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17/08/2008 - 12h50

Qualificados, deficientes relatam dificuldades

ANDRÉ LOBATO
Colaboração para a Folha de S.Paulo

Escassez de oportunidades e preconceito são obstáculos relatados por pessoas com deficiência que buscam trabalho.

Mesmo no caso de profissionais qualificados, ter diploma universitário ou curso superior em andamento não reduz as dificuldades.

Falta de acessibilidade, atribuição de funções aquém das suas habilidades e desrespeito são alguns dos problemas encontrados por profissionais ouvidos pela Folha.

A biblioteconomista Helena Maranhão, 27, que teve paralisia cerebral e fala e se movimenta com dificuldade, diz ter sido isolada do público em seu último emprego, em uma biblioteca de São Paulo.

Lá, onde trabalhou por três meses, a carteira de trabalho registrava "auxiliar de serviços gerais". Mesmo desempenhando uma função mais qualificada --Maranhão fazia pesquisa para novas aquisições--, a profissional conta que teve de ficar em uma sala fechada.

"Se a empresa tivesse preparo, eu estaria no balcão, em contato com os usuários."

Moradora do Itaim Bibi (zona oeste), Maranhão tem acesso a tratamento médico e a um acompanhante para voltar para casa depois do serviço.

Mas, na empresa em que trabalhou e de que foi demitida por "não atender às expectativas", ela não tinha acesso a um teclado especial, o que agilizaria seu trabalho.

Apesar de concorrer a vagas reservadas a deficientes, a profissional recebe ligações que mostram o despreparo de recrutadores. "Perguntam se estou bêbada. Nunca pensam que é a minha voz normal", diz.

Acesso

Fernanda Bucci, 25, cursou psicologia até o segundo ano na Unip (Universidade Paulista). Moradora de Perdizes (zona oeste), fala e se locomove com dificuldade, devido à falta de oxigenação que sofreu no momento do parto.

A profissional ressalta que pode assumir muitas funções, mas, para isso, precisa de um mínimo de acessibilidade.

Ela conta já ter ido a mais de 20 entrevistas de emprego desde que saiu da empresa do pai, em 2007. Mesmo lá, sendo filha do dono, conta que o preconceito era grande. "Tinha dificuldade para que cumprissem as minhas ordens", afirma.

Outros profissionais relatam que, mesmo quando conseguem uma vaga, são alocados em funções que estão aquém da sua qualificação.

A jornalista Leandra Migotto, 31, cadeirante, diz que foi "subaproveitada" na emissora de TV em que trabalhou. "Colocaram-me no telemarketing, não me deram chance", relata.

Já o estudante maranhense Alex Pereira, 33, desistiu de procurar emprego na iniciativa privada, depois de ter sofrido gozações em um trabalho. Ele pretende terminar a faculdade de jornalismo e prestar um concurso público.


     

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