Colunas

Quero Ser Mãe

31/07/2003

Espaço dos leitor - parte 1

Alguns e-mails encaminhados a mim não foram publicados porque possuem dúvidas técnicas que precisam ser respondidas pelos médicos colaboradores. Já encaminhei essas dúvidas, mas ainda não recebi resposta. Assim que as tiver, farei um adendo neste mesmo espaço.

INVESTIGAÇÃO

Claudia,

Tenho 36 anos, há pouco tempo fiz o preventivo e o ultra-som transvaginal e aparentemente está tudo bem. Há cinco meses venho tentando engravidar. Gostaria de saber o que posso fazer para facilitar o processo?

Ana Paula

Resposta de Cláudia Collucci:

Ana, o preventivo e o ultra-som transvaginal não dizem muita coisa sobre possíveis problemas relacionados à infertilidade. Se você quiser partir para uma investigação de infertilidade já (os médicos sugerem que isso seja feito após um ano tentativas frustradas), você deverá investigar fatores hormonais (exames de sangue), trompas (por meio da histerossalpingografia) e fatores cervicais (exames que vão mostrar se o seu muco está hostil para os espermatozóides). Mas, antes disso tudo, é fundamental que o seu companheiro faça um espermograma para saber se está tudo bem com ele.

Abraços,

Cláudia Collucci


INVESTIGAÇÃO 2

Oi Cláudia

Conheci sua coluna através de sites de busca e desde então sempre acompanho as notícias.

Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que passam pelo mesmo problema, as mesmas angústias, medos etc...

Estou tentando engravidar há quase um ano, sei que perto de muitas não é muito tempo, só que estou extremamente impaciente pois já tive um problema com meu ovário direito (retirei um teratoma) e agora estou com um cisto no ovário esquerdo. Tenho muito medo de não conseguir engravidar.

Meu médico só me pede o acompanhamento do cisto através de ultra-sonografia e tomo Dostinex uma vez por semana há quatro meses. Gostaria de saber se já é hora de outras investigações pois sigo as orientações do meu médico mas às vezes tenho dúvidas se este é o caminho ou deveria logo investigar outros problemas para tratá-los logo.

Aguardo sua resposta.

Parabéns pelo seu trabalho.

Obrigada.

Andreza

Resposta de Cláudia Collucci:

Andreza, você não mencionou a idade, mas, de qualquer maneira, após um ano de tentativas frustadas, o ideal é que você comece a investigar os fatores que levam à infertilidade. São eles: fatores hormonais (exames de sangue para saber se você está ovulando) cervicais (exame do muco para saber se ele não está matando os espermatozóides), tubários (exame das trompas histerossalpingografia --para saber se não obstrução). Também é FUNDAMENTAL que, antes de qualquer exame seu, o seu marido faça um espermograma. Hoje, metade dos problemas que dificultam a gravidez, são atribuídos ao homem.

Abraços e boa sorte,

Cláudia Collucci


PROBLEMAS DO CASAL

Senhorita Cláudia,

Sou Irapoã, tenho 27 anos e estou casado há dois. Minha esposa e eu estamos tentando ter um filho, mas, tanto ela quanto eu temos problemas --o meu descoberto só após exames que a médica dela me passou. Vimos que tenho pouca produção de espermatozóide, que são de no mínimo 20 milhões, tenho apenas 12.700.000. O caso dela está bem adiantado, já o meu... Estamos meios perdidos. Já sou bem adiantado, nós teremos que fazer um tratamento. Qual seria? E qual é o custo do tratamento?

Obrigado!

Irapoã Nóbrega
NATAL/RN

Resposta de Cláudia Collucci:

Caro Iporã, não é possível chegar a muitas conclusões como o resultado de apenas um espermograma. O correto é fazer pelo menos dois, preferencialmente em uma clínica de reprodução assistida que, geralmente, faz um espermograma mais detalhado, analisando, por exemplo, a morfologia dos espermatozóides. Nem sempre a quantidade é o único parâmetro para avaliar se um espermograma é bom ou não. O homem pode ter milhões de espermatozóides e a maioria ser defeituosa, por exemplo.

Além disso, o médico precisa analisar o por quê da baixa quantidade. Se é um problema genético ou uma obstrução das vias seminais, por exemplo. Portanto, o melhor caminho é você procurar um urologista, especializado em infertilidade. O nome desse profissional é andrologista.

