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18/04/2003 - 22h32

Índice de crianças e adolescentes obesos saltou 240% no Brasil

da Folha Online

O índice de crianças e adolescentes obesos aumentou 240% no Brasil nos últimos 20 anos. Segundo uma pesquisa realizada pela Força Tarefa Latino-Americana de Obesidade, entidade que reúne as principais sociedades de combate ao excesso de peso na região, são 70 milhões de pessoas acima do peso.

Isso significa, para os cofres públicos, despesas de aproximadamente R$ 1,5 bilhão anuais para tratar dos males decorrentes da gordura, segundo a Agência Brasil.

O estudo considerou o IMC (índice de massa corporal) e tomou como base uma comparação entre crianças de cinco a oito anos. Foram 2.191 crianças de oito escolas públicas e 1.623 de oito escolas particulares de Juiz de Fora (MG).

A endocrinologista Mônica Barros Costa, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora, revela que crianças gordas estão mais presentes nas escolas particulares (29%) do que nas escolas públicas (16,9%). De acordo com ela, não foi verificada diferença entre meninos e meninas.

Surpreendente

Os pais, além de preencher um questionário sócio-econômico --nível de instrução do chefe da família, renda mensal e outros dados--, responderam à questão sobre se reconheciam que o filho era obeso e se tomavam alguma medida para corrigir o problema.

Surpreendentemente, 36,6% dos pais de crianças obesas não foram capazes de identificar essa condição nos filhos. Esse número não se alterou entre as classes sociais. Os pais também não incentivam seus suas a praticar atividades físicas.

Vilões

O videogame, a televisão, o computador e o aumento do consumo de alimentos gordurosos e de baixo valor nutritivo, conhecidos como junk foods, são os grandes vilões, segundo os dicionários médicos, do "ambiente predisponente à obesidade".

Como conseqüência, as crianças correm o risco de desenvolver males como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças respiratórias, alterações ortopédicas e distúrbios psicológicos.

Subestimada

Mônica Costa afirma que a sociedade subestima a obesidade. Só considera os extremos.

Ela alerta para o fato de que a obesidade infantil pode crescer com o jovem. A hereditariedade não é fator preponderante.

A pesquisa conclui que o problema ainda não recebe a atenção devida.

"As cantinas escolares vendem junk foods, ninguém se preocupa em ter uma alimentação saudável. Mas o quadro pode ser revertido com o balanceamento das merendas nas escolas públicas e com mais fiscalização sobre o que é vendido nas cantinas", sugere a endocrinologista.
 

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