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Futebol na Rede

24/06/2008

Que Dunga caia pela sua incompetência

HUMBERTO PERON
Colaboração para a Folha Online

Eu tenho certeza que Dunga não tem a mínima condição de, atualmente, dirigir a seleção brasileira. Sou obrigado a dizer que foi uma tremenda irresponsabilidade da CBF colocar o ex-volante como treinador da seleção brasileira. Por isso, concordo com as inúmeras críticas que o neófito treinador vem recebendo.

O que eu não posso concordar é que qualquer motivo já seja uma razão para jogar pedras nele. Acho, por exemplo, que fazer a leitura labial de um técnico durante a partida é uma grande sacanagem. Ainda mais quando as possíveis falas do treinador são editadas e expõem o mesmo ao ridículo. Por mais que o nosso treinador seja despreparado, não dá para julgá-lo por frases colocadas fora do contexto.

Não acredito que ele não saiba que um jogador seja zagueiro ou meia da Argentina. O papo entre ele e o seu auxiliar Jorginho poderia ser da função tática que o adversário estava fazendo. Também é uma tamanha indiscrição colocar um comentário do treinador sobre um jogador, como fizeram em relação ao que Dunga teria dito sobre Júlio Baptista não poder fazer determinada função.

Também não posso concordar que o técnico fez a seleção jogar como um time pequeno contra o Paraguai só porque atuou com três volantes. O fato de uma equipe jogar com três atletas nessa posição não significa que atue de maneira defensiva. O mesmo acontece quando um treinador coloca cinco atacantes em campo. Não é porque um time tem cinco no ataque que vai fazer vários gols numa partida.

Voltando aos três volantes, é possível um time atuar assim e não ser taxado de pequeno. Tudo depende de você escalar os jogadores certos e saber posicionar os mesmos em campo --fato quase impossível para o pouco conhecimento do treinador Dunga.

Para jogar assim você precisa ter volantes que saibam atuar pelos lados do campo e que tenham velocidade. Também é necessário que os três volantes tenham um bom aproveitamento de passes e que, de preferência, saibam arrematar bem de média distância. Infelizmente, Josué, Mineiro e, principalmente, Gilberto Silva, não têm essas características. A ex-dupla de volantes do São Paulo aparece no ataque, mas mais pelo meio, raramente pelas laterais. Já o Gilberto Silva raramente passa da linha central e quando faz isso dá um passe perfeito no pé de algum adversário.

Na parte defensiva o esquema tem tudo para dar certo. O que nunca pode acontecer: os três volantes atuando sempre na mesma linha. Pois, se o adversário lançar a bola nas costas desses três jogadores vai pegar os zagueiros desprotegidos. O ideal nessa formação é que o volante mais centralizado fique mais perto dos zagueiros, pronto para fazer a cobertura deles. Os outros dois volantes ficam com a função de marcar os meias do adversário.

Também é importante o outro jogador de meio. Tem que ser um atleta que tenha uma arrancada boa, para receber a bola e partir rápido para o campo do ataque. O que não é característica de Diego, um meia que cadencia e organiza mais o jogo. O jogador ideal para a função é Kaká.

No lugar de explicar teoricamente é melhor citar um exemplo de como um time com três volantes não precisa necessariamente atuar com medo. Em 1994, atuando com três volantes --Amaral, César Sampaio e Mazinho--, o Palmeiras aplicou uma sonora goleada no Boca Jrs. por 6 a 1. Mesmo com os argentinos já usando as duas linhas de quatro jogadores na defesa --sistema que nos últimos anos se tornou um pesadelo para os times brasileiros em vários jogos decisivos na Taça Libertadores.

Dunga vai perder o cargo de treinador da seleção brasileira logo, mas espero que seja apenas por sua incompetência e não por uma campanha orquestrada contra ele, inclusive com várias distorções de fatos.

Até a próxima.

Os anos passam, mas o departamento técnico da CBF parece que não aprende a fazer a tabela do Campeonato Brasileiro. Uma cidade como São Paulo, com três representantes no torneio, não pode ficar sem um jogo do Campeonato Brasileiro em um domingo como aconteceu na última rodada do Campeonato Brasileiro. Há poucas rodadas, os dois times de Porto Alegre jogaram no sábado e o domingo ficou vazio. O mesmo está para acontecer em Belo Horizonte, Curitiba e no Recife. Não dá para ficar sem futebol nos grandes centros aos domingos. Pode não parecer, mas a tarde de domingo ainda é o horário preferido do público para ir ao estádio.

