Futebol & Cia.
28/02/2002
colunista da Folha Online
O Reizinho foi até almoçar com o príncipe-regente, mas não adiantou. O teimoso treinador da equipe nacional de zandor (o tataraneto do futebol que é praticado no planeta Zobor, em 3030) não quis convocá-lo para o amistoso contra a "perigosíssima" equipe do Império do Gelo. Esta, aliás, só contará com atletas amadores (amor ao esporte?).
O próprio Rei Em Fim de Mandato, em sua enésima viagem ao exterior, defendera a convocação do Reizinho duas vezes. Enquanto isso, na capital, o circo pega fogo ante a aproximação de eleições legislativas. Sim, o Reino da Zanana é uma monarquia constitucional. Todavia nem o pedido do soberano foi atendido.
O treinador, oriundo da terra dos pampas, mantém-se fiel a seu estilo e barra o Reizinho. Ele cede, porém, e seleciona o artilheiro de nome gálico, mas que, em breve, partirá atuar em território germânico. O jovem goleador, feliz com a convocação, aproveita uma partida fácil de um campeonato qualquer e anota três tentos decisivos.
É, o treinador está procurando problemas. Contra os esquimós, o artilheiro de nome gálico pode repetir a dose com uma atuação impecável, e, então, será difícil desfazer-se dele antes do campeonato planetário, que começa em três meses!
Outro que pode carimbar o passaporte é a jovem promessa que atua na mesma equipe do artilheiro de nome gálico. Se mostrar personalidade, ficará no grupo. A questão é: será que vale a pena levá-lo? Afinal, ele corre o risco de não ser nem considerado uma opção durante o torneio, como o Fenômeno (dois campeonatos planetários antes).
O Reizinho será, decerto, testado, contudo contra uma equipe mais forte. O treinador não quer correr o risco de ter de "engoli-lo" se ele marcar quatro ou cinco tentos contra os esquimós. Quatro anos antes, o treinador da época já se utilizou desse expediente para "livrar-se" de um atleta que muitos queriam, mas não ele.
De qualquer modo, o próximo amistoso da equipe zananiana é uma piada. Não serve nem para treinar a equipe que jogará o campeonato, pois muitos atletas atuam em outras terras. E, ainda menos, para realmente testar jovens valores por causa da fragilidade do adversário. O risco é o de os zananianos ficarem iludidos com uma ótima atuação e esquecerem que os verdadeiros adversários não serão irrisórios.
Enquanto isso, no Reino da Zanana...
MÁRCIO SENNE DE MORAEScolunista da Folha Online
O Reizinho foi até almoçar com o príncipe-regente, mas não adiantou. O teimoso treinador da equipe nacional de zandor (o tataraneto do futebol que é praticado no planeta Zobor, em 3030) não quis convocá-lo para o amistoso contra a "perigosíssima" equipe do Império do Gelo. Esta, aliás, só contará com atletas amadores (amor ao esporte?).
O próprio Rei Em Fim de Mandato, em sua enésima viagem ao exterior, defendera a convocação do Reizinho duas vezes. Enquanto isso, na capital, o circo pega fogo ante a aproximação de eleições legislativas. Sim, o Reino da Zanana é uma monarquia constitucional. Todavia nem o pedido do soberano foi atendido.
O treinador, oriundo da terra dos pampas, mantém-se fiel a seu estilo e barra o Reizinho. Ele cede, porém, e seleciona o artilheiro de nome gálico, mas que, em breve, partirá atuar em território germânico. O jovem goleador, feliz com a convocação, aproveita uma partida fácil de um campeonato qualquer e anota três tentos decisivos.
É, o treinador está procurando problemas. Contra os esquimós, o artilheiro de nome gálico pode repetir a dose com uma atuação impecável, e, então, será difícil desfazer-se dele antes do campeonato planetário, que começa em três meses!
Outro que pode carimbar o passaporte é a jovem promessa que atua na mesma equipe do artilheiro de nome gálico. Se mostrar personalidade, ficará no grupo. A questão é: será que vale a pena levá-lo? Afinal, ele corre o risco de não ser nem considerado uma opção durante o torneio, como o Fenômeno (dois campeonatos planetários antes).
O Reizinho será, decerto, testado, contudo contra uma equipe mais forte. O treinador não quer correr o risco de ter de "engoli-lo" se ele marcar quatro ou cinco tentos contra os esquimós. Quatro anos antes, o treinador da época já se utilizou desse expediente para "livrar-se" de um atleta que muitos queriam, mas não ele.
De qualquer modo, o próximo amistoso da equipe zananiana é uma piada. Não serve nem para treinar a equipe que jogará o campeonato, pois muitos atletas atuam em outras terras. E, ainda menos, para realmente testar jovens valores por causa da fragilidade do adversário. O risco é o de os zananianos ficarem iludidos com uma ótima atuação e esquecerem que os verdadeiros adversários não serão irrisórios.
O lateral Arce, que, há algum tempo, voltou a ser a principal opção ofensiva da equipe palmeirense. A ameaça que pesa sobre o Verdão é a de que as equipes adversárias fortaleçam a marcação sobre o lateral, o que deixaria o time sem grandes opções no ataque. Também cabe destaque o golaço marcado por Araújo, do Goiás, no último final de semana. Uma pintura. |
As equipes fluminenses, que fazem um papelão no Rio-São Paulo. Somente o Botafogo e o Vasco se salvam. Outros quatro times estão nas últimas colocações. E o Flamengo continua a cavar sua cova... Outro ponto negativo da semana é a contusão de Michael Jordan, o que fez com que as chances de classificação do Washington Wizards diminuíssem consideravelmente. |
Dois destaques vindos da Copa dos Campeões. Primeiro, a vitória da Roma, na última terça, sobre o Barcelona. A equipe catalã ainda conseguiu equilibrar as ações na primeira etapa, porém foi massacrada na segunda. E o Rivaldo não pegou na bola... Segundo, o belíssimo triunfo do La Coruña sobre a poderosa Juventus, de Turim. A coisa começa a pegar fogo na Europa. |
Destaque para a vitória do Canadá sobre os EUA (5 a 2) na final do hóquei no gelo, em Salt Lake City. Os canadenses demonstraram um poder de fogo impressionante, levando o ouro com mérito. Desta vez, a simpática equipe da República Tcheca, de Jaromir Jagr, não conseguiu repetir a façanha de quatro anos antes, quando vencera EUA, Canadá e Rússia para chegar ao título... |
Márcio Senne de Moraes é formado em administração de empresas, pós-graduado em ciência política pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, redator e analista do caderno Mundo da Folha de São Paulo e escreve para a Folha Online às quintas-feiras E-mail: futebolecia@folha.com.br |