04/10/2009
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09h22
Posto de campeã adensa ainda mais a Vila Mariana
EDUARDO CAMPOS LIMA
Colaboração para a Folha de S.Paulo
O status de campeão de lançamentos tende a povoar ainda mais o adensado distrito da Vila Mariana, que já tem 13.389 habitantes por km² --acima da média da cidade, de 7.201 habitantes por km², segundo a empresa de inteligência geomercadológica Cognatis.
Moradores mais antigos surpreendem-se com a expansão. "Houve crescimento desordenado, que se refletiu em perda da qualidade de vida", avalia Alexandre Ibrahim, 38, comerciante que mora e trabalha lá.
Novos prédios --a maioria com unidades de quatro dormitórios-- se concentram na Chácara Klabin e entre a rua Vergueiro e o parque Ibirapuera. "O fluxo de carros aumentou muito", queixa-se Oswaldo Baccan, 53, presidente da Associação de Moradores e Amigos de Vila Mariana.
O trânsito e a poluição sonora são as principais queixas dos moradores segundo a pesquisa DNA Paulistano, do Datafolha.
O desenvolvimento impulsionou estabelecimentos comerciais. "O distrito é certamente autossuficiente no que diz respeito ao comércio", define Pedro Rodrigues, 54, diretor-superintendente da distrital sudeste da Associação Comercial de São Paulo.
A região concentra 37 hospitais e clínicas --atrás apenas da Bela Vista-- e 58 escolas particulares -só perde para Santana-, segundo o Datafolha.
"Eu morava, trabalhava e fazia faculdade na mesma rua", diverte-se o artista plástico Wagner Caminha, 38, que elogia a grande quantidade de praças e áreas verdes e a proximidade dos parques Ibirapuera e da Aclimação.
Do outro lado do rio
A vice-campeã Vila Andrade tem a seu favor a boa oferta de terrenos para crescer mais rapidamente que a Vila Mariana.
Grandes áreas permitem fazer condomínios-clubes com amplas áreas de lazer, importantes em um bairro não muito acolhedor para pedestres.
"De cinco anos para cá têm surgido mais praças e locais de caminhada", comenta Rosa Richter, 40, presidente da Associação dos Moradores do Bairro Jardim Sul. O comércio local ainda não é muito abrangente.
"Não vemos aquelas lojinhas típicas de bairro, como quitandas", analisa a designer gráfica Aira Trevizan, 28.
A principal reclamação dos moradores é o trânsito, concentrado na avenida Giovanni Gronchi, única opção para transpor o rio Pinheiros.
Segundo o subprefeito do Campo Limpo, Luiz Ricardo Santoro, 47, uma via perimetral alternativa está sendo feita (a rua Itapaiuna será estendida).
"Por causa de decisões judiciais de desapropriações, não é possível ter certeza, mas há grandes chances de ficar pronta em 2010", diz.
Projetos, como outra ponte sobre o rio e a extensão da linha 5-lilás do metrô, devem desafogar o trânsito, segundo Santoro.
Assista vídeo sobre o perfil do distrito e veja a lista de documentos para comprar um imóvel.
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