Futebol na Rede
10/10/2005
Colaboração para Folha Online
O atual momento do Palmeiras, em grande recuperação, tentando garantir vaga para a próxima Taça Libertadores e ainda sonhando com o título do Campeonato Brasileiro, e a grande fase do Corinthians, clube com maiores possibilidades de conquistar o Nacional, principalmente após o escândalo da arbitragem, atribuem ao clássico do próximo domingo o título de "jogo do ano".
O clássico é decisivo para o Palmeiras. Só com a vitória, o time de Emerson Leão ficará com chances reais de sonhar com o título. Um empate já é um bom resultado para o Corinthians, mas a vitória deixará a equipe de Antônio Lopes muito perto da taça e eliminará do seu principal rival qualquer possibilidade de ser campeão.
Ao contrário do jogo do primeiro turno, vencido pelo Corinthians, quando as equipes e os treinadores (Paulo Bonamigo, no Palmeiras, e Márcio Bittencourt, no Corinthians) geravam desconfianças nas duas torcidas, agora os times chegam com treinadores experientes, com times montados e que estão conquistando muito pontos.
No quesito desfalques, as duas equipes entram em campo empatadas. O Palmeiras não terá Marcinho, seu principal artilheiro, enquanto o Corinthians entre em campo sem Rosinei, que, além de decidir o clássico no primeiro turno, tornou-se um dos principais jogadores do elenco, com participação importante tanto na marcação quanto na criação e finalização de jogadas.
O jogo poderá ser decidido na escolha dos substitutos destes jogadores. As opções de Leão são Warley e Pedrinho. Com Warley, o Palmeiras jogará com dois atacantes autênticos, com Gioino mais centralizado e Warley caindo pelas laterais do campo. A opção é interessante, pois os deslocamentos de Warley podem abrir espaços na já problemática defesa corintiana.
Já com Pedrinho, o treinador mantém a estrutura atual da equipe, com Gioino fixo na frente e Pedrinho atuando como meia-atacante, fechando a saída de bola do lado direito do adversário e chegando, junto com Juninho, Diego Souza, um dos volantes (Correa ou Marcinho Guerreiro) e os laterais, na ajuda do atacante. O problema é que Pedrinho, apesar de ser mais habilidoso que Marcinho, não tem a mesma força física do companheiro. Em compensação, o time deve ficar mais tempo com a posse de bola e ganha um jogador que tem um aproveitamento de passes muito bom.
Pelo lado corintiano, Antônio Lopes tem três opções: Fabrício, Wendel e Carlos Alberto. Com Wendel, opção que acho a mais improvável, o time ganha em marcação, pois o time entraria em campo com três volantes de marcação: Wendel, Marcelo Mattos (este atuando quase como um terceiro zagueiro) e Bruno Octávio. A marcação ficaria forte, mas toda a responsabilidade de criação ficaria nos pés de Roger.
Com Carlos Alberto, a situação se inverte. O time fica com dois meias ofensivos, ganha mais um finalizador, mas perde na marcação, já que Carlos Alberto não tem o mesmo poder de marcação que Rosinei. Acho que Lopes pode usar esta opção durante o jogo, mas não desse o início.
A opção do treinador deve ser Fabrício. Mesmo não tendo a velocidade de Rosinei, o volante consegue marcar bem, tem qualidades no passe e chuta bem de média e longa distância.
A chave para a vitória do Corinthians passa pelo avanço dos laterais (Eduardo e Gustavo Nery) e na atuação da dupla de atacantes Nilmar e Tevez. Os laterais corintianos têm sido fundamentais no apoio. Se Eduardo joga mais aberto, paralelo à linha lateral e tem um cruzamento perigoso, Gustavo Nery entra pela diagonal e cria problemas às defesas adversárias. Já a velocidade do ataque formado por Tevez e Nilmar deve causar problemas para a dupla de zagueiros palmeirenses. Gamara e, principalmente, Daniel não têm na velocidade suas principais características.
Já o Palmeiras, pode confiar na fragilidade da defesa do Corinthians, principalmente nos cruzamentos e no bom momento de seu setor de meio-campo. A dupla de volantes Correa e Marcinho Guerreiro, além marcarem bem, estão felizes na condução de bola. Marcinho Guerreiro está sempre chegando como elemento surpresa e está criando jogadas perigosas. Já Correa tem um bom passe e é muito perigo nas jogadas de bola parada e nos cruzamentos. Os meias Juninho e Diego Souza armam as jogadas. Juninho tenta dar velocidade carregando a bola, enquanto Diego Souza (longe de ser uma unanimidade entre os palmeirenses) busca cadenciar o jogo e ajuda os volantes na marcação.
Por muito tempo, para palmeirenses e corintianos, vencer o arqui-rival valia mais que o título, só que no domingo a vitória pode representar a "conquista" do Campeonato Brasileiro.
Até a próxima.
Corinthians e Palmeiras: "o jogo do ano"
HUMBERTO PERONColaboração para Folha Online
O atual momento do Palmeiras, em grande recuperação, tentando garantir vaga para a próxima Taça Libertadores e ainda sonhando com o título do Campeonato Brasileiro, e a grande fase do Corinthians, clube com maiores possibilidades de conquistar o Nacional, principalmente após o escândalo da arbitragem, atribuem ao clássico do próximo domingo o título de "jogo do ano".