A sua mulher também precisa fazer uma ampla investigação com exames hormonais, raio-x do útero, ovários e das trompas (histerossalpingografia) para saber se realmente está tudo bem com ela. Só partir do resultado de todos esses exames é que o médico vai avaliar qual o melhor método de reprodução assistida para o caso de vocês (inseminação, fertilização in vitro ou ICSI).

Não conheço as clínicas do seu Estado, mas estou encaminhando o e-mail do dr. Fábio Macedo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que certamente poderá te dar boas dicas. Fale em meu nome. O e-mail dele é: fmacedo2000@aol.com.

Abraços e boa sorte
Cláudia Collucci


LAQUEADURA

Boa tarde. Cheguei mais cedo em casa e estava vendo a sua entrevista na TV, no programa da Leda Nagle.

Tenho uma dúvida que tenho que saber a resposta para poder iniciar, para ter um começo, para termos um filho...

A minha atual companheira, teve três filhos do seu casamento. Após o último filho nascer, fez laqueadura... não sei se é esse o termo que é usado mesmo.

Queremos agora ter um filho, e te pergunto: essa cirurgia é reversível?

Um abraço e obrigado.

Nelson Faria

Resposta de Cláudia Collucci:

Nelson, tudo vai depender do tipo de laqueadura que foi feito na sua mulher. Se foi cortada uma grande extensão da trompa, a reversão é impossível. Antigamente, os médicos não se atentavam para isso e hoje muitas mulheres descobrem que não podem mais ter filhos porque a cirurgia de reversão não é viável.

Nesses casos, a gravidez só é possível por meio de uma Fertilização In Vitro. Soube que no Rio há um local que planeja fazer FIVs gratuitamente ou subsidiada. É no Hospital Pedro Ernesto, ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Infelizmente, não tenho os telefones desses serviço. Espero que tenha te ajudado.

Abraços,

Cláudia Collucci


EMBRIÕES CONGELADOS

Prezada Cláudia,

estou muito angustiada, pois além de não engravidar com uma FIV, meus embriões congelados não resistiram.

Você tem informações sobre o tempo que um embrião (blastocisto) descongelado agüenta até ser transferido. Esse número pode variar de acordo com o tipo de descongelamento? Qual é o tempo ideal para que os profissionais da área saibam a viabilidade do embrião?

Obrigada pelo espaço que você nos proporcionou no fórum. É super importante ter o espaço para comentarmos nossas dúvidas, medos e incertezas.

Abraço,

E.

Resposta de Cláudia Collucci:

Oi, é muito comum a perda de embriões durante o processo de descongelamento. Segundo a dra. Cláudia Gazzo, para que se obtenha um mínimo de quatro embriões para transferência intra-uterina, seria necessário congelamento de aproximadamente dez embriões de boa qualidade. Por isso, para responder as suas dúvidas, seria necessário saber a qualidade desses embriões congelados, que é o que realmente importa. O tipo de congelamento (nitrogênio a -196°C) é meio padrão em todas as clínicas.

Abraços,

Cláudia Collucci


ENDEREÇO

Oi Claudia,

gostaria de saber se você tem o endereço e telefone do Centro de Medicina do ABC.

Obrigada

Luzineide

Resposta de Cláudia Collucci:

Luzineide,

O telefone do centro de reprodução da Fundação Medicina do ABC é 0/xx/11/4993-5401, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Abraços,

Cláudia Collucci


ACEITA-SE DOAÇÃO

Cláudia,

Sou usuário do medicamento Cerazette, caso você tenha alguém que queira doar, por favor encaminhe o meu e-mail para que possam entrar em contato.

Grata

Patrícia

Resposta de Cláudia Collucci:

Cara Patrícia, o recado está dado.

Abraços,

Cláudia Collucci


RESERVA OVARIANA

Claudia, preciso de uma ajuda dos médicos que colaboram com sua coluna. Daqui dois meses completo 39 anos e estou tentando engravidar há 13 meses. Tenho ciclos regulares de 18 dias e sempre ovulo entre o 13º e 14º dia do ciclo. Fiz HSG e biopsia do endometrio mas nenhum problema foi detectado. Meu marido também fez o espermograma e os números foram excelentes.