Pagar salários em dia é obrigação de qualquer empregador, por isso não concordo com jogadores declararem que é normal no nosso futebol "pequeno" atraso no pagamento. Já passou da hora de os atletas perderem o medo de reivindicar que os salários sejam pagos em dia. Os jogadores são coagidos a não reclamarem com medo de caírem numa lista negra e não arrumarem mais equipes para jogar. Uma parada num treino, ou não mostrar os patrocinadores dos clubes nas entrevistas já fariam os dirigentes planejarem melhor o orçamento dos clubes. Aliás, se tivéssemos leis mais duras, os clubes que não conseguem honrar seus compromissos financeiros deveriam ser rebaixados.

Estrangeiros
Agradeço a participação de todos os que colaboraram e que enviaram nomes de jogadores estrangeiros que atuaram no país. Somando os jogadores que eu citei, e as lembranças mandadas pelos leitores, chegamos ao número de 201 atletas. Confesso que o meu maior esquecimento foi o zagueiro uruguaio Hugo De Leon, que fez história no Grêmio, campeão da Libertadores, de 1983, e ainda jogou no Corinthians e no Santos. Dê uma conferida e mandem suas sugestões para futebolnarede@folha.com.br.

Abreu (Grêmio)
Acosta (Corinthians)
Agapito (Coritiba)
Aguillera (Portuguesa)
Aguirregaray (Inter)
Alarcon (Botafogo)
Albella (São Paulo)
Alejandro Dias (Ypiranga-AP)
Alves (Botafogo)
Amato (Grêmio)
Ameli (São Paulo)
Ancheta (Grêmio)
Andrada (Vasco)
Aragonés (Palmeiras)
Araveña (Portuguesa)
Arce (Corinthians)
Arce (Grêmio, Palmeiras)
Aristizabal (São Paulo, Santos, Coritiba)
Armstrong (Santos)
Artigas (Avaí)
Artime (Palmeiras)
Asprila (Palmeiras e Fluminense)
Astengo (Grêmio)
Astrada (Grêmio)
Baloy (Grêmio, Atlético-PR)
Basso (Botafogo)
Benitez (Inter)
Betancourt (Sport)
Bonelli (São Paulo)
Borghi (Flamengo)
Bossejour (Grêmio)
Bustos (Inter)
Buttice (Corinthians)
Cáceres (Atlético-MG)
Cañete (Botafogo)
Carabalí (São Paulo)
Caraballi (Nacional -AM)
Cardaccio (Grêmio)
Carlos Castro (Palmeiras)
Castillo (Botafogo)
Cecílio Martinez (São Paulo)
Cejas (Santos)
Cesar Menotti (Santos, Juventus)
Cesar Pereyra (Palmeiras)
Chamaco Rodriguez (Grêmio)
Cincunegui (Atletico-MG)
Coby Ramos (Vasco)
Conca (Fluminense)
Conrado Ross (Portuguesa e Guarani)
Corbo (Grêmio)
Daniel González (Corinthians)
Dario Pereira (São Paulo)
De Nigris (Santos)
Diego Aguirre (Inter, Portuguesa, São Paulo)
Diego Serna (Fast)
Diogo (Palmeiras)
Djordjevic (Fluminense)
Doval (Flamengo)
Dreyer (Coritiba)
Dudar (Vasco)
Edgar Baez (Santos)
Enciso (Inter)
Escalona (Grêmio)
Espanhol (Flamengo)
Espinoza (Cruzeiro)
Ferreira (Atlético-PR)
Ferrero (Botafogo)
Figueroa (Internacional)
Fillol (Flamengo)
Fischer (Botafogo)
Flávio Maestri (Vitória)
Florentín (Palmeiras)
Fricson George (Santos)
Frontini (Marília, Ponte Preta, Santos)
Gallardo (Palmeiras)
Galván (Atlético-MG e Santos)
Gamarra (Inter, Palmeiras, Corinthians e Flamengo)
Gandulla (Vasco) -- graças a ele usamos o termo "gandula" para chamar os pegadores de bola
