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Brasília Online

05/09/2006

E agora, Geraldo?

KENNEDY ALENCAR
Colunista da Folha Online

A mais recente pesquisa Datafolha revela que passa de provável a virtual a reeleição em primeiro turno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da safra de notícias negativas na economia e do bombardeio tucano-pefelista no horário eleitoral gratuito.

Divulgada nesta terça (5/9), a pesquisa é uma péssima notícia para o candidato da aliança PSDB-PFL, o tucano e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Lula variou positivamente de 50% para 51%. Alckmin ficou parado (27%). E Heloisa Helena oscilou negativamente de 10% para 9%. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, as intenções de voto parecem congeladas. E isso é ótima notícia para Lula.

Nas últimas duas semanas, o petista conviveu com um cenário adverso. Na TV, Alckmin passou a bater pesado, relembrando o escândalo do mensalão. Os outros candidatos também atiraram no presidente.

No front econômico, o noticiário mostrou aumento do desemprego, desaceleração do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre e ameaças de demissão da Volkswagen no ABC paulista, o berço do PT. Nada disso abalou o presidente, apesar da tempestade.

Se Lula não perdeu cacife numa conjuntura assim, o que poderia miná-lo? O presidente continua batendo recorde de intenção de voto no Nordeste, sua fortaleza em 2006. Os mais pobres continuam a votar maciçamente nele. E um dado da pesquisa ajuda a reforçar a hipótese de que a reeleição de Lula é quase certa.

O presidente atingiu 41% na intenção de voto espontâneo. Essa fatia do eleitorado disse que escolheria o petista antes de ver a lista com os nomes dos candidatos. É um recorde no Datafolha em eleições para o Palácio do Planalto desde 1989, quando o Brasil voltou a eleger um presidente pelo voto direto após 29 anos.

Artilharia tucana

No roteiro do jornalista Luiz González, marqueteiro da campanha de Alckmin, está prevista uma nova subida de tom na propaganda eleitoral ainda nesta semana.

Por ora, os ataques não enfraqueceram Lula. Será que terão efeito? Ainda há tempo? Parece que esse caminho não levará o tucano ao segundo turno, mas talvez não lhe reste outra opção nos próximos dias, nem que seja para dar uma satisfação aos que pedem sangue no horário eleitoral gratuito.
Kennedy Alencar, 42, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite.

E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br

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