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ianque - Não use, porque quase sempre tem conotação depreciativa, como gringo. Fora dos Estados Unidos, designa o cidadão norte-americano. Nos EUA, é como as pessoas do sul se referem às do norte.

idade - A Folha sempre informa a idade de personagens ativos ou preponderantes da notícia, por exemplo aqueles dos quais se reproduzem declarações textuais. Escreva sempre com algarismos: Maria Campos, 4.


Quando a pessoa não quiser informar a idade ou pedir que ela seja omitida, respeite. Não é necessário dizer no texto que ela se recusou a dizer a idade, embora em alguns casos isso possa se tornar relevante para a notícia. Os repórteres sempre devem perguntar a idade das pessoas entrevistadas, mesmo que, à primeira vista, trate-se de personagem secundário.

Se o personagem aparecer em mais de um texto na mesma página, a idade deve constar apenas em um deles, de preferência no primeiro. Também não é necessário que a idade e outras informações de referência (localização, hora) apareçam logo no lide, congestionando-o. A prioridade é a notícia, o fato.

idade/Idade - Comece sempre com maiúscula quando se tratar de período bem definido da história: Idade Moderna, Idade Média, Idade do Bronze, Alta Idade Média, mas idade das trevas, idade da razão. Também use maiúsculas no caso de outros períodos históricos bem definidos ou geológicos: Era Cristã, Antiguidade, Pré-História, Pleistoceno, Pré-Cambriano.
identificação de pessoa - Na Folha , todo personagem de notícia deve ser identificado pela profissão, cargo, função ou condição. Qualificações passadas (ex-presidente, ex-prefeito) só devem ser utilizadas quando relevantes no contexto.

A naturalidade ou nacionalidade deve constar no texto quando for relevante: o jogador sul-africano John Smith se recusou a jogar ao lado de Pelé. Atenção: não inclua na identificação do personagem da notícia sua cor, etnia, religião, partido político, preferência ideológica ou opção sexual, exceto quando for relevante no contexto. Veja idade; mulheres; preconceito; tratamento de pessoa.

identificação de texto - Todo texto produzido, revisado ou editado em terminal de computador da Folha deve conter a identificação da pessoa responsável pela tarefa. Ela é feita com a inclusão de um código-rubrica de quatro letras no campo apropriado da tela. Cada jornalista da Folha tem um código próprio, diferente de todos os outros. A atualização da lista oficial de códigos é feita pela Secretaria Administrativa. Veja Secretaria Administrativa (no cap. Projeto Folha).

idoso - Evite o eufemismo, mas não use velho (que designa o que foi deteriorado pela ação do tempo). Procure informar a idade exata do personagem da notícia. Não dispondo da idade e sendo importante caracterizá-la, use o termo idoso. Veja idade.

igreja/Igreja - Escreva com maiúscula apenas quando integrar nome completo de instituição: A Igreja Católica tem novo papa. Quando se tratar de segunda referência à instituição ou de uma edificação, use minúscula: A igreja condena o aborto; A igreja de Notre Dame é de pedra.

ilegal/ilegítimo - Veja legalidade/legitimidade (no cap. Projeto Folha).

imoralidade - Veja obscenidade (no cap. Edição).

império/Império - Comece com maiúscula quando se referir ao nome de um determinado império: Império Otomano. Na segunda referência, escreva império, começando com minúscula.

Jamais escreva Primeiro Império e Segundo Império referindo-se ao Brasil. Houve apenas um Império dividido em dois reinados (os de d. Pedro 1º e de d. Pedro 2º).

implicar - Verbo transitivo direto na maioria dos casos: A vitória da seleção brasileira implica sua classificação na Copa; O desenvolvimento da ciência implica benefícios para a humanidade; O discurso do candidato implica o recrudescimento da disputa. No sentido de comprometer ou envolver, o verbo é transitivo direto e indireto: João implicou Pedro no crime.

imprensa - Designação genérica para meios de comunicação escritos. Use o termo apenas para jornais, revistas e congêneres impressos. Quando a intenção for de abarcar rádio, cinema, televisão e outros meios, use meios de comunicação.