O clássico é decisivo para o Palmeiras. Só com a vitória, o time de Emerson Leão ficará com chances reais de sonhar com o título. Um empate já é um bom resultado para o Corinthians, mas a vitória deixará a equipe de Antônio Lopes muito perto da taça e eliminará do seu principal rival qualquer possibilidade de ser campeão.
Ao contrário do jogo do primeiro turno, vencido pelo Corinthians, quando as equipes e os treinadores (Paulo Bonamigo, no Palmeiras, e Márcio Bittencourt, no Corinthians) geravam desconfianças nas duas torcidas, agora os times chegam com treinadores experientes, com times montados e que estão conquistando muito pontos.
No quesito desfalques, as duas equipes entram em campo empatadas. O Palmeiras não terá Marcinho, seu principal artilheiro, enquanto o Corinthians entre em campo sem Rosinei, que, além de decidir o clássico no primeiro turno, tornou-se um dos principais jogadores do elenco, com participação importante tanto na marcação quanto na criação e finalização de jogadas.
O jogo poderá ser decidido na escolha dos substitutos destes jogadores. As opções de Leão são Warley e Pedrinho. Com Warley, o Palmeiras jogará com dois atacantes autênticos, com Gioino mais centralizado e Warley caindo pelas laterais do campo. A opção é interessante, pois os deslocamentos de Warley podem abrir espaços na já problemática defesa corintiana.
Já com Pedrinho, o treinador mantém a estrutura atual da equipe, com Gioino fixo na frente e Pedrinho atuando como meia-atacante, fechando a saída de bola do lado direito do adversário e chegando, junto com Juninho, Diego Souza, um dos volantes (Correa ou Marcinho Guerreiro) e os laterais, na ajuda do atacante. O problema é que Pedrinho, apesar de ser mais habilidoso que Marcinho, não tem a mesma força física do companheiro. Em compensação, o time deve ficar mais tempo com a posse de bola e ganha um jogador que tem um aproveitamento de passes muito bom.
Pelo lado corintiano, Antônio Lopes tem três opções: Fabrício, Wendel e Carlos Alberto. Com Wendel, opção que acho a mais improvável, o time ganha em marcação, pois o time entraria em campo com três volantes de marcação: Wendel, Marcelo Mattos (este atuando quase como um terceiro zagueiro) e Bruno Octávio. A marcação ficaria forte, mas toda a responsabilidade de criação ficaria nos pés de Roger.
Com Carlos Alberto, a situação se inverte. O time fica com dois meias ofensivos, ganha mais um finalizador, mas perde na marcação, já que Carlos Alberto não tem o mesmo poder de marcação que Rosinei. Acho que Lopes pode usar esta opção durante o jogo, mas não desse o início.
A opção do treinador deve ser Fabrício. Mesmo não tendo a velocidade de Rosinei, o volante consegue marcar bem, tem qualidades no passe e chuta bem de média e longa distância.
A chave para a vitória do Corinthians passa pelo avanço dos laterais (Eduardo e Gustavo Nery) e na atuação da dupla de atacantes Nilmar e Tevez. Os laterais corintianos têm sido fundamentais no apoio. Se Eduardo joga mais aberto, paralelo à linha lateral e tem um cruzamento perigoso, Gustavo Nery entra pela diagonal e cria problemas às defesas adversárias. Já a velocidade do ataque formado por Tevez e Nilmar deve causar problemas para a dupla de zagueiros palmeirenses. Gamara e, principalmente, Daniel não têm na velocidade suas principais características.
Já o Palmeiras, pode confiar na fragilidade da defesa do Corinthians, principalmente nos cruzamentos e no bom momento de seu setor de meio-campo. A dupla de volantes Correa e Marcinho Guerreiro, além marcarem bem, estão felizes na condução de bola. Marcinho Guerreiro está sempre chegando como elemento surpresa e está criando jogadas perigosas. Já Correa tem um bom passe e é muito perigo nas jogadas de bola parada e nos cruzamentos. Os meias Juninho e Diego Souza armam as jogadas. Juninho tenta dar velocidade carregando a bola, enquanto Diego Souza (longe de ser uma unanimidade entre os palmeirenses) busca cadenciar o jogo e ajuda os volantes na marcação.
Por muito tempo, para palmeirenses e corintianos, vencer o arqui-rival valia mais que o título, só que no domingo a vitória pode representar a "conquista" do Campeonato Brasileiro.
Até a próxima.
Para a fraca atuação da seleção brasileira contra a Bolívia. Com o problema da altitude, não deu para Carlos Alberto Parreira observar o comportamento dos reservas que ele colocou em campo. Entre os jogadores testados, destaques para o goleiro Júlio César e o zagueiro Luisão. Já o meia Juninho Pernambucano e o lateral Cicinho apareceram bem enquanto tiveram o fôlego. Entre os testados, a grande decepção foi Gilberto, que pode ter perdido seu lugar no Mundial. | Para Grêmio e Náutico, que já garantiram vaga, e Portuguesa e Santa Cruz, que estão muito perto. Serão quatro equipes com tradição no futebol brasileio que tentam voltar à elite do nosso futebol. O quadrangular final da Série B promete ser muito equilibrado, com todas as equipes entrando com as mesmas chances. A ordem na fase é vencer, de qualquer maneira jogando em casa, tarefa que Grêmio e Santa Cruz fizeram com categoria na fase que está terminando. |
Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve para a
Folha Online às terças-feiras.