Depois de 6 meses de visitas ao mesmo médico, ele disse que não teria mais nada para fazer e me orientou a procurar uma clinica de reprodução humana. Resolvi procurar outro medico e acho que foi uma decisão acertada, principalmente porque ele é muito mais sensível, humano e aberto que o outro.

Ele disse que antes de procurar uma clinica para fazer inseminação artificial, que é muito caro aqui nos Estados Unidos, alem de desgastante, ele me pediu para fazer um exame de sangue FHS/Estradiol para saber se meus ovários iriam reagir ao tratamento com Clomid. Se o resultado for bom, vamos começar a indução hormonal já no próximo ciclo. É claro que fiquei mais animada mas tenho alguma duvidas sobre isso. Conversamos muito (em inglês) mas ha coisas que eu não consigo entender direito se não for explicado em português.

Minha duvida é: o que esse exame FHS/Estradiol indica??? Sei que o resultado bom é aquele que apresenta baixo nível dos hormônios. Mas se for alto??? Significa que ha uma falência dos ovários??? Aí, nesse caso não adianta usar o Clomid??

Obrigada mais uma vez pela atenção.

Beijão.

Solange

Resposta de Cláudia Collucci:

Solange, é isso mesmo: se o resultado for alto, significa que o seu estoque de óvulos já está no fim. Nesses casos, a medicação indicada é geralmente outra (mais potente!).

OBS: Você disse que tem ciclos regulares de 18 dias, é isso mesmo? Ou você trocou o 2 pelo 1? Digo isso porque se for realmente 18 é um ciclo curto demais

Cláudia Collucci


AGRADECIMENTO

Claudia

Recebi as indicações. Muito obrigada pela atenção e retorno tão imediato. Quando estamos com um problema dessa natureza, a ansiedade por um caminho é muito grande.

Sinta-se abençoada por Deus, por você poder estar sendo o instrumento para muitas pessoas encontrarem este caminho.

Muito obrigada

Lílian

Resposta de Cláudia Collucci:

Ok, Lilian, boa sorte na tua luta e muita luz no teu caminho.

Abraços,

Cláudia Collucci


DEPOIMENTO

Claudia,

esqueci de contar que na época que me tratei, há 20 anos, o FIV estava começando e aqui no Rio era pouco. Eu e meu marido desistimos pois resolvemos cuidar da relação que estava bem louca na busca da gravidez, nós dois fazemos terapia há anos, estamos casados há 26 anos e hoje crio um menino de 11 anos, maravilhoso, filho da minha empregada e a vida caminha...

Abraço

Léa

Resposta de Cláudia Collucci:

Legal o seu depoimento, Léa. Acho que ele ajuda as pessoas --pelo menos quem tem abertura para isso-- a entenderem que existem outras formas de exercer a maternidade.

Abraços,

Cláudia Collucci


ENDOMETRIOSE

Olá, Claudia!

Em primeiro lugar, quero parabenizá-la por esta coluna maravilhosa.

Tenho 28 anos e há um ano tive a trompa esquerda extraída, em razão de uma gravidez ectópica. Após a cirurgia (video-laparoscopia), os médicos me informaram que eu tenho endometriose, mas não disseram onde.

Só me informaram que outra gravidez só seria possível através FIV. Como na época estava muito abalada, acabei não perguntando o motivo.

Durante o exame ginecológico, minha médica notou a presença de alguns nódulos no fundo de saco vaginal, sugestivo de endometriose peritonial. Me pediu o exame CA 125 e o resultado foi 50,40. A biopsia não acusou malignidade.

Tomei duas injeções da Depo Provera no intervalo de três meses cada uma para tratamento. Durante este período, realizei mais dois exames do CA, com resultado de 26 e 20,5, respectivamente.

As injeções me causaram amenorréia desde jan/03 e só consegui menstruar em maio/03 com a ajuda do Premarin e Duphaston.

Do 2º ao 6º dia da menstruação tomei o CLOMID, e no 14º dia o muco cervical foi pouco notado.

Então minha médica pediu para continuar com o Premarin e aumentar a dosagem do Duphaston e CLOMID para dois comprimidos ao dia por cinco dias, e o Duphaston sem interrupções.

Estou na expectativa para que dessa vez dê tudo certo. Mas, no fundo, há uma certa insegurança...