Nunca escreva imprensa escrita (pleonasmo) nem imprensa falada ou televisada (contradição nos termos). Veja mídia; órgãos de comunicação.
imprensa amarela - Do inglês yellow press. Define jornal que usa sensacionalismo para atrair leitores.

  A expressão surgiu nos Estados Unidos no fim do século 19, quando Joseph Pulitzer (1847-1911), do "The New York World", e William Hearst (1863-1951), do "The New York Morning Journal", disputaram os direitos de publicação do personagem de histórias em quadrinhos Yellow Kid (Garoto Amarelo). Os críticos desses dois jornais populares passaram a caracterizá-los como imprensa amarela.

imprensa marrom - No Brasil, designa os jornais sensacionalistas que não têm compromisso com a descrição fiel dos fatos. Em inglês, a expressão correspondente é imprensa amarela (yellow press).

O termo imprensa marrom foi criado por jornalistas do "Diário da Noite", do Rio de Janeiro, em 1959. Em campanha contra editores de revistas sensacionalistas que, segundo acusações, faziam chantagens em conluio com policiais contra cidadãos com problemas jurídicos, o "Diário da Noite" decidiu que amarelo era uma cor suave demais para designar esse tipo de imprensa.
"in" - Em inglês, dentro. Pode-se dizer de pessoa ou qualquer coisa que esteja na moda: Casaco de lã verde está "in" neste inverno. Evite em texto noticioso.

incidente - Veja acidente/incidente.

inclusive - Significa incluindo: Havia 35 pessoas na platéia, inclusive técnicos e o diretor. Não deve ser usado no lugar de até ou até mesmo: Ele chegou inclusive a prometer... O correto: Ele chegou até a prometer...

indígena/índio - Originalmente, indígena significa natural de um país ou localidade e se opõe a alienígena. Nesse sentido, pode-se dizer que um aborígene da África, da Austrália, ou da Europa é um indígena.

Evite porém esse uso, porque a palavra hoje é tomada como sinônimo de índio, natural das Américas ("Índias Ocidentais").

Na Folha , nomes de nações, povos e tribos indígenas do Brasil são flexionados como os de qualquer etnia, povo ou nação: os tupis, os ianomamis, os bantos, os apaches, os franceses, os mexicanos, os lapões.

infarto - Use esta grafia e não enfarte ou enfarto para designar necrose provocada por deficiência na irrigação sanguínea do músculo do coração.

infinitivo conjugado - Não há regras inequívocas. Pode-se escrever deixe as crianças sair ou deixe as crianças saírem. Confie no ouvido. O que importa são harmonia, clareza e eufonia. Na dúvida, não flexione o infinitivo.

A própria noção de infinitivo conjugado é contraditória. Infinitivo é o modo da ação verbal pura, indeterminada, sem idéias de tempo, número ou pessoa. Quando conjugado (flexionado), ganha as noções de número e pessoa. Surgiu em português provavelmente para que não se confundissem os diversos agentes da ação verbal.

Apesar de não haver regra, é possível indicar ocasiões em que o infinitivo é geralmente flexionado ou não deve absolutamente sê-lo.

Em primeiro lugar, é preciso não confundir as formas pessoais do infinitivo (para eu ir, para nós irmos) com o futuro do subjuntivo (quando eu for, quando nós formos). Nos verbos regulares, as duas formas são iguais: para eu amar, quando eu amar.

