Papo de Esporte
26/08/2003
Colunista da Folha Online
Armadilha ou ingenuidade? Vejamos: o Brasil estréia no dia 7 nas eliminatórias para a Copa da Alemanha-2006, contra a Colômbia, em Barranquilla. E Carlos Alberto Parreira, técnico da Seleção, disse que o adversário não surpreenderá no aspecto tático. Assegurou, aliás.
Uma declaração desse nível tem um peso considerável. Nossos rivais podem, por exemplo, acreditar que uma mudança se fará necessária diante da autoconfiança da comissão técnica do Brasil. "Já que não os surpreenderemos", dirão nossos hermanos, "porque não tentar surpreendê-los?".
É a pura verdade. Ao dizer que sabe tudo sobre os rivais, Parreira sugere que eles mudem alguma coisa em seu estilo de jogo. Ou não? Nosso treinador simplesmente anuncia que não espera nada de novo, dando a deixa para os rivais se esmerarem na busca desse conceito.
Francisco Maturana não é um neófito. Tem história no futebol. O técnico da Colômbia ouviu com atenção o que disse Parreira --a história repercutiu no país vizinho. Hoje o povo exige dele que faça algo diferente no dia 7, no estádio Metropolitano de Barranquilla.
Talvez tenha sido essa a intenção de Parreira? Não saberemos jamais.
A Colômbia é um São Caetano, analisando a grosso modo. Osso duro de roer, ainda mais jogando numa mistura de Mineirão com Arena da Baixada. Chamou 14 jogadores que atuam no exterior, entre eles um goleador em ponto de bala: Aristizábal. Não seria surpresa se trocasse seu esquema tático habitual (o manjado 4-4-2) por outro qualquer. Apenas para desmentir Parreira.
"Meu time não é brilhante, mas está no nível do futebol jogado no mundo hoje", diz Maturana.
Serão longas as eliminatórias...
Lá e cá
- Mais um integrante do clã Beting se pronuncia. Lucila, mulher de Joelmir, mãe de Mauro, estréia no jornalismo com uma coluna pra lá de vanguardista. "Pondo a Mamma no Meio" é toda uma atração. Ainda mais que Dona Lucila detesta jornalistas. É ler para crer.
- A Ferrari está estreitando o relacionamento com os proprietários de seus carros. Em 3 de setembro, donos de veículos da marca italiana terão acesso aos testes da escuderia de F-1 em Monza. Eles verão tudo, até tocarão nos bólidos, e farão perguntas a Schumacher e Barrichello. Um simulacro de excursão já foi testado em Mugello (pista de provas particular do time), há dois meses.
- Desde Gabriela Sabatini, a Argentina procura uma musa esportista. Magdalena Aicega, capitã da seleção de hóquei na grama (atual campeã mundial), se enquadra no perfil. E do jeito que a Argentina gosta: ela tem 31 anos, a idade ideal dos sex symbols de nossos vizinhos, que tradicionalmente menosprezam ninfetas. Magui também trabalha como nutricionista num hospital.
- Mauricio Macri, presidente do Boca Juniors, e Aníbal Ibarra, atual prefeito de Buenos Aires, foram ao segundo turno nas eleições municipais na capital argentina. Macri é o protótipo do playboy --é herdeiro de uma fortuna deixada pelo pai, Franco. Ibarra, torcedor do River Plate, deixou a desejar em seus quatro anos de mandato. O futebol nada terá a ver com a decisão das urnas, há uma inversão de valores: sofisticados, adeptos do River se alinham com a estampa européia de Macri. E torcedores do Boca, desgostosos com a administração egocêntrica do cartola, torcem pela vitória de Ibarra. Será jogo duro.
- Alguns assessores de jogadores acham que dinheiro compra tudo. Outro dia, um ofereceu R$ 700 para que um repórter cravasse nota 6,5 em todas as atuações de um zagueiro do São Caetano até o final do Campeonato Brasileiro. A proposta foi feita com o dinheiro na mão, uma nota sobre a outra. Foi recusada, felizmente. Mas o assessor garante voltar à carga em breve. Patético.
