Colunas

Brasil lado B

21/01/2002

Morte de prefeito custa R$ 30 mil

Veja tabela do novo cangaço no país que enterrou o mito do homem cordial

Aproveitamos a ocasião em que o governador tucano de São Paulo, o católico (linha Opus Dei), Geraldo Alckmin, anunciou a tabela de recompensa por criminosos em SP para mostrar o cardápio de bandidos e pistoleiros em geral, cangaceiros metropolitanos que trabalham por encomenda e com preço combinado. É o que vale a vida no país do homem cordial.

Preso em Alagoas, em 98, o PM José Carlos Pereira, integrante de um esquadrão da morte, revelou, em depoimento ao qual Brasil lado B teve acesso quanto custava a cabeça de um prefeito da região: cerca de R$ 30 mil, caso o candidato a vítima contasse com razoável prestígio.

Um vereador? Bem... R$ 15 mil, no máximo.

Um deputado ou líder político de muito prestígio: até R$ 50 mil.

Um trabalhador rural: R$ 500 a R$ 1.000.

Na área da Grande São Paulo, que faz Alagoas e o Nordeste até parecerem o paraíso, a pistolagem é mais cara, naturalmente. Pelo menos o dobro, segundo conclusão de delegados da Polícia Civil paulista ouvidos por este repórter. Paga-se para mandar matar, caso de comerciantes da periferia que financiam Lampiões de aluguel, e paga-se para ficar vivo, caso dos sequestros, principal negócio da colombização de SP, com todo o respeito pelos colombianos.

Na região Norte, calcula um delegado do Pará, fonte da coluna que pediu para que seu nome fosse preservado: a tabela da morte fica em 70% dos preços praticados segundo a tabela de Alagoas. Prefeito importante: média de R$ 21 mil. E por aí vai.

O mesmo vale, segundo o delegado, para o Centro-Oeste, onde, em 99, foi assassinada a prefeita Dorcelina de Oliveira, do mesmo PT de Toninho (Campinas) e Celso Daniel (Santo André). Ela administrava Novo Mundo, no Mato Grosso do Sul.

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