Fiz a histerossalpingografia e a trompa direita está normal. Será que mesmo assim terei dificuldades em engravidar? Por que teria de fazer a FIV se a trompa direita está normal? Os exames de ultra-sonografia não acusaram nenhuma anormalidade. Quais exames terei de fazer para saber se tenho algum risco de infertilidade.

Por favor, Claudia, me oriente.

Abraços,

Cida.

Resposta da dra Cláudia Gazzo:

Prezada Cida

Antes de mais nada, é necessário saber o tipo e grau de endometriose da qual é portadora para avaliar melhor qual seria o tratamento ideal.

A endometriose pode ser peritonial, ovariana, tubária e de septo retovaginal, segundo sua localização, e pode ser mínima, leve, moderada ou avançada, segundo o grau de comprometimento dos órgãos envolvidos.

Classicamente a endometriose moderada e avançada são tratadas primeiramente por cirurgia, seguida de tratamento medicamentoso, em geral com drogas genericamente chamadas de análogos de GnRh (derivados de um hormônio produzido em uma região do cérebro, chamada hipotálamo) por três meses , para em seguida, submeter a paciente à fertilização in vitro, uma vez que, a endometriose, nesse estágio, é a patologia que mais interfere com a concepção.
Casos mais leves podem ser tratados apenas cirurgicamente e, dependendo da idade da paciente (menor que 35 anos), costuma-se aguardar uma gestação espontânea até um prazo de um ano.

Você já apresentou uma gravidez tubária e isso significa que tem risco aumentado para nova gestação ectópica em nove vezes. Em seu relato, foi possível diagnosticar endometriose em fundo-de-saco vaginal pelo exame ginecológico simples, o que sugere que seja portadora de endometriose de septo retovaginal.

Penso que, juntando todas essas informações, talvez fosse melhor rever sua laparoscopia anterior, tratar a endometriose de septo retovaginal, provavelmente através de uma nova laparoscopia, e não descarto que a melhor conduta seja realmente a FIV, depois disso tudo feito.

Abraços.

Cláudia Gazzo.


DÚVIDAS SOBRE O CLOMID

Dra. Claudia Gazzo,

Sou casada há cinco anos e resolvemos ter um bebê. Parei de tomar a pílula há dois meses e até agora nada. Minha médica me informou que a mulher não ovula todo mês e já que quero logo, precisaria tomar Clomid 100mg por 20 dias. Por quê ela passou por 20 dias e na bula informa que o tratamento é de 5 dias. Informa também que a ovulação correrá após tomar o último remédio, então, só vou ovular após os 20 dias??
Thatiane

Resposta da dra. Cláudia Gazzo:

Prezada Thatiane

Primeiramente acho precoce fazer algum tipo de tratamento com apenas dois meses de tentativa, uma vez que a chance de um casal fértil engravidar por mês, gira em torno de 25%, se a mulher tiver menos que trinta anos.

Costumamos aguardar até um período de um ano, pois aproximadamente 90% engravidam espontaneamente após esse período.

O Citrato de clomifeno (Clomid ou Serofene) utilizado para induzir a ovulação, em geral, é prescrito na dose de 50 ou 100mg ao dia por cinco dias, começando-se as tomadas entre o 2º e 4º dias do ciclo menstrual. A ovulação tende a ocorrer sete dias depois da ingestão do último comprimido. Recomenda-se que o casal inicie as relações sexuais no quinto dia depois do término do citrato de clomifeno, e as mantenha em dias alternados.

Na indução da ovulação de casais inférteis por fator ovulatório, o citrato de clomifeno costuma ser prescrito no máximo por três ciclos menstruais.

Porém, há que se ter em mente, que seu uso pode apresentar efeitos colaterais, tais como: queda dos níveis de estradiol (hipoestrogenismo) alterando a qualidade e quantidade do muco do colo do útero impedindo que ocorra uma gravidez, gestação gemelar em 8% dos casos, e formação de cistos ovarianos, ondas de calor, depressão, dor mamária, dor de cabeça quando utilizado em altas doses.

Fica ao critério do casal, portanto, decidir o que vale a pena.

Abraços.

Cláudia Gazzo


COLO UTERINO

Oi Cláudia,

Estou grávida de gêmeos e o meu médico falou que ia monitorar o colo do útero com frequência.

