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30/04/2006 - 10h09

De cada 10 profissionais, 1 se diz deprimido

da Folha de S.Paulo

Os profissionais estão desanimados: quase metade deles diz se sentir deprimida eventualmente. Os que afirmam ter a doença somam 1 em cada 10 trabalhadores.

Essas são algumas das conclusões da pesquisa realizada pela Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil) durante todo o ano passado com mil trabalhadores das cidades de São Paulo e Porto Alegre.

O levantamento, que será divulgado em junho no congresso nacional da entidade, mapeia, pela primeira vez, o índice de pessoas que dizem ter depressão. Até o ano passado, os dados apontavam somente o número de pessoas que afirmavam se sentir estressadas. Na época, 66% assinalaram que o excesso de tensão afetava sua qualidade de vida.

Mas o que tem feito os trabalhadores se sentirem deprimidos? A pesquisa mostra que o trabalho está no topo da lista. Entre os fatores citados estão demissão --causada por fusões ou aquisições--, perda de cargo e falta de perspectiva profissional.

A sobrecarga de trabalho, a demanda para executar tarefas sem recursos financeiros ou sem equipe, as perdas salariais e os relacionamentos no trabalho também figuram na lista. Há ainda os que indicam a alta responsabilidade e a pouca autonomia para tomar decisões como um dos principais desencadeadores dos períodos de tristeza.

Os motivos, no entanto, não estão apenas no dia-a-dia na empresa. Estilo de vida, sedentarismo, alimentação desbalanceada e falta de técnicas para lidar com as pressões também fazem parte do rol de propulsores da depressão.

"Os índices de estresse e de depressão têm aumentado e não é pela falta de informação da população", analisa a presidente da associação, Ana Maria Rossi.

Segundo Rossi, que também é representante do Brasil na Seção de Saúde Ocupacional da Associação Mundial de Psiquiatria, parte da responsabilidade é da empresa, que sobrecarrega esses profissionais. "Mas eles têm sua parcela de culpa por não saber lidar com agentes estressores."

De mãos atadas

A auxiliar de faturamento Tatiana Ferreira, 24, não se isenta da "culpa" de ter tido depressão. Afirma, no entanto, que parte do mal foi gerado pelo excesso de trabalho. "Acumulei as funções dos departamentos financeiro e de logística. Também estive à frente na implantação do novo sistema de software na empresa."

As tentativas de Ferreira para que o chefe contratasse outro profissional para dividir o trabalho foram em vão. "Ele afirmava que não tinha recursos suficientes."

Resultado: em novembro de 2004, durante uma sessão de cinema com os amigos, ficou literalmente paralisada. Não conseguia mexer as pernas e os braços e teve de ser auxiliada por bombeiros. "O médico disse que aquele sintoma foi causado pela depressão."

Voltou para o trabalho, mas, 15 dias depois, teve outra reação como a anterior. Dessa vez, dentro da empresa. Teve de permanecer afastada por ordens médicas. "Nos primeiros quatro meses, tive crises de pânico e não conseguia sair de casa", recorda.

Voltou para o escritório em novembro do ano passado -mas, em fevereiro de 2006, resolveu pedir demissão. "Vi que a situação não melhoraria e decidi buscar algo que me desse mais prazer", diz Ferreira, que está em busca de trabalho na área de comunicação.


     

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