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29/04/2003
-
09h45
Depois da recusa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a próxima parada para o projeto do físico Cylon Gonçalves da Silva pode ser a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Segundo o diretor científico da fundação, José Fernando Perez, os dois devem ter uma reunião, na qual o tema será tratado, no próximo dia 6.
Ao ser questionado sobre investimento em nanotecnologia, Perez é enfático: "Não temos nenhum programa especial e não há nenhum programa sendo preparado". A Fapesp financia diversas pesquisas no setor, mas não há nenhum esforço coordenado, como o que ocorreu, por exemplo, nos seus projetos genômicos.
Por outro lado, a fundação se diz aberta a propostas, contanto que sua viabilidade seja demonstrada e a demanda se apresente. "Não é a Fapesp que cria os programas. Os programas são induzidos pela própria comunidade."
Ele diz sentir que, no caso da nanotecnologia, os cientistas já começam a se mobilizar. "Recebi até um convite para participar de uma reunião de trabalho em junho de 2003, na Unicamp", conta.
Ainda assim, é algo que precisa ser bem estudado. "Não é simples lançar um programa. Eu acho que a nanotecnologia é estratégica, é importante, mas é ampla demais. Se você vai lançar um programa, precisa tomar muito cuidado."
O projeto original de Silva para o Programa Nacional de Nanotecnologia tinha por premissa um trabalho de dez anos, cuja meta seria conquistar 1% do mercado mundial de materiais e processos baseados em nanotecnologia para o país, gerando exportações estimadas em US$ 10 bilhões anuais.
"Nós vamos conversar sobre isso", diz Perez. "Temos todo o interesse em nos associar a propostas que tenham viabilidade. Mas é preciso antes estudar a viabilidade que um programa assim teria."
O diretor científico não critica diretamente a política implementada pelo MCT, mas acha perigoso o argumento de cancelar um projeto sob o pretexto de democratizar o acesso aos recursos.
"Quando me vem à cabeça a idéia de democratizar recursos, penso sempre na necessidade de um novo pacto federativo", diz Perez. "Os Estados precisam assumir suas responsabilidades no fomento à pesquisa." Usando só os recursos limitados da União, a proposta da democratização pode ser perigosa, segundo ele. "Não pode ocorrer à custa dos centros de excelência."
Fapesp vai estudar viabilidade de programa de nanotecnologia
da Folha de S.PauloDepois da recusa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a próxima parada para o projeto do físico Cylon Gonçalves da Silva pode ser a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Segundo o diretor científico da fundação, José Fernando Perez, os dois devem ter uma reunião, na qual o tema será tratado, no próximo dia 6.
Ao ser questionado sobre investimento em nanotecnologia, Perez é enfático: "Não temos nenhum programa especial e não há nenhum programa sendo preparado". A Fapesp financia diversas pesquisas no setor, mas não há nenhum esforço coordenado, como o que ocorreu, por exemplo, nos seus projetos genômicos.
Por outro lado, a fundação se diz aberta a propostas, contanto que sua viabilidade seja demonstrada e a demanda se apresente. "Não é a Fapesp que cria os programas. Os programas são induzidos pela própria comunidade."
Ele diz sentir que, no caso da nanotecnologia, os cientistas já começam a se mobilizar. "Recebi até um convite para participar de uma reunião de trabalho em junho de 2003, na Unicamp", conta.
Ainda assim, é algo que precisa ser bem estudado. "Não é simples lançar um programa. Eu acho que a nanotecnologia é estratégica, é importante, mas é ampla demais. Se você vai lançar um programa, precisa tomar muito cuidado."
O projeto original de Silva para o Programa Nacional de Nanotecnologia tinha por premissa um trabalho de dez anos, cuja meta seria conquistar 1% do mercado mundial de materiais e processos baseados em nanotecnologia para o país, gerando exportações estimadas em US$ 10 bilhões anuais.
"Nós vamos conversar sobre isso", diz Perez. "Temos todo o interesse em nos associar a propostas que tenham viabilidade. Mas é preciso antes estudar a viabilidade que um programa assim teria."
O diretor científico não critica diretamente a política implementada pelo MCT, mas acha perigoso o argumento de cancelar um projeto sob o pretexto de democratizar o acesso aos recursos.
"Quando me vem à cabeça a idéia de democratizar recursos, penso sempre na necessidade de um novo pacto federativo", diz Perez. "Os Estados precisam assumir suas responsabilidades no fomento à pesquisa." Usando só os recursos limitados da União, a proposta da democratização pode ser perigosa, segundo ele. "Não pode ocorrer à custa dos centros de excelência."
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