Até a 19ª semana, o último ultra-som via transabdominal acusou colo com 3,7cm de comprimento.

Realizei o ultra-som morfológico agora com 22 semanas e 2 dias e o médico resolveu fazer um transvaginal que acusou medida de 3,0 cm. Ele disse que está tudo Ok! Mas pergunto: corro o risco de parto prematuro e caso sim, o que faço então e em qual semana corro este risco??

Obrigada,

Keka

Resposta da dra. Cláudia Gazzo:

Vamos dividir em duas partes a sua questão:

1)Comprimento do colo do útero
Independentemente de uma gestação ser múltipla ou não, pode-se avaliar o prognóstico para trabalho de parto prematuro em relação ao comprimento do colo uterino, baseado em seu comprimento inicial, que é definido a partir da 13ª-14ª semanas de gestação. Uma vez medido, deve manter o mesmo tamanho ao longo de toda gestação, ou melhor dizendo, pelo menos até 33 semanas.

Em média, o colo mede, naquele tempo de gravidez, cerca de 3-3,5cm de comprimento.

Diz-se que o prognóstico é ruim (risco para trabalho prematuro ou abortamento), quando o colo apresenta 1,5cm ou menos.

O seu caso mostra que em relação ao colo uterino, você não seria considerada uma pessoa de risco, pois vem apresentando boa evolução neste aspecto.

2)Gestação gemelar
A gestação gemelar, no entanto, é um fator de risco para a prematuridade, sem mesmo que o colo uterino faça parte do processo.
Aproximadamente, o risco para trabalho de parto é três a quatro vezes maior, e aumenta à medida que a gravidez avança. O determinismo da prematuridade na gravidez múltipla é muito discutido, apontando-se como relevante dele a excessiva distensibilidade do útero. Em geral, o parto desencadeia três semanas antes da data provável.

Repouso e diminuição das atividades físicas são recomendadas particularmente no último trimestre.

Abraços.

Cláudia Gazzo


FAZER OU NÃO LAPAROSCOPIA

Olá Claudia. Meu nome é Andréa, tenho 27 anos e estou tentando engravidar faz um ano e três meses sem sucesso, já fiz todos exames e não foi constatado nada nem comigo nem com meu marido. Já tomei Clomid e agora estou tomando Serophene em ciclos alternados. Meu médico diz que o próximo passo é fazer uma videolaparoscopia, mas, se eu quiser, poderia pular para três tentativas seguidas de inseminação artificial. Ele diz que eu posso ter endometriose (10% de chance de ter), mas eu não tenho e nunca tive nenhum sintoma. O que eu faço? O preço da videolaparoscopia é quase o preço das três tentativas da inseminação. Queria que me desse um opinião.

Drica

Resposta da dra. Cláudia Gazzo:

Prezada Drica

A endometriose pode manifestar-se clinicamente através de cólicas pré-menstruais ou menstruais progressivas, ou seja, que pioram com o tempo, dor às relações sexuais, ou ser assintomática, mas causar infertilidade, como também, apresentar todas estas condições ao mesmo tempo.

O diagnóstico de certeza de endometriose só é dado pela laparoscopia. Porém, não é consenso na literatura médica, indicar laparoscopia em mulheres assintomáticas ou que apresentem dosagem de CA-125 normal (este exame já foi feito?).

Sabe-se, no entanto, que se a paciente tiver endometriose, esta patologia interferirá com os resultados de qualquer tratamento para infertilidade conjugal, tal como a inseminação intra-uterina.

Realmente é difícil decidir por qual caminho seguir: fazer a laparoscopia ou partir para a inseminação intra-uterina, correndo o risco de não diagnosticar a endometriose.

A melhor conduta deverá ser decidida entre o casal e seu médico.

Abraços.

Cláudia Gazzo.


ÚTERO DIDELFO

Olá Sra. Claudia

Fiz uma ultra-som no mês passado e deu que eu tinha útero didelfo, já entendi mais ou menos como ele é. Eu queria saber se você pode me ajudar a descobrir se eu poderei engravidar. Há três anos e meio estou casada e tenho relações regularmente, mas não engravido. Será que você pode me ajudar a pelo menos saber qual exames é preciso fazer para ter a certeza se posso ou não engravidar?

Agradeço desde já,

Um abraço.

