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Nutrição é Saúde

19/10/2006

Índice de Massa Corporal e ingestão alimentar

Segundo a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) de 1998 deve-se utilizar o IMC (Índice de Massa Corporal) --peso em quilos dividido pelo quadrado da altura em metro-- para avaliação do perfil antropométrico-nutricional de adultos de ambos os sexos.

Utilize a calculadora do Equilíbrio Online.

O IMC não é um indicador da composição corporal --para este tipo de avaliação é necessária uma avaliação mais detalhada. No entanto, o IMC pode ser utilizado por ser um bom indicador do estado nutricional e indicar possíveis problemas de baixo peso (subnutrição) ou excesso de peso (obesidade).

Ao fazer sua avaliação, observe se você está entre o IMC 18,5 e 24,99, sendo que o IMC médio de 21,74 é o mais adequado. Assim, quanto mais perto dos limites inferior e superior você estiver, maior será o risco para o desenvolvimento de doenças relacionadas à inadequação do estado nutricional.

A ingestão alimentar também está fortemente relacionada ao IMC. Uma ingestão alimentar excessiva provoca o aumento do IMC --isto significa que quando o IMC está acima do limite, deve-se diminuir a ingestão calórica diária e, conseqüentemente, diminuir o IMC. O mesmo acontece para o IMC abaixo do limite inferior; neste caso, porém, é indicado aumentar a ingestão calórica.

Quando falo em aumentar ou diminuir a ingestão calórica, é importante lembrar que tudo deve ser baseado em uma alimentação adequada e saudável para cada idade.

Os temas excesso de peso e a obesidade têm sido muito discutidos nos últimos tempos devido à alta prevalência, em países em desenvolvimentos como o Brasil, e sua relação com as doenças crônicas não-transmissíveis. No entanto, o IMC abaixo do limite inferior também é um fator preocupante, principalmente em grupos específicos em que os padrões de beleza e de aprovação social colocam o indivíduo em risco nutricional.

As modelos, para serem aceitas por agências e poderem desfilar, precisam ter IMC de subnutrição, fator de extremo risco à saúde, sem falar no péssimo exemplo para milhares de mulheres adolescentes e adultas.

Maravilhosa foi a iniciativa da Espanha, que proibiu de desfilar qualquer modelo com IMC de risco nutricional --o IMC mínimo permitido para as passarelas é o mesmo indicado pela OMS, 18,5.

Apesar de considerar a palavra proibição um pouco incorreta, talvez no momento proibir seja a única forma de melhorar as condições de saúde dessa população. Quem sabe o Brasil e outros países sigam a mesma conduta e preservem a saúde de suas modelos e de todos que tentam seguir esse cruel padrão de beleza.
Andrea Galante é mestre e doutora em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo, e presidente da Associação Brasileira de Nutrição. Escreve quinzenalmente na Folha Online, às terças-feiras.

E-mail: andrea.galante@uol.com.br

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