Sem ousadia de Civic, Corolla fica mais caro

Uma sensação de déjà vu toma conta de quem vê o novo Corolla. É natural, pois o desenho do sedã é inspirado no do Camry. Até o presidente da Toyota, durante a apresentação à imprensa, não sabia dizer ao certo por que aqui passou da terceira para a quarta geração.
Mas Daniel Suzuki, gerente de engenharia de produto, frisa: 'Do Corolla anterior o novo só aproveita o nome e o motor'.

É notável que a montadora não inovou, como fez a Honda com o atual líder de vendas, o Civic. Mesmo assim, os planos são ousados. 'Vamos aumentar as vendas em 50% e retomar a liderança', promete o vice-presidente, Luiz Carlos Andrade.

É pouco, segundo os números. No primeiro bimestre deste ano, foram vendidos 9.453 Civic, mas 4.254 Corolla. Para ser a primeira, a Toyota precisa mais que duplicar suas vendas. E sem TVs de plasma, brinde que usou para queimar o estoque do Corolla anterior.

O preço vai de R$ 62 mil (XLi manual) até R$ 87,3 mil (SE-G automático, que agora tem faróis com lavadores e lâmpadas de xenônio, retrovisores rebatíveis e sensores de obstáculos).

Para a Toyota, a versão mais vendida continuará a ser a intermediária XEi automática e com bancos de couro, de R$ 74,5 mil. Todos os Corolla usam o motor 1.8 16V bicombustível. Gera até 136 cv.

Fielder e S

Não há previsão de que a perua Fielder mude. Andrade insiste em dizer que ela 'tem ciclo de vida diferente'. Em outras palavras, só chegaria em 2010. 'Nunca falamos que não teremos a perua', diz Suzuki.

Por outro lado, o Corolla S está no forno. E agora com um motor mais potente -um 2.4 16V de 160 cv está em testes.

Na abertura do site americano da Toyota, o Corolla XRS (o S daqui) exibe grade em forma de colméia, saias laterais e aerofólio. Há câmbio manual ou automático de cinco marchas.

Talvez assim o Corolla encha os olhos dos mais jovens. A propaganda de TV veiculada desde quinta-feira mostra um jovem que corre, corre e nunca alcança o Corolla.

O carro foi cedido para avaliação pela Toyota