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Nutrição é Saúde

28/09/2005

Espaço dos leitores

Confira as perguntas encaminhadas à colunista Andréa Galante e respostas.

Questão 1
Minha mãe está com alto teor de ferro no sangue e o médico que a está acompanhando recomendou uma dieta que corta todo tipo de carne vermelha, folhas verdes escuras, vísceras, dentre outras coisas. O primeiro exame no dia 17/06/2005 constatou um nível de 297 ng/mL. Após a dieta passada pela nutricionista, que foi seguida a risca, um novo exame constatou um nível de 373 ng/mL. O médico, achando estranho o novo resultado, tendo em vista que a dieta foi feita corretamente, pediu que minha mãe fizesse outro exame em outro laboratório. O resultado foi mais espantosa ainda, deu 431 ng/mL.
Ela tem 55 anos, é hipertensa, fez esterectomia há 16 anos e, através de umas pesquisas que fiz, vi que o nível permitido para mulheres pós-menopausa é entre 10 e 280 ng/mL. Se possível, recomende algum tratamento mais eficaz para minha mãe, pois a dieta não está apresentando resultado.

Resposta
Sua mãe deve procurar um hematologista, para uma avaliação e diagnóstico mais adequado. Existem alguns casos que o excesso de hemoglobina ou hematocrito não esta relacionado com a retirada do nutriente ferro da dieta. O tratamento médico é outro. Procure o mais rápido um especialista no assunto, ou seja um médico hematologista,

Questão 2
Gostaria de saber se o arroz integral engorda como o arroz comum, ou é menos calórico, qual a quantidade ideal a ser ingerida durante as refeições.

Resposta
O valor calórico do arroz integral e do arroz branco é o mesmo, a grande diferença é que o arroz integral é rico em fibras e também apresenta algumas vitaminas do complexo B. O índice glicêmico do arroz integral é menor do que o do arroz polido.

Questão 3
Desculpe-me pelo e-mail grande, mas gostaria que lesse e, por favor, respondesse essa minha dúvida/medo.
Adoro saladas e verduras e, às vezes, esqueço até de comer carboidratos como arroz, feijão, alguma massa no almoço de tanto que como e encho meu prato de legumes! Para mim não pode faltar. Meus sanduíches são cheios de alface, cenoura, beterraba ... Sinto prazer em comer, é uma preferência minha, mas acabo comendo apenas isso.
Fiz algumas trocas na minha alimentação. Inclui leite desnatado, deixei de comer doces durante a semana --chocolate, quando como, é apenas um pequeno. Isso tudo me fez emagrecer e perdi bastante peso. Deixei de fritat e até refogar legumes no óleo. Eu simplesmente não uso mais azeite, e sim uma pontinha de margarina.
Às vezes tenho medo de pensar que meu metabolismo possa ter diminuído por ter passado esse tempo com comidinha leve. (faz tempo que não como uma pizza ou uma macarronada, por exemplo). Quando posso, deixo de comer carne e incluo clara de ovo ou carne de soja. Acho que sem querer estou quase virando vegetariana!
Bom, fiz uma contagem de calorias no fim do dia durante um tempo, pesquisando em alguns sites o valor calórico dos alimentos, e estou comendo menos de 1800, sendo que faço atividade física de 3 a 4 vezes por semana. Gostaria de me alimentar melhor, de voltar a comer mais, pelo menos chegar às 1800 por dia (foi o que uma avaliação física calculou para mim como gasto calórico aproximado, na verdade foram calculadas umas 2000Kcal) para que eu não continue emagrecendo.
Mas meu medo é voltar a comer normalmente, chegando às 1800Kcal, incluir coisas que tirei da minha dieta como mais carboidratos, comer melhor quando chego da academia, não dormir de estômago completamente vazio como eu faço. Tenho medo de fazer essas coisas e, consequentemente, engordar com o tempo! Estou muito bem com esse meu novo peso, e não gostaria de alterar nada na balança. Não quero engordar nada, mesmo que seja pouco.
Se eu voltar a comer normalmente, mesmo fazendo exercícios, eu corro o risco de recuperar um pouco de peso? Ou devo aumentar a quantidade de calorias gradativamente.

Resposta
Sua pergunta é complexa, pelo que pude entender você fez algumas alterações no seu cardápio e dessa forma conseguiu emagrecer e agora quer voltar a ingerir alguns alimentos que excluiu.

Dietas que retiram carnes e carboidratos realmente são muito restritivas. Não vejo problema em você introduzir novamente alguns alimentos em seu cardápio diário, principalmente pelo fato de você fazer atividade física.

Comece a introduzir os alimentos de forma gradativa, por exemplo, faça uma pequena refeição a noite. Procurar um nutricionista também seria importante para uma avaliação nutricional e um cardápio mais adequado as suas necessidades.

De qualquer forma acho que você não deve ter medo de comer e engordar, lembre de introduzir pequenas porções de alimentos como os carboidratos e as carnes e não deixe de ingerir frutas, verduras e legumes.

Questão 4
Gostaria de saber por que os alimentos que mais usamos são refinados em vez de integrais, uma vez que sabemos que os integrais são mais saudáveis. Uma das razões parece ser o prazo de validade, que em alimentos integrais é menor (muita diferença nos prazos?), mas existem outras razões? Custa menos refinar os alimentos? Sempre tive esta curiosidade e espero que você me ajude.

Resposta
Sua pergunta é excelente, realmente consumimos mais produtos refinados do que deveríamos. Acho que uma das respostas, como você mencionou é o prazo de validade --os produtos integrais apresentam uma prazo de validade menor. O segundo motivo acho que é em relação ao sabor e textura. Exemplo; a farinha de trigo refinada proporciona maior maciez às receitas; o açúcar refinado, apesar do sabor doce, não interfere nos demais sabores da preparação, por exemplo, quando você adoça o suco de limão com açúcar refinado, ele fica só mais doce. Já o açúcar mascavo dá o sabor de 'cana de açúcar' ou melado.
Mas acho que devemos tentar consumir menos produtos refinados. Uma das formas é comer menos produtos industrializados.

Questão 5
Li com muita atenção o seu artigo de 12/09/05, sobre gorduras e saúde. Queria mais informações para entender integralmente o seu artigo e controlar melhor o meu colesterol: o salmão defumado mantém as propriedades de que fala? E o atum e sardinha em lata?

Resposta
O teor de Omega 3 dos produtos industrializados ou processado parece ser menor dos que os produtos frescos. Outro ponto importante a considerar é que esses produtos, muitas vezes, apresentam uma grande quantidade de sódio, e esse nutriente deve ser consumido com moderação, pois está relacionado com o risco para o desenvolvimento da hipertensão. Procure ingerir os alimentos frescos, sem conservantes, aditivos e sódio

Abraço
Andrea Galante é mestre e doutora em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo, e presidente da Associação Brasileira de Nutrição. Escreve quinzenalmente na Folha Online, às terças-feiras.

E-mail: andrea.galante@uol.com.br

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