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Brasília Online

12/03/2006

Serra luta para ser candidato a presidente

KENNEDY ALENCAR
Colunista da Folha Online

Diante da resistência de Geraldo Alckmin, que não aceita desistir da candidatura presidencial por decisão do chamado triunvirato tucano, o prefeito de São Paulo, José Serra, montou uma estratégia para tentar derrotar o governador paulista até terça-feira.

O primeiro passo foi dizer ao triunvirato na sexta que deseja ser candidato a presidente e que, entre ficar na prefeitura e disputar o governo paulista, prefere continuar no seu posto atual.

No triunvirato, Serra conta com apoio total do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com a simpatia do governador de Minas, Aécio Neves. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, assumiu posição pró-Alckmin.

A divisão no triunvirato complicou o jogo tucano. No início, Tasso era a favor de Alckmin. Quando Lula se recuperou nas pesquisas, passou a atuar a favor de Serra. Diante da hesitação do prefeito, voltou a jogar suas fichas no governador paulista sem descartar de todo a saída Serra.

FHC disse ao prefeito que, se ele quisesse mesmo ser candidato ao Palácio do Planalto, deveria se lançar sem a garantia de apoio de Alckmin, uma de suas exigências até a sexta-feira. Diante de uma disposição clara de Serra, aconselhou o ex-presidente, os principais dirigentes tucanos e pefelistas tenderiam a apoiá-lo, porque ele se mostra mais competitivo nas pesquisas para tentar derrotar Lula.

Aécio está conversando com governadores para sondar preferências. Com a provável manutenção da verticalização, regra que restringe a liberdade de alianças, candidatos a governador e a senador tendem a desejar um presidenciável mais bem posicionado nas pesquisas. Ele funciona como puxador de votos, sendo um atrativo para formação de coligações.

Pelo roteiro traçado por Serra, Alckmin será informado amanhã (segunda-feira) de que a maioria do partido o prefere concorrendo à Presidência. Se o governador quiser pagar para ver, exigindo um fórum formal de tomada de decisão, o prefeito estaria disposto a enfrentar tal desafio. Esse fórum seria uma reunião ampliada da Executiva com governadores e prefeitos de capitais ou o Diretório Nacional do partido.




O jogo de Alckmin

O governador paulista acha que jogou certo ao esticar a corda. Avalia que Serra demorou demais e que, a essa altura do campeonato, a candidatura será sua por gravidade. Se o prefeito desistir amanhã, sim. Mas não é o que Serra dá a entender que fará.
Kennedy Alencar, 42, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite.

E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br

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