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29/04/2003
-
10h05
Um episódio inesperado aumentou ainda mais a expectativa com relação à queda do satélite italiano Bepposax, que deve cair sobre a Terra hoje ou amanhã. Uma bola de fogo rasgou os céus às 2h42 do último sábado, visível na região Sudeste do Brasil.
Não era o Bepposax, que só ameaça Estados do norte do país (Pará, Amapá, Amazonas, Roraima, Ceará, Piauí e Maranhão), mas outro pedaço de lixo espacial, que voltou à Terra depois de lançado pelos russos em abril.
"Na realidade, tratava-se da reentrada na atmosfera do quarto estágio do foguete Próton K, que colocou em órbita o satélite militar Kosmos-2397", informa o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, do Museu de Astronomia e Ciências Afins do Rio de Janeiro.
O fragmento pesava mais de quatro toneladas -três vezes a massa do Bepposax, satélite construído pela ASI (agência espacial italiana) e lançado em 1996 para estudar os raios X emanados do espaço cósmico.
Os italianos publicaram ontem dois relatórios com predições sobre a queda de seu satélite. A "janela de reentrada" (período em que o objeto pode cair, levando em conta a incerteza envolvida nos cálculos) está cada vez mais estreita. Agora os cientistas já podem afirmar com 90% de certeza que o Bepposax vem ao chão entre hoje e amanhã -mais provavelmente amanhã.
O satélite italiano pode cair numa área que ocupa toda a faixa equatorial, 4,36 acima e abaixo da linha que divide os dois hemisférios do planeta. Pedaços de até 120 kg devem resistir ao atrito com a atmosfera. A exclusão de algumas das potenciais áreas de impacto só poderá ser feita quando o objeto estiver a menos de 24 horas de seu retorno ao chão.
Até pequenos objetos podem fazer estragos, segundo Mourão. "É fácil imaginar os prejuízos causados por uma pequena bola, lançada a velocidade de 7 a 8 km/s. Equivalem ao impacto de uma caixa de 200 quilos a 100 km/h", diz o astrônomo.
A reentrada do Bepposax foi bem divulgada pela ASI, mas episódios similares são bastante comuns. Estima-se que de 30 a 90 pedaços com mais de 100 kg reentrem na atmosfera a cada ano.
"Aliás, nos últimos três dias, três estágios superiores de dois foguetes russos e um norte-americano penetraram na atmosfera terrestre. E um europeu deverá reentrar nos próximos dois dias", diz Mourão. "Até hoje ninguém morreu atingido por lixo espacial, mas o perigo é preocupante."
Queda de lixo espacial russo é visível no sudeste do Brasil
da Folha de S.PauloUm episódio inesperado aumentou ainda mais a expectativa com relação à queda do satélite italiano Bepposax, que deve cair sobre a Terra hoje ou amanhã. Uma bola de fogo rasgou os céus às 2h42 do último sábado, visível na região Sudeste do Brasil.
Não era o Bepposax, que só ameaça Estados do norte do país (Pará, Amapá, Amazonas, Roraima, Ceará, Piauí e Maranhão), mas outro pedaço de lixo espacial, que voltou à Terra depois de lançado pelos russos em abril.
"Na realidade, tratava-se da reentrada na atmosfera do quarto estágio do foguete Próton K, que colocou em órbita o satélite militar Kosmos-2397", informa o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, do Museu de Astronomia e Ciências Afins do Rio de Janeiro.
O fragmento pesava mais de quatro toneladas -três vezes a massa do Bepposax, satélite construído pela ASI (agência espacial italiana) e lançado em 1996 para estudar os raios X emanados do espaço cósmico.
Os italianos publicaram ontem dois relatórios com predições sobre a queda de seu satélite. A "janela de reentrada" (período em que o objeto pode cair, levando em conta a incerteza envolvida nos cálculos) está cada vez mais estreita. Agora os cientistas já podem afirmar com 90% de certeza que o Bepposax vem ao chão entre hoje e amanhã -mais provavelmente amanhã.
O satélite italiano pode cair numa área que ocupa toda a faixa equatorial, 4,36 acima e abaixo da linha que divide os dois hemisférios do planeta. Pedaços de até 120 kg devem resistir ao atrito com a atmosfera. A exclusão de algumas das potenciais áreas de impacto só poderá ser feita quando o objeto estiver a menos de 24 horas de seu retorno ao chão.
Até pequenos objetos podem fazer estragos, segundo Mourão. "É fácil imaginar os prejuízos causados por uma pequena bola, lançada a velocidade de 7 a 8 km/s. Equivalem ao impacto de uma caixa de 200 quilos a 100 km/h", diz o astrônomo.
A reentrada do Bepposax foi bem divulgada pela ASI, mas episódios similares são bastante comuns. Estima-se que de 30 a 90 pedaços com mais de 100 kg reentrem na atmosfera a cada ano.
"Aliás, nos últimos três dias, três estágios superiores de dois foguetes russos e um norte-americano penetraram na atmosfera terrestre. E um europeu deverá reentrar nos próximos dois dias", diz Mourão. "Até hoje ninguém morreu atingido por lixo espacial, mas o perigo é preocupante."
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