Colunas

Brasília Online

16/11/2008

Desacreditada, reunião do G20 foi positiva

Ressalvas devem ser feitas. Foi uma primeira reunião organizada por um líder fraco que sairá de cena em breve, George W. Bush. Todo mundo estava cheio de boas intenções. E sabemos que a vida real é mais complicada --sobretudo o mercado financeiro mundial em tempos de globalização.

O objetivo de fiscalizar o mercado financeiro do planeta é muito ambicioso --e ninguém sabe direito ainda como fazer e se será melhor fazer a tal regulamentação.

Mas foi um gol essa rodada de Washington. Pela primeira vez, os chefes de Estado do G20 se reuniram. O grupo é formado pelas 20 maiores economias do planeta, que representam 85% da riqueza mundial. A Espanha e a Holanda deverão engrossar o próximo encontro, transformando a turma toda no G22.

A reunião enumerou seis prioridades até março do ano que vem, quando deverá haver um novo encontro --em Londres e com o homem mais poderoso do mundo, Barack Obama.

Eis os objetivos: reforma dos aspectos da regulação que colaboram para a crise, normas de contabilidade, transparência dos mercados derivados, práticas de remuneração e avaliação das necessidades de capital das instituições financeiras internacionais.

Claro que será difícil concretizar tais objetivos em tão pouco tempo. Repetindo: será que vale a pena? No entanto, há um mérito inegável.

A atual crise financeira parece ser o ponto de partida de um mundo mais multilateral, coisa que andava bem esquecida. Trocando em miúdos: o mundo rico deu sinais de que ganhará se começar a ouvir o mundo emergente.

E o Brasil tem, sim, um papel importante. O país deve usar as questões energéticas e ambientais para aumentar a sua voz nas decisões mundiais.

A primeira delas seria uma ação de arromba para congelar a Amazônia no tamanho atual. E o mundo todo deveria arcar com a conta da manutenção da maior reserva de floresta tropical do planeta.

No aspecto energético, o etanol e a reserva de petróleo do pré-sal são trunfos que, se bem usados, trarão maior desenvolvimento ao Brasil e maior respeito internacional. É hora de pensar grande.

Kennedy Alencar, 42, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite.

E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br

Leia as colunas anteriores

FolhaShop

Digite produto
ou marca