Artigo: Parreira ensina a Colômbia a surpreender
ALEC DUARTEColunista da Folha Online
Armadilha ou ingenuidade? Vejamos: o Brasil estréia no dia 7 nas eliminatórias para a Copa da Alemanha-2006, contra a Colômbia, em Barranquilla. E Carlos Alberto Parreira, técnico da Seleção, disse que o adversário não surpreenderá no aspecto tático. Assegurou, aliás.
Uma declaração desse nível tem um peso considerável. Nossos rivais podem, por exemplo, acreditar que uma mudança se fará necessária diante da autoconfiança da comissão técnica do Brasil. "Já que não os surpreenderemos", dirão nossos hermanos, "porque não tentar surpreendê-los?".
É a pura verdade. Ao dizer que sabe tudo sobre os rivais, Parreira sugere que eles mudem alguma coisa em seu estilo de jogo. Ou não? Nosso treinador simplesmente anuncia que não espera nada de novo, dando a deixa para os rivais se esmerarem na busca desse conceito.
Francisco Maturana não é um neófito. Tem história no futebol. O técnico da Colômbia ouviu com atenção o que disse Parreira --a história repercutiu no país vizinho. Hoje o povo exige dele que faça algo diferente no dia 7, no estádio Metropolitano de Barranquilla.
Talvez tenha sido essa a intenção de Parreira? Não saberemos jamais.
A Colômbia é um São Caetano, analisando a grosso modo. Osso duro de roer, ainda mais jogando numa mistura de Mineirão com Arena da Baixada. Chamou 14 jogadores que atuam no exterior, entre eles um goleador em ponto de bala: Aristizábal. Não seria surpresa se trocasse seu esquema tático habitual (o manjado 4-4-2) por outro qualquer. Apenas para desmentir Parreira.
"Meu time não é brilhante, mas está no nível do futebol jogado no mundo hoje", diz Maturana.
Serão longas as eliminatórias...
Lá e cá
- Mais um integrante do clã Beting se pronuncia. Lucila, mulher de Joelmir, mãe de Mauro, estréia no jornalismo com uma coluna pra lá de vanguardista. "Pondo a Mamma no Meio" é toda uma atração. Ainda mais que Dona Lucila detesta jornalistas. É ler para crer.
- A Ferrari está estreitando o relacionamento com os proprietários de seus carros. Em 3 de setembro, donos de veículos da marca italiana terão acesso aos testes da escuderia de F-1 em Monza. Eles verão tudo, até tocarão nos bólidos, e farão perguntas a Schumacher e Barrichello. Um simulacro de excursão já foi testado em Mugello (pista de provas particular do time), há dois meses.
- Desde Gabriela Sabatini, a Argentina procura uma musa esportista. Magdalena Aicega, capitã da seleção de hóquei na grama (atual campeã mundial), se enquadra no perfil. E do jeito que a Argentina gosta: ela tem 31 anos, a idade ideal dos sex symbols de nossos vizinhos, que tradicionalmente menosprezam ninfetas. Magui também trabalha como nutricionista num hospital.
- Mauricio Macri, presidente do Boca Juniors, e Aníbal Ibarra, atual prefeito de Buenos Aires, foram ao segundo turno nas eleições municipais na capital argentina. Macri é o protótipo do playboy --é herdeiro de uma fortuna deixada pelo pai, Franco. Ibarra, torcedor do River Plate, deixou a desejar em seus quatro anos de mandato. O futebol nada terá a ver com a decisão das urnas, há uma inversão de valores: sofisticados, adeptos do River se alinham com a estampa européia de Macri. E torcedores do Boca, desgostosos com a administração egocêntrica do cartola, torcem pela vitória de Ibarra. Será jogo duro.
- Alguns assessores de jogadores acham que dinheiro compra tudo. Outro dia, um ofereceu R$ 700 para que um repórter cravasse nota 6,5 em todas as atuações de um zagueiro do São Caetano até o final do Campeonato Brasileiro. A proposta foi feita com o dinheiro na mão, uma nota sobre a outra. Foi recusada, felizmente. Mas o assessor garante voltar à carga em breve. Patético.
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SIC
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Alec Duarte foi editor executivo da Gazeta Esportiva e editor de esportes do Diário do Grande ABC. E-mail: papodeesporte@folha.com.br |
