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Futebol na Rede

23/01/2006

Dez grandes craques que eu já fui

HUMBERTO PERON
Colaboração para a Folha Online

O futebol vive (e precisa) de ídolos. A motivação da torcida do Palmeiras com a volta do atacante Edmundo, a relação interminável do goleiro Rogério Ceni com os são-paulinos e o carinho dos corintianos com Tevez são bons exemplos de como os torcedores se animam com a presença de nomes marcantes em campo.

Um grande termômetro para saber quais os jogadores mais populares do momento são os jogos de crianças, quando os meninos assumem a identidade dos atletas mais comentados no momento. Não há quem goste de futebol que não tenha assumindo a identidade de seu ídolo, por isso na edição de Futebol na Rede desta semana eu faço uma relação dos jogadores que eu gostava de ser nas brincadeiras.

Leão - Na década de 1970, o goleiro era referência de todos os garotos que ficavam no gol nas peladas. Havia até disputa para quem seria o "Leão" nos jogos. Chamava a atenção a personalidade do goleiro, os seus saltos e os seus longos e precisos lançamentos com as mãos. Até a fama de "mascarado" que o ex-goleiro tinha fazia com que ele fosse respeitado.

Nelinho - Os chutes precisos e com grande efeito me chamavam atenção no ex-lateral do Cruzeiro e do Atlético-MG. Me lembro dos chutes tortos (para não falar nas bolas perdidas) que eu dava tentando imitar o estilo do chute de Nelinho. Me chamava também a atenção a maneira com que ele avançava , numa época que os laterais pouco iam ao ataque.

Luís Pereira - O que chamava a atenção neste sensacional zagueiro era a precisão de seus carrinhos. Quando eu falo dos carinhos do Luís Pereira dava não são essas entradas criminosas que alguns zagueiros dão atualmente. Era uma entrada de lado, desarmando o atacante no momento preciso, sem que esse fosse tocado. Assim como Nelinho, me chamava a tenção como Luís Pereira ia para o ataque e fazia gols, além de seu grande poder de antecipação.

Clodoaldo - Vitalidade e habilidade sempre me chamaram a atenção no ex-volante do Santos. Habilidade que se manifestou na final da Copa do Mundo de1970, quando ele driblou quatro italianos no início da jogada do quarto gol brasileiro. Além de saber jogar com a bola no pé, Clodoaldo era um grande marcador e um grande ladrão de bolas.

Falcão - Considero Falcão um dos três maiores jogadores que eu vi atuar. Com suas passadas largas e sempre jogando de cabeça erguida, o ex-volante do Internacional tinha uma mobilidade enorme no gramado e parecia se multiplicar em campo.

Rivellino - Sempre impressionou com a habilidade de sua perna esquerda. Quantas vezes tentei, sem sucesso, realizar o seu drible mais famoso, o "elástico". Me impressionava a precisão de seus lançamentos e, é lógico, a força do seu chute com o pé esquerdo.

Socrátes - O que me chamava atenção no jogador Sócrates é que ele não parecia um jogador de futebol. Era um gênio do futebol mesmo sendo magro e alto. E tinha conseguido concluir o curso de Medicina mesmo tendo a carreira de futebolista. Era um líder dentro e longe dos gramados.

Dario - O talento de marcar gols sempre me chamou atenção em Dario. Ele mostrou que não precisa ser um grande craque para ser um grande ídolo. Além disso, chamavam a atenção suas declarações sempre bem-humoradas . Eu torcia para Dario fazer um gol independentemente do time em que ele estivesse atuando.

Reinaldo - Se Dario fazia gols sem ter muita técnica, Reinaldo era o oposto. Cada gol do ex-centroavante do Atlético-MG era uma obra de arte. Ele era extremamente frio dentro da área e tinha uma habilidade tremenda.

Edu - A capacidade de dar dribles em pequenos espaços sempre foi o que me chamava a atenção no ex-ponta-esquerda do Santos. Não importava a distância que o zagueiro adversário estava, Edu sempre encontrava uma maneira de passar. Era muito bom nos cruzamentos e fazia lindos gols.

Me lembro desses dez jogadores quando vejo crianças gritando nomes de atletas. Lembro também do Pelé e do Ademir da Guia, mas esses eu não me atrevia a imitar, pois isso era impossível.

Até a próxima.

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Qual é (ou era) o craque que você era nas peladas?
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O destaque   O que deveria ser destaque
Para o clássico Botafogo e Vasco, que reabriu o Maracanã. O jogo, que teve a vitória do Botafogo por 5 a 3, foi excelente, com os dois times procurando o gol a todo momento. Em resumo, um jogo digno do estádio mais famoso do planeta. Falando em Botafogo, merece uma citação o técnico Carlos Roberto, que em pouco tempo deu um padrão tático a um time que não tem grandes craques e que tinha problemas de falta de pagamento de salários. Fábio Costa tomou um cartão amarelo antes do jogo do Santos com o Marília. Com o caso, alguns leitores me perguntaram se caso o goleiro continuasse a reclamação e fosse expulso o que aconteceria, o Santos ficaria com dez jogadores? O árbitro pode excluir um jogador antes do início de partida, mas o time do jogador pode colocar um no lugar. Portanto, se Fábio Costa fosse expulso, o Santos começaria o jogo com 11 jogadores.

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve para a
Folha Online às terças-feiras.

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