Garcia (Flamengo)
Gato Fernandez (Inter, Palmeiras)
Gavilán (Grêmio, Flamengo, Portuguesa)
Gigena (Ponte Preta)
Gioino (Palmeiras)
Goycochea (Inter)
Guiñazú (Inter)
Hector Silva (Palmeiras, Portuguesa)
Henao (Santos)
Herrera (Corinthians)
Hidalgo (Inter)
Hugo de Leon (Santos, Corinthians, Grêmio)
Isasi (São Paulo)
Jacinto João (Portuguesa)
Jimenez (Coritiba)
Johnny Herrera (Corinthians)
Johnson (Portuguesa, Goiás, Gama)
Julio dos Santos (Grêmio)
Kanapkis (Atlético-MG)
Kazuo (Santos, Coritiba e XV de Jaú)
Kenedy (Santos)
Kiese (Grêmio)
Lipatin (Grêmio)
Lobatón (Atlético-PR)
Lozano (Palmeiras)
Lugano (Botafogo)
Lugano (São Paulo)
Luís Villa (Palmeiras)
Lupídio (Portuguesa)
Luque (Santos)
Madurga (Palmeiras)
Maesono (Santos)
Maidana (Grêmio)
Maidana (Palmeiras)
Maldonado (São Paulo, Cruzeiro e Santos)
Mancuso (Palmeiras, Flamengo)
Manicera (Flamengo)
Marcelo Moreno (Cruzeiro)
Marco Osio (Palmeiras)
Marin (Atlético-PR)
Mario Soto (Palmeiras)
Mark Frank Williams (Corinthians)
Martín (Ji-Paraná)
Mascherano (Corinthians)
Matosas (São Paulo)
Maxi (Flamengo)
Mazurkiewicz (Atlético-MG)
Mendoza (São Paulo)
Mifflin (Santos)
Molina (Santos)
Muñoz (Palmeiras)
Negri (São Paulo)
Novak (Atlético-PR)
Oberti (Grêmio)
Ortiz (Atlético-MG e Comercial)
Ortiz (Grêmio)
Pablo Forlan (São Paulo)
Palácios (Cruzeiro)
Pedro Rocha (São Paulo, Palmeiras e Coritiba)
Pepino (Portuguesa e XV de Piracicaba)
Peralta (Flamengo)
Percy Olivares (Fluminense)
Perea (Grêmio)
Perez (Palmeiras, Portuguesa e Sport Recife)
Perfumo (Cruzeiro).
Petkovic (Atlético-MG)
Petkovic (Atlético-MG, Vitória, Flamengo, Fluminense, Vasco)
Piekaski (Atlético-PR)
Pinto (Santos)
Poy (São Paulo)
Quiñonez (Santos)
Quiñonez (Vasco)
Ramirez (Flamengo)
Ramos Delgado (Santos)
Reasco (São Paulo)
Renê Pontoni (Portuguesa)
Renganeschi (São Paulo)
Renteria (Inter)
Revetria (Cruzeiro)
Reyes (Flamengo)
Ricky (Vitória)
Rincón (Palmeiras, Corinthians, Santos)
Rivarola (Grêmio, Palmeiras)
Roberto Palácios (Cruzeiro)
Rodolfo Rodriguez (Santos, Portuguesa, Bahia)
Rojas (São Paulo)
Romerito (Fluminense)
Rondon (São Paulo)
Ruben Bravo (Botafogo)
Ruben Furtenbach (São Paulo)
Ruben Paz (Inter)
Saja (Grêmio)
Sanfillipo (Bahia)
Santiago Silva (Corinthians)
Sastre (São Paulo)
Schiavi (Grêmio)
Scotta (Grêmio)
Sebá (Corinthians)
Sierra (São Paulo)
Silvio Parodi (Vasco)
Sorín (Cruzeiro)
Struway (Coritiba, Portuguesa)
Suarez (Corinthians)
Sugawara (Santos)
Tabia (Santos)
Taborda (Corinthians, Portuguesa)
Tadic (Vasco)
Tapia (Santos)
Tavarelli (Grêmio)
Tevez (Corinthians)
Trípodi (Santos)
Uribe (Portuguesa)
Urruzmendi (Inter)
Usuriaga (Santos)
Valdívia (Palmeiras)
Valencia (Atlético-PR)
Veira (Corinthians)
Viafara (Vitória)
Villadoniga (Palmeiras)
Villamayor (Corinthians)
Vitor Gonzalez (Vasco)
Viveiros (Cruzeiro)
William Andem (Bahia)

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve para a
Folha Online às terças-feiras.

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