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Brasília Online

21/08/2006

Alckmin tão "light" na TV surpreende até PT

A falta de agressividade de Geraldo Alckmin (PSDB) na primeira semana do horário eleitoral gratuito surpreendeu até a cúpula da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a considerou benéfica ao petista.

A linha light da propaganda tucana teria permitido que o PT pudesse bater na tecla da ligação de Lula com o povo, a linha mestra de sua campanha, sem preocupação com sua principal vulnerabilidade: casos de corrupção no governo.

Para Lula e auxiliares, o tom da propaganda favoreceu o presidente. Manteve inalterados o favoritismo e a boa chance de vitória no primeiro turno.

Nesta semana, a campanha lulista se concentrará em vender "três atributos" do candidato: ligação com o povo, comando do governo e projeto para o país.

"Lula é a cara do povo, e o povo é a cara do Lula. Vamos mostrar isso o tempo todo", diz um auxiliar presidencial ao resumir a principal diretriz da propaganda eleitoral.

Programas com temas específicos, como educação, deverão ser apresentados nos próximos dias. E as mulheres continuarão a ser destaque nas entrevistas e peças sobre feitos da área social do governo. Lula tem menor intenção de voto no eleitorado feminino do que no masculino.

O comando petista considera que a cúpula da campanha de Alckmin está medindo os riscos de uma forte campanha negativa. E crê que os ataques duros virão. Interessa, porém, que tal bombardeio demore o máximo a acontecer.




Sondando o inimigo

A campanha petista mediu a taxa de conhecimento de Alckmin. Mais de 70% do eleitorado o conheceriam "bem" ou "um pouco". Menos de 30% não saberiam quem ele é. Com essa taxa de conhecimento, petistas imaginaram que o tucano poderia ter aumentado a intenção de voto em alguns pontos, mas ela estaria no mesmo patamar pré-horário eleitoral.

Pesquisas internas da campanha de Lula teriam mostrado que não houve alteração nas intenções de voto, a exemplo do levantamento Ibope divulgado na sexta. As sondagens petistas apontariam diferença de cerca de 20 pontos entre Lula e Alckmin. E vantagem de mais de 10 pontos do presidente em relação à soma dos adversários (vitória no primeiro turno).
Kennedy Alencar, 42, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite.

E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br

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