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Blog do João

25/11/2003 - 09h56

Vale-tudo

É de dar medo. Na hora do "vamos ver", cada um usa sua melhor "arma", capaz de aterrorizar até o mais experiente lutador de jiu-jitsu. Qualquer coisa --digo, golpe-- pode acontecer na hora da disputa por um brinquedo, na entrada de um túnel, na briga pelo primeiro lugar na hora de descer pelo escorregador.

No caso do João, os resultados até agora foram pelo menos quatro mordidas: duas nos braços, uma nas costas e outra na bochecha --essa última ainda visível. Em três dessas situações, o agente mordedor foi o mesmo, o que desencadeou a fúria do pequeno João. Na terceira vez, cansado de ser mordido e não revidar, partiu para cima, tendo de ser seguro por uma das tias --conforme relato dela mesmo.

É claro que não aprovo qualquer atitude violenta por parte do menino, mas acho interessante acompanhar essas disputas. Sempre digo que ele não deve atacar ninguém, que isso não se faz, mas, às vezes, no "calor" da disputa, entendo que as coisas fujam ao controle.

Mordidas no geral são consideradas normais nessa fase. As tias mesmo dizem que a turma dele até que não é das mais "mordedoras", mas que quando acontecem incidentes, elas chamam os envolvidos para explicar que a agressão não é a melhor maneira de se obter alguma coisa e que é preciso ter calma e paciência com os coleguinhas. Aos poucos, eles se acertam, sei, mas que dá uma certa agonia na hora que o menino chega em casa com um mandíbula perfeitamente impressa em seu corpo, isso dá.
Luiz Rivoiro é jornalista, editor-chefe do Núcleo de Revistas da Folha. Começou a escrever quando descobriu que a Mãe estava grávida, em agosto de 2001.

E-mail: lrivoiro@uol.com.br

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