Jaci

Resposta da dra. Cláudia Gazzo:

Prezada Jaci

O útero didelfo é uma malformação decorrente de um defeito de fusão de uma estrutura embrionária chamada ducto de Müller. Consequentemente, haverá dois úteros (na verdade são duas metades do mesmo útero que não se fundiram), cada qual com uma tuba uterina.

Essa malformação não leva à infertilidade, mas, pelo fato de que cada útero é uma metade de um completo, a cavidade uterina é menor, podendo acarretar abortamento.

Como você está tentando engravidar há três anos, estaria indicada a investigação de infertilidade conjugal, cujos principais exames consistem de:

1) histerossalpingografia (RX das tubas uterinas) para avaliação da permeabilidade tubária, ou seja, constatar a presença ou não de tubas abertas e pérvias;

2) ultra-som transvaginal para excluir algum problema uterino, como miomas,etc

3) dosagens hormonais (no sangue), se a paciente apresenta ciclos menstruais irregulares, tais como FSH, LH, estradiol, prolactina, TSH, além de S-DHEA, testosterona total, 17-OH-progesterona se tem sinais de hiperandrogenismo (aumento de pelos em regiões do corpo consideradas anormais, como queixo, braço, região sacral das costas, além de acne, pele oleosa e queda de cabelos). Se a mulher for obesa com irregularidade menstrual, e/ou, se apresentar manchas escuras na face interna das coxas, ou pescoço e axilas, também pedimos curva de insulina associada à curva de glicemia a cada meia hora, até o tempo de 120 minutos;

4) histeroscopia (endoscopia do útero), se houver alguma anormalidade ao ultra-som, histerossalpingografia ou antes de ser submetida a alguma técnica de reprodução assistida, tal como FIV/ICSI.

5) laparoscopia principalmente se a paciente apresenta cólicas menstruais progressivas, dor na profundidade vaginal às relações sexuais, antecedente de doença inflamatória pélvica, cirurgias abdominais prévias.

6) espermograma do marido, que em geral, é pedido antes de submeter uma paciente a procedimentos mais invasivos e dolorosos.

Abraços

Cláudia Gazzo


INCOMPATIBILIDADE

Querida Claudia Collucci

Descobri a sua coluna na Folha Online e estou muito feliz, pois agora posso ampliar um pouco mais de conhecimento sobre infertilidade.

Já fiz 7 ICSIs. Das sete vezes, engravidei somente nas duas últimas, sendo que em menos de um mês o embrião não evoluiu, abortando consequentemente. O quadro foi idêntico nas duas.

Tudo indica que devo fazer o tratamento de imunidade, pois houve aborto repetido.
Gostaria de saber:

- além da possibilidade de ser a "incompatibilidade", será que teria alguma outra causa que poderia estar impedindo o meu sucesso ?
- quais são os locais que oferecem o tratamento de imunidade ?
- na sua opinião, embriões congelados ficam mais fracos ?

Obrigada pela atenção.

Sheila

Resposta da dra. Cláudia Gazzo:

Prezada Sheila

Abortamento de repetição, como aconteceu em seu caso, dificilmente está relacionado com fator imunológico entre óvulo e espermatozóide, se foi isso que quis dizer com "incompatibilidade".

No meu ponto de vista, o que deve ser investigado, são as causas de aborto de repetição, que compreendem:

1) fatores hormonais
2) fatores genéticos
3) fatores imunológicos (síndrome anti-fosfolípede, por exemplo)
4) fatores uterinos (avaliação do endométrio, presença de septo,etc).

Se for constatado um fator imunológico, como a Síndrome anti-fosfolípede, o tratamento consiste em administrar AAS (ácido acetila salicílico) e anticoagulante injetável (heparina, por exemplo).

Em relação ao congelamento de embriões, o que ocorre, é a perda de embriões durante o processo de descongelamento.Portanto, para que se obtenha um mínimo de quatro embriões para transferência intra-uterina, seria necessário congelamento de aproximadamente dez embriões de boa qualidade.

Abraços.

Cláudia Gazzo.


MIOMAS

Claudia,

Somente há pouco tempo comecei a ler a sua coluna e tenho gostado bastante, é bem informativa e até me senti à vontade para expor meu problema.

