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Futebol na Rede

29/01/2008

Dez grandes laterais

HUMBERTO PERON
Colaboração para a Folha Online

Até o final da década de 1960, os laterais eram apenas marcadores de pontas. Na década seguinte, até porque os extremas foram desaparecendo, os laterais começaram a apoiar o ataque e, nos anos 1980, se transformaram em um dos principais armadores de jogadas ofensivas dos times e viraram alas, ou, em alguns casos, jogadores de meio-campo.

Atualmente, os jogadores da posição estão sofrendo mais uma mudança. Com muitos times jogando com duas linhas de quatro bem definidas, os laterais voltam a ser zagueiros e têm mais funções defensivas na defesa.

Nesta semana vou fazer uma lista dos melhores laterais que eu vi jogar. Logicamente por não ter visto jogar nomes como Djalma Santos, Nilton Santos e Carlos Alberto Torres (quando comecei a acompanhar o craque já atuava mais como zagueiro de área e não nas laterais) não posso comentar sobre eles, mas é lógico que pela história deles devem estar em qualquer seleção que se faça com laterais.

Chega de papo e vamos para aos laterais (vale os direitos e os esquerdos) que eu julgo os melhores da posição e que atuaram no futebol brasileiro.

Arce
O paraguaio marcou época no Brasil jogando por Grêmio e Palmeiras. Se não era muito bom na marcação, se destacava pelos cruzamentos perfeitos, tanto com a bola rolando quanto nas jogadas de faltas laterais e escanteios. Também finalizava muito bem de média e longa distância.

Cafu
Depois de começar como volante, jogar como meia e até atacante, Cafu foi fixado na lateral pelo técnico Telê Santana, posição na qual ele poderia utilizar todo seu vigor físico. O treinador perdeu várias horas também ensinando o jogador a cruzar, e o esforço do treinador valeu a pena, pois Cafu esteve presente em quatro Copas do Mundo (1994, 1998, 2002 e 2006).

Jorginho
Tinha a virtude de jogar (bem) nas duas laterais. Mas se destacou atuando pelo lado direito. Além de marcar bem, tinha a virtude de apoiar muito bem o ataque e fazer cruzamentos com perfeição.

Júnior
Lateral com tanto talento que se transformou em um excelente armador. Destro, atuando pelo lado esquerdo, conseguia furar a defesa adversária em arrancadas em diagonal, quando penetrava no espaço entre o lateral-direito e o zagueiro-central do time adversário. Fez vários gols com essa jogada, tanto no Flamengo, quanto na seleção. Também fazia com perfeição jogadas como um autêntico ponta-esquerda.

Leandro
Junto com Júnior formava a dupla de laterais do Flamengo, time que dominou o futebol brasileiro no início da década de 1980. Se Júnior jogava por todos os lados do campo, Leandro atuava mais fixo no lado direito. Além de apoiar constantemente, marcava muito bem pela direita. Infelizmente teve um problema no joelho, mas mesmo assim mostrou toda sua categoria jogando como zagueiro.

Marinho Chagas
Se jogasse atualmente, Marinho Chagas seria considerado um lateral (ou ala) ideal. Mas como seu auge foi há pouco mais de trinta anos, seus avanços eram vistos como uma grande irresponsabilidade. Muitos diziam que o seu lado se transformava uma "avenida" para os adversários. Segundo dizem, o goleiro Leão teria agredido o lateral após a derrota do Brasil para a Polônia, na disputa do terceiro lugar da Copa de 1974, por não se conformar com o espaço que o jogador deixou para o ponteiro Lato marcar o único gol daquela partida.

Nelinho
Outro lateral que não tinha medo de atacar. Apoiava com muita constância. Marcou época com seus cruzamentos perfeitos e também com as perfeitas cobranças de faltas. Nelinho foi um dos jogadores com o chute mais potente da história do nosso futebol, mas com uma vantagem: acertava quase sempre o gol.

Roberto Carlos
Vamos esquecer a última Copa do Mundo. Mas fica impossível não citar Roberto Carlos como um dos melhores laterais da nossa história. Com um vigor físico impressionante, conseguia marcar forte no setor e apoiava com muita velocidade. Também tinha como característica chutar bem de média e longa distância.

Sorín
Um lateral que durante as partidas se transformava em volante, armador e atacante. Sorín se multiplicava em campo. Além de tudo isso, era bom no jogo aéreo. Infelizmente, nas Copas que disputou com a camisa da Argentina não conseguiu mostrar o mesmo futebol polivalente que apresentou, principalmente, no River Plate e Cruzeiro.

Wladimir
Ficou marcado por sua regularidade e é o jogador que mais atuou com a camisa do Corinthians. Marcador implacável, dificilmente era driblado, em uma época em que existiam pontas habilidosos. Era acusado de ser fraco ofensivamente, o que não é verdade. Wladimir cruzava muito bem e cansou de marcar gols.

Até a próxima.

Colabore
Mande um e-mail para futebolnarede@folha.com.br e comente qual os laterais que faltam na lista ou foi o melhor da posição que você viu jogar.

Depois de quatro rodadas já se pode cobrar um melhor desempenho das grandes equipes nos Estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro. Pelo investimento que alguns times fizeram, eles devem mostrar um melhor futebol. Por exemplo, o Fluminense precisa arrumar uma maneira de posicionar os seus três atacantes (Washington, Dodô e Leandro Amaral) ou desistir de atuar dessa forma. Outro time que não se acertou nesse início de temporada foi o São Paulo. Nem de longe, o time lembra o do ano passado. Também gastaria bom tempo falando do Palmeiras, Santos e Vasco. Pelo menos Botafogo e Flamengo estão mostrando um bom futebol e não têm dificuldade para bater seus adversários.

Como muitos leitores perguntaram minha opinião sobre o gol de Adriano, do São Paulo, no jogo contra o São Paulo, vou dar minha interpretação do lance. Para mim, o gol foi legítimo. O choque entre os jogadores aconteceu depois que Adriano cabeceou a bola, até porque o atacante vinha correndo para pegar a bola, e o zagueiro do Corinthians, William, vinha olhando a bola e andando para trás. Também não vi nada de irregular no posicionamento dos jogadores. Vamos admitir que o árbitro viu algo no lance, mas o que não dá para entender é como Salvio Spínola Fagundes Filho não marcou pênalti no lance entre Chicão e Dagoberto. O juiz também foi muito mal na parte disciplinar.

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve para a
Folha Online às terças-feiras.

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