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classificação
de fontes - Hierarquizar as fontes de informação
é fundamental na atividade jornalística. Cabe ao profissional,
apoiado em critérios de bom senso, determinar o grau de confiabilidade
de suas fontes e que uso fazer das informações que lhe
passam. A Folha distingue quatro tipos de fontes. As informações
obtidas de cada uma delas exigem procedimentos diferentes antes da
preparação do texto final. São elas:
a)
Fonte tipo zero - Escrita e com tradição de exatidão,
ou gravada sem deixar margem a dúvida: enciclopédias
renomadas, documentos emitidos por instituição com credibilidade,
videoteipes. Em geral, a fonte de tipo zero prescinde de cruzamento.
Para não repetir erros já publicados, evite ter um periódico
do tipo jornal ou revista como única fonte para uma informação.
b)
Fonte tipo um - É a mais confiável nos casos em
que a fonte é uma pessoa. A fonte de tipo um tem histórico
de confiabilidade -as informações que passa sempre se
mostram corretas. Fala com conhecimento de causa, está muito
próxima do fato que relata e não tem interesses imediatos
na sua divulgação. Embora o cruzamento de informação
seja sempre recomendável, a Folha admite que informações
vindas de uma fonte tipo um sejam publicadas sem checagem com outra
fonte.
c) Fonte
tipo dois - Tem todos os atributos da fonte tipo um, menos o histórico
de confiabilidade. Toda informação de fonte dois deve
ser cruzada com pelo menos mais uma fonte (do tipo um ou dois), antes
de publicada.
d)
Fonte tipo três - A de menor confiabilidade. É bem-informada,
mas tem interesses (políticos, econômicos etc.) que tornam
suas informações nitidamente menos confiáveis.
Na Folha, há dois caminhos para a informação
de fonte tipo três: funcionar como simples ponto de partida
para o trabalho jornalístico ou, na impossibilidade de cruzamento
com outras fontes, ser publicada em coluna de bastidores, com a indicação
explícita de que ainda se trata de rumor, informação
não-confirmada.
A
classificação de uma fonte varia com as circunstâncias
políticas, o relacionamento pessoal da fonte com o jornalista,
a atitude dela em relação ao veículo que o profissional
representa
. Tenha
em mente que a hierarquização de fontes não é
uma camisa-de-força. A fonte um não é um oráculo
indesmentível e a fonte três pode trazer informações
valiosas para o leitor. Mesmo uma boa fonte zero pode conter erro
de informação: a edição de 1989 da "Enciclopédia
Britânica" cita o escritor argentino Adolfo Bioy Casares
como brasileiro. Veja cruzar informação ; "off
the record" .
cobertura - Trabalho de coleta de informações
realizado no próprio local dos acontecimentos. Refere-se também
ao trabalho de acompanhamento de um fato ou assunto pelo jornal.
coletiva - É a entrevista na qual estão presentes
jornalistas de vários veículos de comunicação.
É jargão jornalístico. Em textos para publicação,
escreva entrevista coletiva ou apenas entrevista. Veja entrevista.
comício - Veja avaliação de multidões.
comitê de imprensa - Entidade formada por jornalistas
que cobrem determinado evento ou setor. Pode beneficiar o interesse
corporativo de jornalistas ou de empresas jornalísticas em
detrimento do interesse do leitor. A Folha não integra comitês
de imprensa e desconsidera medidas adotadas em seu nome, como embargos,
precedência em entrevistas ou cálculos de multidão.
Veja embargo (no cap. Edição); "pool".
contextualizar - Nenhum leitor tem obrigação
de saber todos os detalhes de uma história. Ele pode estar
chegando ao país depois de longa permanência no exterior,
por exemplo. Por isso, é importante sempre contextualizar e
rememorar os fatos, especialmente na reportagem que dá prosseguimento
a uma anterior.
Os
personagens precisam ser todos identificados e sua relação
com o assunto, esclarecida. Todas as informações relacionadas
com o assunto central precisam ser resumidas a cada vez, mesmo porque
o leitor as esquece. Essa contextualização pode ser
feita em arte ou box com título do tipo Para entender o caso.
O texto deve ser extremamente conciso.
Mesmo
em reportagens sem sequência, a contextualização
é de grande utilidade. Por exemplo, quando uma cidade aparece
no noticiário, convém esclarecer onde ela fica, quantos
habitantes tem, quais as suas principais atividades econômicas
e assim por diante.
Quando morre uma atriz conhecida, é importante lembrar filmes
em que ela trabalhou (em um quadro, por exemplo), resumir sua biografia,
analisar sua carreira etc. Muitas informações que podem
parecer óbvias para o jornalista não o são para
o leitor.
Não
se esqueça de que o universo de leitores do jornal é
vasto e heterogêneo. Se um leitor acha que não precisa
ler certas informações de contexto que o jornal publica,
ele simplesmente salta o texto. O leitor que não conhece ou
não se lembra dessas informações vai ficar agradecido.
cozinhar - Em jargão jornalístico, é reescrever
texto publicado em outro veículo. O jornalista da Folha não
deve cozinhar textos, mas apurar informações ele mesmo.
Quando é indispensável cozinhar -porque não foi
possível apurar as informações em tempo e o jornal
considera essencial que seu leitor tenha acesso a elas-, a Folha
cita o nome do autor do texto e do veículo que o publicou.
Veja plágio.
cruzar informação - Significa confrontar informação
originária de determinada fonte com uma fonte independente.
Assim, cruzar com uma fonte significa possuir duas origens para uma
informação. Cruzar com duas fontes, três. Qualquer
informação de cuja veracidade não se tenha certeza
deve ser cruzada, exceto em circunstâncias excepcionais, previstas
neste manual. Veja classificação de fontes; "off
the record".
custos - Informe sempre o custo de promoção,
projeto, evento ou realização que seja objeto de reportagem.
Quando se tratar de projetos ou obras públicas, os contribuintes,
que as financiam com o pagamento de impostos, têm o direito
de saber o seu custo. Informe também se há verba prevista
no orçamento.
Não
deixe de contextualizar os valores envolvidos através de comparações:
O custo da linha Campos do Jordão-Guarujá do metrô,
prometida pelo candidato Gastão Malaquias, equivale a três
vezes o orçamento do governo estadual. Daria para comprar 2
milhões de automóveis Chevette. Veja contextualizar.
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