Tenho 35 anos e descobri que tenho miomas subserosos pequenos e dois grandes com cerca de 5,5(5,3)/2,5(2,9) cm. Fiquei muito preocupada pois não tenho filhos e estava tentando engravidar há alguns meses.

Tenho sentido dores durante as relações, antes da menstruação sinto cólicas intensas e estou com um período menstrual mais longo (7 dias) e maior fluxo. No último mês, tive sangramento intermenstrual.

Isso tudo me fez procurar um outro médico, além da médica que me acompanha. A minha médica disse que eu poderia continuar tentando engravidar e que não havia nada a fazer com os miomas, eles poderiam crescer ou diminuir durante a gravidez.

Para regular o ciclo e na tentativa de diminuir os miomas, ela receitou um análogo da progesterona (Duphaston) e disse para eu tomá-lo durante pelo menos 3 meses. Quando perguntei sobre cirurgia para retirada dos miomas, ela me disse que era para casos extermos e não o meu.

Fiquei muito confusa com isso e procurei outro médico. Este me disse que achava que o remédio que eu estava tomando só servia para regular o ciclo e que ele não costumava indicar para as pacientes dele. Sobre os miomas, disse que eu tinha que decidir se fazia agora uma miomectomia ou depois, que um dia eu vou ter que a fazer. Falou que ele pode fazer a laporoscopica, mas se houver muito sangramento e se ele não conseguir tirar os miomas, terá que ser a abdominal. Disse também que eu posso optar por não fazer nada por enquanto e ficando grávida ver o que acontece. Fiquei mais confusa e não sei o que fazer, mas estou propensa a deixar do jeito que está, continuar tomando o remédio, continuar tentando engravidar e continuar consultando com minha médica...

Será que estou certa?? Li a coluna sobre mioma e acupuntura, será que vai ajudar no meu caso?

Obrigada pela atenção e parabéns pelo seu trabalho.

Débora

Resposta da dra. Cláudia Gazzo:

Prezada Débora

Vamos falar um pouco sobre miomas e fertilidade. Os miomas podem ser classificados, segundo sua localização, em submucosos (dentro da cavidade uterina), intra-murais (dentro da parede uterina) e subserosos (localizados na parte externa do útero).

Em reprodução humana, todos os miomas submucosos devem ser retirados (por histeroscopia cirúrgica, não importando o tamanho), assim como todos os miomas intra-murais com mais de 3cm. É questionável a importância dos miomas subserosos na fertilidade. Encontrei apenas um trabalho científico alemão que demonstra que qualquer tipo de mioma interfere com a implantação embrionária.

Se tiver, portanto, mioma intra-mural com mais de 3cm ou mioma submucoso, sem dúvida, deverá ser operada. Quanto à via de acesso cirúrgico (laparotomia ou laparoscopia), a indicação dependerá do número de nódulos de miomas, tamanho, localização, habilidade do cirurgião e disponibilidade de instrumental cirúrgico. Qualquer cirurgia laparoscópica pode ser convertida à laparotômica, não há como dar essa garantia.

Os trabalhos científicos mostram que o importante, em casos de infertilidade, não é a via de acesso cirúrgico, mas sim o resultado da cirurgia sobre o útero. A maior diferença entre estas vias de acesso é o tempo de recuperação da paciente, que tende a ser menor nos casos de laparoscopia.

Quando uma mulher com mioma uterino engravida, pode acontecer dois fatos principais: degeneração do mioma (alteração da textura e forma, causando dor), ou aumento do volume, que dependendo de sua localização, poderá funcionar como tumor prévio (nome que se dá a algo que dificulta ou impede um trabalho de parto normal).

Portanto, para melhor responder às suas questões, precisaria de maiores informações, quanto aos tipos de mioma dos quais é portadora.

Abraços.

Cláudia Gazzo


HISTEROSSALPINGOGRAFIA

Sou dentista e a minha especialidade é a Endodontia. Essa especialidade acaba por me expor ao raio-x com mais frequência que o normal (claro que me protejo sempre, me refiro às inevitáveis vezes).

Por esse motivo tenho um pouco de receio quanto ao acúmulo de radiação. Gostaria de saber se existe um exame que substitua a histerossalpingografia, quais as chances deste exame ocasionar algum problema ao feto, e principalmente se a aminocentese ou outro exame similar acusa este tipo de problema, ou só os relacionados à ordem quantitativa dos cromossomos, como por exemplo a Síndrome de Down?

