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Brasília Online

21/09/2008

Pacote dos EUA ajuda plano de Lula para pré-sal

KENNEDY ALENCAR
colunista da Folha Online

Uma das maiores intervenções estatais da história do capitalismo é vista pelo governo Lula como uma boa notícia. Até aí uma obviedade. Claro que amenizar a crise econômica mundial é bom para o Brasil, um país que ainda depende muito das exportações, apesar do vigoroso crescimento do mercado interno desde o lançamento do Plano Real em 1994.

O governo Lula acha essa intervenção positiva porque acredita que ela reforçará seus argumentos para mudar a Lei do Petróleo no Brasil.

O argumento do Palácio do Planalto é o seguinte: se até no país mais capitalista do mundo é preciso que o Estado intervenha para salvar o mercado, faz sentido o Brasil mudar as regras para explorar a grande descoberta de petróleo na camada pré-sal.

Lula quer criar uma nova estatal para administrar as reservas do pré-sal que ainda não foram leiloadas. Tem simpatia pelo modelo de divisão de partilha de produção. E pretende abrir nova rodada de uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para capitalizar a Petrobras.

Com o novo modelo, Lula deseja aumentar a arrecadação do governo federal na indústria do petróleo para usar o grosso dos recursos em investimentos na área de educação e no combate à miséria.

A oposição acusa Lula de fazer uso político do petróleo do pré-sal, mas o presidente acha que vai ganhar essa batalha. Ele tem se movimentado de forma eficiente ao tentar impor sua agenda aos oposicionistas.

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Sonhando alto

Se der certo o projeto presidencial de Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, Lula pensa num a pessoa para ocupar o cargo que ela ocupa em sua administração: o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho.

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Pacificação

Como antecipou a coluna Painel, há interesse do Palácio do Planalto num acordo para pacificar a PF (Polícia Federal). A balcanização da PF seria prejudicial à própria PF, teriam entendido isso Paulo Lacerda e Luiz Fernando Corrêa _respectivamente, o ex e o atual diretor da corporação.

O discurso é o seguinte: a PF é uma só. Seria aquela que nos últimos anos desencadeou várias operações de combate à corrupção.

Kennedy Alencar, 42, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite.

E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br

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