Futebol & Cia.
10/10/2002
Colunista da Folha Online
O excepcional ex-meia do Corinthians ainda não conseguiu encontrar-se no São Paulo. Isso é irrefutável. A torcida começa a impacientar-se; o técnico Oswaldo de Oliveira, também. "O tempo urge", disse o treinador nesta semana.
Ricardinho tem crédito, já que só se integrou ao elenco são-paulino após o início do Brasileirão, ficando, depois da Copa, muito tempo inativo. Além disso, contundiu-se em sua segunda partida pelo Tricolor.
Oswaldo tem razão ao afirmar que o tempo urge para o São Paulo. Afinal, a equipe já fez 17 jogos no torneio e está longe de ter garantido o que quer que seja. É verdade que as duas últimas vitórias, contra o combalido Flamengo, no Maracanã, e contra o combativo Coritiba, no Morumbi, deram novo alento ao time.
Todavia quem assistiu a essas partidas pôde comprovar que o São Paulo ainda não atingiu o nível esperado por sua torcida. No Maracanã, poderia ter aplicado uma goleada histórica no Mengão, mas pecou muito nas finalizações. No Morumbi, sentiu a falta de Kaká e ficou sem saída de bola.
Aliás, para melhorar nesse quesito, o Tricolor terá de encontrar (talvez não mais nesse torneio) um bom zagueiro. Ameli é limitado demais, parece uma barata tonta (bem) acima do peso, que não consegue achar seu lugar no campo. Quando tenta sair jogando, só dá chutões, geralmente em direção à defesa adversária.
Ricardinho, por sua vez, teve lampejos do craque que era há seis meses, porém também deixou a desejar. Porém cabe a crucial ressalva de que seus companheiros também não têm ajudado muito.
Quando jogava no Timão, o meia tinha a seu lado, no setor esquerdo do campo, o lépido Gil e o preciso Kléber. No Tricolor, quando procura a ala esquerda, encontra apenas o irregular (para não dizer limitado) Jorginho Paulista, pois Luís Fabiano e Reinaldo não têm o hábito de cair pela ponta esquerda.
Além disso, Ricardinho também não acha solução pela direita, visto que Gabriel não consegue repetir neste semestre as boas atuações que o levaram a colocar Belletti no banco antes da Copa.
Finalmente, também deve-se ressaltar que o meia, quando chegou do Coritiba ao Corinthians, demorou alguns meses para engrenar. Os são-paulinos, que têm em Raí um de seus maiores ídolos da história recente do clube, precisam ter paciência.
Afinal, o cerebral ex-meia do São Paulo e do Paris Saint-Germain também demorou um bom tempo para chegar ao ponto ideal no meio-campo tricolor. E não é necessário nem lembrar tudo o que ele fez pela equipe depois disso: só como exemplos, conquistou duas Libertadores e um Mundial interclubes.
Clique aqui para ir ao site de Esporte.
O caso Ricardinho
MÁRCIO SENNE DE MORAESColunista da Folha Online
O excepcional ex-meia do Corinthians ainda não conseguiu encontrar-se no São Paulo. Isso é irrefutável. A torcida começa a impacientar-se; o técnico Oswaldo de Oliveira, também. "O tempo urge", disse o treinador nesta semana.
Ricardinho tem crédito, já que só se integrou ao elenco são-paulino após o início do Brasileirão, ficando, depois da Copa, muito tempo inativo. Além disso, contundiu-se em sua segunda partida pelo Tricolor.
Oswaldo tem razão ao afirmar que o tempo urge para o São Paulo. Afinal, a equipe já fez 17 jogos no torneio e está longe de ter garantido o que quer que seja. É verdade que as duas últimas vitórias, contra o combalido Flamengo, no Maracanã, e contra o combativo Coritiba, no Morumbi, deram novo alento ao time.
Todavia quem assistiu a essas partidas pôde comprovar que o São Paulo ainda não atingiu o nível esperado por sua torcida. No Maracanã, poderia ter aplicado uma goleada histórica no Mengão, mas pecou muito nas finalizações. No Morumbi, sentiu a falta de Kaká e ficou sem saída de bola.
Aliás, para melhorar nesse quesito, o Tricolor terá de encontrar (talvez não mais nesse torneio) um bom zagueiro. Ameli é limitado demais, parece uma barata tonta (bem) acima do peso, que não consegue achar seu lugar no campo. Quando tenta sair jogando, só dá chutões, geralmente em direção à defesa adversária.
Ricardinho, por sua vez, teve lampejos do craque que era há seis meses, porém também deixou a desejar. Porém cabe a crucial ressalva de que seus companheiros também não têm ajudado muito.
Quando jogava no Timão, o meia tinha a seu lado, no setor esquerdo do campo, o lépido Gil e o preciso Kléber. No Tricolor, quando procura a ala esquerda, encontra apenas o irregular (para não dizer limitado) Jorginho Paulista, pois Luís Fabiano e Reinaldo não têm o hábito de cair pela ponta esquerda.
Além disso, Ricardinho também não acha solução pela direita, visto que Gabriel não consegue repetir neste semestre as boas atuações que o levaram a colocar Belletti no banco antes da Copa.
Finalmente, também deve-se ressaltar que o meia, quando chegou do Coritiba ao Corinthians, demorou alguns meses para engrenar. Os são-paulinos, que têm em Raí um de seus maiores ídolos da história recente do clube, precisam ter paciência.
Afinal, o cerebral ex-meia do São Paulo e do Paris Saint-Germain também demorou um bom tempo para chegar ao ponto ideal no meio-campo tricolor. E não é necessário nem lembrar tudo o que ele fez pela equipe depois disso: só como exemplos, conquistou duas Libertadores e um Mundial interclubes.
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O meia Rodrigo Fabri, que, após amargar o ostracismo no Real Madrid, voltou a brilhar, agora pelo Grêmio. O ex-atleta da Lusa tem tudo para continuar no topo: dribles extraordinários, visão de jogo e chute forte e bem colocado. Os gaúchos só têm a ganhar com sua presença no Grêmio. |
O Palmeiras, que, com a derrota por 4 a 2 para o Goiás, mais uma vez, se vê na zona do rebaixamento. Como diz um amigo palmeirense, a coisa não vai melhorar enquanto os (poucos) craques da equipe não ganharem ritmo. Mas, sem jogar, como Pedrinho, por exemplo, poderá ganhar ritmo? |
Destaque para a seleção brasileira de vôlei, do técnico Bernardinho. Posso até queimar a língua se a equipe perder hoje à noite para a Iugoslávia, na disputa da semifinal, mas cabe salientar que o Brasil voltou a jogar aquele vôlei que encanta os torcedores. Se der um pouco de sorte, o Brasil volta da Argentina com o título inédito de campeão do mundo. |
Destaque para o piloto brasileiro Cristiano da Matta, que conquistou, três corridas antes do final da temporada, o título da Fórmula Indy. No próximo ano, ele deverá ser piloto da Toyota na Fórmula 1, repetindo a façanha de, entre outros, Juan Pablo Montoya e Jacques Villeneuve, que partiram para a F1 após conquistarem o título nos EUA. |
Márcio Senne de Moraes é formado em administração de empresas, pós-graduado em ciência política pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, redator e analista do caderno Mundo da Folha de São Paulo e escreve para a Folha Online às quintas-feiras E-mail: futebolecia@folha.com.br |