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Energia e Bons Fluidos

30/10/2003

A relação entre os que ficaram e os que partiram

FRANCO GUIZZETTI
colunista da Folha Online

Assimilar a morte de pessoas queridas não é tarefa fácil. Com a proximidade do Dia de Finados, uma "energia" de saudade paira no ar e talvez seja o momento ideal para falarmos nisso.

Os orientais têm como costume prestar reverências aos seus antepassados. Os japoneses, por exemplo, têm oratórios em casa para fazerem suas orações. Essa tradição é facilmente compreensível quando entendemos que "orar" pelas boas energias, lembranças, alegrias, ensinamentos, carinho e amor de nossos ancestrais transmite boas energias para nossos descendentes diretos e gerações futuras.

No Brasil, em razão do sincretismo religioso, o modo como cada um encara a morte e o Dia de Finados é diferente.

Como consultor de Feng Shui, sempre sou questionado sobre o tema "morte". Selecionei as dúvidas mais frequentes e suas respectivas respostas. Espero que elas possam ajudá-lo a enfrentar melhor o assunto!

- É verdade que não podemos lembrar ou pensar nas pessoas que morreram dentro de casa porque isto traz más energias?

Não é verdade! Devemos sim, sempre que possível, cultuar e resgatar as boas lembranças que temos de nossos entes queridos. O que não podemos é ficar a vida toda lamentando o fato dessa pessoa não estar mais entre nós nem parar de viver por isso. É evidente que quando a morte é recente, é normal sentirmos a dor da ausência, mas depois a vida continua. Temos de continuar a vida e buscar na mente as boas lembranças.

- Podemos ter fotos de pessoas que morreram em casa? Há quem diga que não é bom...

Sim, essas fotos podem ficar guardadas em álbuns ou expostas em porta-retratos. Recomendo apenas que elas fiquem na sala ou no corredor. Evite colocá-las nos quartos.

- Podemos guardar objetos pessoais de pessoas que morreram?

Claro! Eles devem ser guardados e, se possível, usados.

E quanto às roupas, sapatos e utensílios?

Não há problemas em guardá-los, mas nesse caso podemos causar um grave problema, de acordo com o Feng Shui: a energia estagnada ou parada. Se essa roupa guardada for usada pelos membros da família, não há problema. Em geral, costuma-se doar a maioria das roupas e só guardar aquilo que será usado.

- Depois de quanto tempo podemos mexer nas coisas, roupas e objetos da pessoa que morreu?

Não há regra, mas tenho visto muitas pessoas esperarem de sete a trinta dias depois da morte para começar a mexer nos pertences.

- Posso manter um cômodo fechado com todos os objetos, móveis e roupas da pessoa que morreu? Assim, sinto que estarei mais próximo dele (a)?

Com sinceridade, não recomendo. O Feng Shui fala em energia e o melhor é a energia em movimento, de vida. Aconselho dar vida ao cômodo. O mais correto é doar os móveis e roupas. Guarde apenas alguns objetos, lembranças e fotos mais pessoais.

- Podemos mexer na casa toda depois que uma pessoa morreu?

Sim. Caso deseje, pinte os ambientes, mexa ou troque os móveis de lugar ou compre novos. No entanto, procure esperar de 30 a 90 dias para fazê-lo.

- Posso acender dentro de casa vela para quem morreu?

Se sua religião ou crença "pedir" esse tipo de ritual, não há problema. Caso não seja de sua crença, não acenda. Algumas religiões não têm o costume de acender vela para os mortos dentro de casa pois não acham essa prática apropriada.

- Devemos rezar missas ou fazer orações para quem morreu?

Meu conselho é seguir suas crenças e rituais de passagem, conforme sua religião ou filosofia.

- Pelo Feng Shui, quais são as atitudes após a morte de alguém querido?

Além de guardar as boas lembranças de quem partiu, aconselho aos que ficaram viver a vida da melhor forma, pois o que nos separa de quem foi é só uma vibração energética. Viva bem a vida, com suas alegrias, tristezas, vitórias, derrotas, amores e lamentos. Dessa forma, quem partiu poderá vivenciar tudo isso também!

Qualquer dúvida sobre Feng Shui pode ser enviada para o e-mail: fvct@uol.com.br.
Franco Guizzetti é consultor, especialista, professor de Feng Shui e Harmonização de Residências e Empresas. Escreve quinzenalmente na Folha Online.

E-mail: fvct@uol.com.br

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