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26/08/2003
-
11h36
da Folha Online
O acidente com o ônibus espacial Columbia, que causou a morte de sete astronautas, é consequência da política protecionista da Nasa (agência espacial norte-americana) e sua relutância em lidar com questões de segurança.
A crítica foi feita no relatório final da comissão independente que investigou o caso, entregue hoje ao Congresso dos Estados Unidos, após seis meses de trabalho. No dia 1º de fevereiro, o Columbia se desintegrou na atmosfera terrestre, enquanto retornava para a Terra após 16 dias de missão no espaço.
O relatório indica que o acidente foi resultado de um defeito na asa esquerda da nave. A falha teria sido provocada pela perda do isolamento de espuma do tanque externo do ônibus 81 segundos depois do lançamento. O problema permitiu que gás superaquecido atingisse a parte interna do revestimento de alumínio do ônibus enquanto reingressava na atmosfera terrestre.
Engenheiros da Nasa notaram o defeito e pediram investigações antes do retorno do Columbia, mas não obtiveram resposta da administração da agência.
"Desde o começo, a comissão testemunhou uma falta consistente de preocupação sobre o choque da espuma no Columbia", afirma o relatório. "Os gerentes da Nasa disseram que 'não havia questão sobre segurança no vôo' e que 'não poderíamos ter feito algo de qualquer forma'."
Segundo a comissão, a Nasa deve realizar mudanças mecânicas e políticas para que a segurança do programa seja aprimorada. "O comitê acredita com veemência que, se essas falhas persistentes e sistemáticas não forem resolvidas, a cena é favorável para outro acidente."
Repetição de erros
A comissão traçou um paralelo entre o acidente do Columbia e a explosão do Challenger, em 1986, que também provocou a morte de sete astronautas.
"Nas vésperas do acidente do Columbia, práticas institucionais que existiam na época do acidente do Columbia --como interesse inadequado em desvios da performance esperada, um programa de segurança mudo, e pressão por causa do planejamento-- havia retornado à Nasa", indica o documento.
O relatório, com 248 páginas, sugere mudanças na forma de administração vigente hoje na Nasa, entre elas a criação de uma agência ligada à segurança dos programas, mas independente do cronograma de lançamentos.
Sobre a frota de ônibus espaciais, a comissão pede que a agência reveja o sistema de isolamento das naves e acompanhe, com imagens de satélites, os lançamentos.
Os outros três ônibus tiveram suas missões canceladas depois do acidente e só devem voltar à ativa em março ou abril, disse o diretor da Nasa, Sean O'Keefe.
As naves são a principal ligação entre a Terra e a Estação Espacial Internacional (ISS), que teve sua tripulação reduzida de três pessoas para duas. Atualmente, cabe exclusivamente à Rússia realizar todo o serviço de transporte para a ISS.
Com agências internacionais
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O acidente com o ônibus espacial Columbia, que causou a morte de sete astronautas, é consequência da política protecionista da Nasa (agência espacial norte-americana) e sua relutância em lidar com questões de segurança.
A crítica foi feita no relatório final da comissão independente que investigou o caso, entregue hoje ao Congresso dos Estados Unidos, após seis meses de trabalho. No dia 1º de fevereiro, o Columbia se desintegrou na atmosfera terrestre, enquanto retornava para a Terra após 16 dias de missão no espaço.
O relatório indica que o acidente foi resultado de um defeito na asa esquerda da nave. A falha teria sido provocada pela perda do isolamento de espuma do tanque externo do ônibus 81 segundos depois do lançamento. O problema permitiu que gás superaquecido atingisse a parte interna do revestimento de alumínio do ônibus enquanto reingressava na atmosfera terrestre.
Engenheiros da Nasa notaram o defeito e pediram investigações antes do retorno do Columbia, mas não obtiveram resposta da administração da agência.
"Desde o começo, a comissão testemunhou uma falta consistente de preocupação sobre o choque da espuma no Columbia", afirma o relatório. "Os gerentes da Nasa disseram que 'não havia questão sobre segurança no vôo' e que 'não poderíamos ter feito algo de qualquer forma'."
Segundo a comissão, a Nasa deve realizar mudanças mecânicas e políticas para que a segurança do programa seja aprimorada. "O comitê acredita com veemência que, se essas falhas persistentes e sistemáticas não forem resolvidas, a cena é favorável para outro acidente."
Repetição de erros
A comissão traçou um paralelo entre o acidente do Columbia e a explosão do Challenger, em 1986, que também provocou a morte de sete astronautas.
"Nas vésperas do acidente do Columbia, práticas institucionais que existiam na época do acidente do Columbia --como interesse inadequado em desvios da performance esperada, um programa de segurança mudo, e pressão por causa do planejamento-- havia retornado à Nasa", indica o documento.
O relatório, com 248 páginas, sugere mudanças na forma de administração vigente hoje na Nasa, entre elas a criação de uma agência ligada à segurança dos programas, mas independente do cronograma de lançamentos.
Sobre a frota de ônibus espaciais, a comissão pede que a agência reveja o sistema de isolamento das naves e acompanhe, com imagens de satélites, os lançamentos.
Os outros três ônibus tiveram suas missões canceladas depois do acidente e só devem voltar à ativa em março ou abril, disse o diretor da Nasa, Sean O'Keefe.
As naves são a principal ligação entre a Terra e a Estação Espacial Internacional (ISS), que teve sua tripulação reduzida de três pessoas para duas. Atualmente, cabe exclusivamente à Rússia realizar todo o serviço de transporte para a ISS.
Com agências internacionais
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