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Papo de Esporte

08/07/2003

Artigo: O esporte de Gisele Bündchen

ALEC DUARTE
Colunista da Folha Online

De que o Brasil precisava mais: uma supermodelo ou uma jogadora de vôlei? Aos 15 anos, Gisele Bündchen provavelmente escolheria a segunda opção.

Foi um passeio num shopping de São Paulo, durante o qual acabou abordada por um caça-beldades, que mudou sua vida para sempre. Era 1995.

Nos tempos de Olívia Palito, na pequena Horizontina (RS), Gisele se destacava na escola por sua nítida aptidão ao vôlei. O biotipo ajudava: tinha 1,75m e o mesmo corpo longilíneo de hoje --suas medidas atuais são 1,80m, 51kg, 86cm de busto, 59cm de cintura e 85cm de quadril.

O apelido a perseguia, ela não gostava. Mas a brincadeira tinha razão de ser: a silhueta esguia e as pernas finas remetiam de imediato à namorada de Popeye (será que ainda remetem?).

Gisele era, da turminha do vôlei, uma das melhores jogadoras. Quem viu garante que atacava bem e bloqueava ainda melhor.

Em 1995, o sonho de virar atleta foi trocado por outro, bem mais ambicioso. Gisele, que tinha feito um curso de manequim em sua cidade natal, acabou sendo descoberta por acaso.

Hoje, uma hora do trabalho de La Bündchen não custa menos de US$ 30 mil. Seu rosto estampa capas de revista e povoa o imaginário masculino.

Na semana passada, depois de provocar furor na São Paulo Fashion Week, a brasileira foi visitar os pais, as quatro irmãs e os outros 16.964 habitantes de Horizontina. E passou boa parte do tempo jogando vôlei.

Nos EUA, onde trabalha e mora na maior parte do tempo, a modelo joga na praia. E costuma levar acompanhantes. Leonardo di Caprio e Ricardo Mansur, ex-namorados de Gisele, bateram bola com ela nas areias da Califórnia --não simultaneamente, é claro.

Definitivamente, Gisele hoje está muito longe de ser uma atleta. Afora a maratona das passarelas, ela foge ao estereótipo da profissão. Não cuida da alimentação (adora bala e pipoca), é fumante (do tipo que nega veementemente o vício) e pratica esportes esporadicamente. Até o vôlei já virou artigo de luxo.

Gisele também anda a cavalo (nada a ver com hipismo, apenas cavalgada recreativa) e pratica boxe, eventualmente, num saco de areia que mandou pendurar em seu apartamento no sofisticado bairro de Tribeca, em Nova York.

Mas ninguém se importa, não é?


Lá e cá

- Adesivo flagrado num carro que circulava pela Avenida 23 de Maio, em São Paulo, nessa segunda-feira: "Pedalada não leva a nada". Uma provocação ao santista Robinho, vice-campeão da Copa Libertadores, ou uma campanha contra os ciclistas urbanos?

- Ao contrário do que ocorreu em 1994, com Todos os Corações do Mundo, o filme oficial da Copa do Mundo de 2002 jamais chegará aos cinemas. A Infront Holding, empresa ligada à Fifa que detém os direitos autorais da obra, não negociou a exibição em salas fechadas. O filme que focaliza o pentacampeonato com imagens exclusivas da Fifa foi lançado no Brasil no formato DVD.

- O canal pago Fox mostra no dia 13 (segunda-feira), às 21h, O Último dos Moicanos (EUA/92), com Daniel Day-Lewis e Madeleine Stowe. O filme, lá pelas tantas, recria uma genuína partida de lacrosse entre índios e caras-pálidas. Ao menos, uma noção de como era o jogo nos primórdios.

- Agora no Real Madrid, Beckham serve de chamariz para tudo. No site da Football Association (a federação inglesa de futebol), o craque (?) aparece por toda parte, até num game semelhante ao de Baggio, sobre o qual dei a dica há tempos. No jogo inglês, o objetivo é marcar três gols de falta consecutivos. Todos os movimentos são comandados pelo mouse. Bom passatempo.

- A versão mais conhecida do hino do Vasco da Gama propaga um erro imperceptível a quem não é fanático pelo clube. A letra de Lamartine Babo foi levemente adulterada: em vez de "norte-sul deste país", a versão canta "deste Brasil". Tudo bem se "país" não rimasse com o verso anterior, "tua imensa torcida é tão feliz". Preciosismos de torcedor.

- A Soccerex já tem data marcada: 29 e 30 de novembro, coincidindo com o Mundial sub-20, nos Emirados Árabes Unidos. A exposição é a meca de quem ganha dinheiro com o suor alheio: cartolas, empresários, firmas de material esportivo, emissoras de televisão etc. Futebol, o jogo, é o que menos interessa. O negócio é negócio.
SIC
Se o juiz vestisse a camisa do Boca, o que faria a torcida do Santos?

Do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), comparando o gesto do presidente Lula [que posou com um boné do MST (Movimento dos Sem-Terra)] à decisão da Copa Libertadores
Alec Duarte foi editor executivo da Gazeta Esportiva e editor de esportes do Diário do Grande ABC.

E-mail: papodeesporte@folha.com.br

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