48 anos e, na Zâmbia, de 60 para 30.
Um novo estudo, mais limitado, indica que a fertilidade feminina diminui em 70% quando os primeiros sintomas se manifestam. Como as africanas tendem a ter relações sexuais com homens mais velhos _que têm chances maiores de estarem com a doença_ , o vírus é transmitido mais cedo.
Consequentemente, elas morrem antes do final do seu ciclo reprodutivo, o que também contribui para reduzir o número de nascimentos. A Worldwatch alerta para a escassez de mulheres vivida pela África, sem precedentes na história mundial.
O número de órfãos também deve aumentar consideravelmente, podendo chegar a 40 milhões em 2010. "Ainda que a tradição africana de famílias extensas seja capaz de absorver essas crianças, é possível que milhões delas venham a se tornar meninos e meninas de rua", informa o estudo.
Leia mais notícias de ciência na Folha Online
Epidemia de Aids devasta o continente africano
das agências internacionaisA epidemia de Aids, na África, reduziu a expectativa de vida da população, aumentou a mortalidade, baixou a fertilidade, deixou mais homens do que mulheres vivos e produziu milhões de órfãos. Essas foram as conclusões da análise feita pelo Worldwatch Institute, um grupo de pesquisa ambiental.
Para o chefe da pesquisa, Lester Brown, a não ser que um milagre medicinal ocorra, quase todos os 24 milhões de africanos infectados com o vírus no início deste ano irão morrer.
Os números atuais dão conta de seis mil óbitos por dia, com 11 mil novos infectados a cada 24 horas. Brown alerta para o fato de que a epidemia não está recebendo a atenção necessária, seja dentro dos países mais afetados ou pelas nações ricas e outros países fora da África.
Alguma esperança apareceu em Uganda, um dos primeiros países a ser atingido, mas que conseguiu dar a prioridade necessária à doença. Na Zâmbia, as taxas de infecção estão finalmente declinando, segundo informações da Worldwatch.
Mas a expectativa de vida, um dos indicadores chave de crescimento econômico, está caindo rapidamente no continente como um todo.
No Zimbabwe, por exemplo, a expectativa, que seria de 70 anos em 2010, caiu para menos de 35 anos após a chegada da Aids. Na África do Sul, essa queda será de 68 para 48 anos e, na Zâmbia, de 60 para 30.
Um novo estudo, mais limitado, indica que a fertilidade feminina diminui em 70% quando os primeiros sintomas se manifestam. Como as africanas tendem a ter relações sexuais com homens mais velhos _que têm chances maiores de estarem com a doença_ , o vírus é transmitido mais cedo.
Consequentemente, elas morrem antes do final do seu ciclo reprodutivo, o que também contribui para reduzir o número de nascimentos. A Worldwatch alerta para a escassez de mulheres vivida pela África, sem precedentes na história mundial.
O número de órfãos também deve aumentar consideravelmente, podendo chegar a 40 milhões em 2010. "Ainda que a tradição africana de famílias extensas seja capaz de absorver essas crianças, é possível que milhões delas venham a se tornar meninos e meninas de rua", informa o estudo.
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