Empresas investem em programas diferenciados de aprendizagem

O programa de aprendizagem prevê aulas de capacitação para o mercado de trabalho. Mas há empresas que vão além e instituem inovações para formar a turma de jovens.

Na RFS (fabricante de soluções para comunicação sem fio), os 20 jovens contam não apenas com o "feedback" do gestor direto. Também têm o auxílio de um executivo, que trata de temas como empregabilidade e cultura empresarial.

Para o aprendiz Guilherme Costa Barreto, 19, que atua na companhia, em pauta entravam também discussões sobre política, tarefas de escola e dúvidas de matemática.

"Minha "madrinha" é a gerente de controladoria da empresa. Conversava com ela uma vez por semana", orgulha-se.

"Há comunicação direta com o departamento de recursos humanos, o "padrinho" e o gestor direto", explica a gerente de recursos humanos da RFS, Sabrina Moreira.

Como saldo do programa, Barreto tem uma lista longa. Mas o mais importante, afirma, foi a melhora na comunicação. "Eu era muito tímido e não perguntava por vergonha", diz.

Rodízio

Outra estratégia que tem se tornado prática é o "job rotation" ou rodízio de cargo. Na Saint-Gobain Distribuição Brasil, rede que inclui Telhanorte, Pro Telhanorte e Center Líder, os jovens passam três meses em cada módulo, que vai de administração e RH a atendimento e SAC (sistema de atendimento ao cliente).

A ideia, conta o diretor de RH, Fernando Moreno, é treinar e selecionar jovens para postos fixos. "A rotatividade de pessoas no varejo é alta."

Foi assim que a ex-aprendiz Pamela dos Santos Rocha, 18, conseguiu sua vaga de assistente de atendimento ao cliente. "Eu me esforcei bastante e gosto de trabalhar com o público", conta, sobre os motivos que levaram à sua contratação.

A aprendiz Fernanda Freitas de Barros, 17, quer seguir pelo mesmo caminho da colega, mas na área de recursos humanos.

"A aprendizagem me deu mais certeza do que eu queria seguir profissionalmente. Quero ser efetivada quando o programa acabar", projeta.