16/08/2009
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10h55
Afiar as habilidades leva trainee à contratação
JORDANA VIOTTO
colaboração para a Folha
Em um ano e meio, Priscilla Bentim, 28, passou por diversas unidades da Nestlé, viveu em três cidades e agora se prepara para embarcar para a Suíça, onde acaba o programa de trainee.
Tantas mudanças exigiram dela flexibilidade e iniciativa, duas das competências desejadas em jovens candidatos ao primeiro cargo de gerência.
"Os trainees devem se dispor a buscar informações sobre como realizar suas atividades", indica Caroline Cobiak, coordenadora de projetos e gestão de jovens profissionais da consultoria Across.
Também é indispensável saber trabalhar em equipe, comunicar-se bem e ter comprometimento e perfil de liderança.
A última característica é a que os jovens têm menos desenvolvida, até porque, em geral, não possuem muita experiência de trabalho. Mas saber se comunicar já é um bom passo nessa direção.
Foi assim que Victoria Bastian, 23, foi escolhida para uma das três vagas do trainee da Henkel, em 2007. "Durante a dinâmica, consegui discutir um projeto, ouvir as pessoas e chegar a um consenso", lembra ela, que foi contratada neste ano.
A ansiedade é o ponto negativo que mais se destaca durante o treinamento. É uma característica considerada natural da chamada geração Y, que cresceu na era da internet.
"É comum jovens falarem que não enxergam chances de crescimento após um mês de empresa", cita Renata Schmidt, gerente da divisão de estágios e trainees do Grupo Foco.
Perfil autêntico
Algumas dessas competências começam a ser observadas já no processo seletivo. Por isso é importante ser autêntico, e não tentar mostrar algo que não é. Até porque macetes de quem quer se enquadrar a qualquer custo estão manjados.
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"Dizer que o principal defeito é o perfeccionismo não cola mais", comenta Cobiak. Em vez disso, a dica é admitir algumas falhas e mostrar o que está fazendo para melhorar.
Isso sem tirar o foco dos pontos fortes. "Fraquezas todo mundo tem. O importante é que elas não ofusquem o que você tem de melhor", opina João Dornellas, diretor de recursos humanos da Nestlé.
Allyne Magnoli, 23, hoje gerente júnior na área de marketing da Danone, conta que se destacou na seleção devido a leituras que havia feito sobre saúde e nutrição, tema do caso estudado. "É importante buscar informações sobre a empresa para ver se você se encaixa."