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Pai é Pai

10/08/2008

O Retorno

Até parece que foi há bem pouco tempo, mas lá se vão quatro anos desde a última vez que escrevi aqui na Folha Online sobre a minha experiência como pai de primeira viagem. Será essa a palavra correta? Acho que não. Que tal "louca aventura rumo ao desconhecido"? Boa! Aí sim, estamos mais próximos da realidade. Bem mais próximos.

A primeira coluna surgiu num Dia dos Pais como este, pouco depois de a Mãe colocar minhas pernas para tremer ao contar que estava grávida pela primeira vez. Isso foi lá pelos idos de 2001. Na seqüência vieram textos quinzenais até que o João, o primogênito, completasse dois anos. E então um livro ("Pai é Pai - Diário de um Aprendiz") e uma pausa. Longa pausa. Talvez até longa demais, hoje penso, revendo como num filme de ação os momentos sensacionais que passei ao lado da Mãe, do João e do caçula Pedro. Sim, por que nesse tempo que passei longe de vocês a família cresceu. Em 2004, brindamos a chegada do mais novo integrante do nosso honorável clã.

O fato é que agora são dois e não mais apenas um. Dois é um modo de dizer, pois todos sabem que na matemática familiar um mais um não soma dois. Talvez três, por vezes quatro. Depende de quanta gasolina você joga no fogo. E se você tiver o mesmo agradável (ou condenável, como vê uma desolada Mãe...) hábito que eu de atiçar a molecada antes da hora de dormir, sabe do que estou falando. Basta pegar uma bola, deitar no chão, fazer alguém "voar" pela casa ou simplesmente comandar uma sessão de kung fu no melhor estilo Panda para Buuuuum! Burn down the house!!!!!!!!

Mas não pensem que sou um cara que não se preocupa com horários e algumas regras. Sim, porque se tem uma coisa que aprendi logo cedo como pai é que a criança precisa de uma rotina (e posso dizer que é isso me mantém vivo para escrever este texto). Agora, ninguém disse que essa tal rotina precisa ser chata. Se conseguirmos encontrar um equilíbrio, que mal há em bagunçar um pouco o coreto antes de as coisas tomarem o natural rumo do território demarcado pela inexorável seqüência jantar-banho-história que os leva sem desvios diretamente aos domínios de Morpheus? Afinal de contas, puxa vida, como a maioria dos pais, trabalho o dia inteiro. É verdade que levo e busco os meninos na escola (e esses momentos no carro são impagáveis!), mas contando as horas, os minutos e todos os segundos que passamos juntos, não sobra muito para mim dentro dessa tal de rotina.

Assim, para não aporrinhar mais ninguém, vou direto ao ponto: que tal neste Dia dos Pais subverter um pouco a ordem das coisas? Simples atos, como brincar até mais tarde, rolar na cama, carregá-los no cavalinho, tomar banho juntos, comer pipoca, enfim, virar a casa de cabeça para baixo só para variar um pouco!!!!

Luiz Rivoiro é pai de João, 8, e de Pedro, 3. Jornalista, trabalhou na "Folha de S.Paulo" por 14 anos. É editor da revista "Playboy" e autor do livro "Pai É Pai - Diário de um Aprendiz". Escreve quinzenalmente para a Folha Online.

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