A seguir, uma série de critérios para o uso da forma flexionada, de acordo com a tendência mais moderna da língua:

a) Sujeito próprio - Pode-se usar a forma conjugada quando o infinitivo tiver sujeito próprio e diferente do da oração principal: O delegado deu ordem para os policiais prenderem todos os manifestantes; Abriu o portão para as ambulâncias entrarem; Não te perdôo teres feito o que fizeste. Não flexione se o sujeito do infinitivo for pronome oblíquo (se funcionar como objeto do verbo principal e sujeito da oração infinitiva ao mesmo tempo): Não nos deixeis cair em tentação; Mande-as esperar; Senti-os aproximar-se. No caso de um substantivo ou adjetivo funcionar como sujeito do infinitivo e objeto da oração principal, convém evitar a flexão: Ação do BC faz os preços cair é melhor do que Ação do BC faz os preços caírem;

b) Preposição - Pode-se usar a forma conjugada se o infinitivo vier regido por preposição, principalmente se esta preceder a oração principal: Ao descobrirem a fraude, vão ficar pasmos; Precisamos apenas pensar para acertarmos;

c) Verbo passivo, reflexivo ou pronominal - Se a oração infinitiva for passiva ou possuir verbo reflexivo ou pronominal, pode-se usar o infinitivo flexionado: Saiu sem o comparsa dizendo que não convinha serem vistos juntos; Viviam juntos sem se conhecerem; Estão dispostos a se reconciliarem.

Atenção: jamais flexione o infinito se ele fizer parte de locução verbal: Os soldados começaram a matar-se;

d) Uso literário - Em literatura encontra-se o infinitivo flexionado nas mais diversas situações. Algumas delas podem soar estranhas. Não imite: "É preciso aprendermos a nos esquecer de nós mesmos" (Ciro dos Anjos).
infra- - Com hífen antes de vogal, h, r, s: infra-estrutura, infra-hepático, infra-renal, infra-som, infravermelho.
iniciais - Evite seu uso para abreviar nomes próprios. Quando for inevitável, não coloque espaço entre as iniciais: B.J. Thomas, H.L. Mencken.

Crianças (menores de idade) infratoras devem ser identificadas apenas com as iniciais, separadas por pontos. Veja menor.

Textos jornalísticos podem ser assinados no final com as iniciais do autor. Neste caso, elas devem vir sem pontos: MSG. Veja assinatura de texto (no cap. Edição).

iniciar - Veja abrir.

injúria - Veja calúnia/difamação/injúria. Consulte também o anexo Jurídico.

inserido no contexto - Não use. Veja cacoete de linguagem.

ínterim - Evite. Se usar, observe que se trata de palavra proparoxítona e portanto leva acento. Veja acentuação.

interino - Especifique sempre quando uma pessoa exerce cargo interinamente: O presidente interino da República; editor interino de Esporte. Nessa acepção, evite na Folha a expressão em exercício.
interior - Escreva sempre com minúscula, a não ser que integre nome próprio: Ministério do Interior. Veja maiúsculas/minúsculas.
intervir - Conjuga-se como vir, verbo do qual deriva: A polícia interveio (e nunca interviu); se ela intervier (e nunca intervir).
intitular - Não existe entitular.
"ipsis litteris" - Em latim, significa com as mesmas letras. Há também a forma "ipsis literis". Evite em texto noticioso; é melhor usar literalmente para enfatizar a literalidade de uma citação: O professor disse, literalmente, que é contra a teoria evolucionista. Mas na maioria dos casos as aspas resolvem melhor o problema. Veja declaração textual; sic.
ironia - Em grego, eironeía. Significa pergunta de quem sabe a resposta. Em texto jornalístico, dizer algo diferente do que de fato se pensa pode provocar confusão. Não abuse, portanto.

< Admite-se o recurso, sem restrições, em textos assinados ou colunas de bastidores. Mesmo assim, requer cautela: nem sempre a ironia que parece óbvia ao autor é compreendida como tal pelo leitor e, em excesso, tende a irritá-lo.

A ironia deselegante, canhestra ou forçada ridiculariza o autor: O ministro está "vibrando" com a possibilidade de ser demitido. Nem mesmo o uso de aspas pode consertar o defeito de estilo.
isto/isso - Veja este/esse.

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Novo Manual da Redação - 1996

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