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Brasil lado B

08/01/2002

Famoso quem: Rui Grúdi cultiva caveiras

E amor ao rock°n°roll


Na terra de Lampião, Serra Talhada, no sertão pernambucano, o espírito do rock'n'roll está vivo graças a Rui Grúdi, 31, cantor e compositor conhecido na área mais pelo seu amor ao macabro do que propriamente pelos acordes à Lennon e Raul.

Há três anos, Grúdi, que tem esse nome pelo desapego ao banho durante a infância e adolescência, assustou ainda mais os sertões ao desenterrar os ossos dos pais, "seu" Pardal e dona "Patiló" e levá-los para casa, onde colocou as duas cabeças dos esqueletos em uma pequena vitrine. Antes, limpou e envernizou cuidadosamente os crânios.

Uma ação do Ministério Público de Pernambuco, que queria a devolução das cabeças às covas, provocou o maior sururu há três anos. Grúdi resistiu, por amor à esquisitice e zelo à memória dos "velhos".

Agora, quando acaba de gravar o disco "O Canibal", o nosso "famoso quem" já possui um museu de estranhezas em casa. Tem um fuzil usado na guerra de Canudos, uma cama de Zé Marcolino (um dos maiores parceiros de Luiz Gonzaga, o do baião), bicicletas velhas, assombrações de cemitério, paramentos de cangaceiros, cartazes e mais cartazes de John Lennon e Raul Seixas, seus ídolos, e outros balaios e caçuás de bugigangas.

Para esticar a fama além das veredas e sertões, Rui Grúdi ganhou de amigos uma página na rede. Vai lá: www.ruigrudi.hpg.com.br

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