Obrigada,
Márcia

Resposta do médico Eduardo Motta:

Olá Márcia.

Antes de mais nada a radiação é desprezível em termos de mal formações. Aliás, se existirem, elas são alterações na formação, ou seja, não são genéticas. Por isso, os exames de estudo do cariótipo não teriam grandes indicações.

Além disso, o exame é sempre feito na primeira fase do ciclo menstrual, em geral entre o 6º e 11º dia do ciclo, como forma de prevenir a exposição ao raio-x em um embrião já formado.

Em conclusão, apesar de tudo, a histerossalpingografia ainda traz informações indispensáveis e os riscos são mínimos mínimos.

Abraços,

Eduardo Motta


SANGRAMENTO

Oi Claudia. Tudo bem??? Eu de novo...

Será que algum dos médicos colaboradores de sua coluna poderiam me ajudar a esclarecer uma dúvida ou apenas me "dar uma luz"????

Minha dúvida pode soar como uma consulta médica mas, infelizmente, moro nos Estados Unidos e não tenho a quem recorrer. Troquei de médico este mês, mas ele também não identificou meu problema e, aliás, nem tentou..

Faço 39 anos em setembro e desde julho do ano passado estou tentando engravidar. Após 7 meses de tentativa, procurei um médico para saber se algo estava errado.

Meu marido fez espermograma e o resultado foi excelente. Fiz o HSG (raio X de útero e trompas) e biopsia do endometrio e tudo está perfeito. Papanicolau nota 10 também.

O meu primeiro médico americano me dispensou após esses exames e disse que não tinha mais o que fazer comigo. Ele me orientou a procurar um clínica para fazer inseminação artificial. Resolvi procurar um outro médico para ouvir uma segunda opinião.

Desta vez, esse novo médico me deu uma luz e disse que poderíamos tentar um tratamento com Clomid antes de me submeter a uma inseminação mas, para isso, é preciso fazer um exame de sangue FSH/estradiol. Estou aguardando a próxima menstruação para fazer o exame (final na semana).

Minha dúvida é: nesses últimos três ciclos venho tendo uma sangramento que aparece lá pelo 10º dia após a ovulação e se estende, em forma de uma secreção marrom, ate a menstruação. A primeira vez que isso aconteceu foi durante uma relação sexual e eu até pensei que tivesse me machucado por dentro. Liguei para o médico e ele disse que eu poderia estar grávida, mas não era gravidez. No mês passado, o sangramento também começou no 10º dia após a ovulação, mas não foi durante a relação sexual e se prolongou (cor marrom) até a menstruação. Há duas semanas, troquei de médico, expus o problema, mas ele não me examinou.

Ele disse que não sabia explicar o motivo do sangramento e que o Clomid poderia ajudar a corrigir o problema. Disse que era para ficar preocupada somente se sentisse dor durante a relação. E ontem à noite...sangramento de novo...que só percebi ao ir ao banheiro após a relação sexual. Depois disso, comecei a sentir uma cólica quase imperceptível como das outras vezes.

Quero enfatizar que não sinto e não senti nenhum dor quando o sangramento começou durante a relação.

Eu só queria ter uma idéia do que pode estar acontecendo. Sou regaladíssima (ciclo de 28 dias) e mesmo com esse sangramento meu ciclo não se alterou. Desde que comecei a monitorar a ovulação com testes de farmácia (há 8 meses), tenho ovulado sempre entre o 13º e 14º dia do ciclo, mas este mês ovulei no 12º dia.

Pode parecer desespero, mas não é. Conheço muito bem o meu organismo e sei que este sangramento não é normal. Nunca tive isso antes mesmo com ou sem pílula. Veja minha situação: não posso obrigar um médico a me examinar ou a pedir outros exames de sangue ou sei lá o quê. O que eu posso fazer é "sugerir" e "pedir". É o que eu tenho feito, mas eles não dão ouvidos ou dizem que não é necessário. Será que vou ter que trocar de médico de novo???

Ai meu Deus... Vocês não imaginam como sinto falta do meu Brasil, do meu povo e agora, nessa fase de minha vida, dos meus amados médicos.

Desculpe a longa mensagem, mas precisava informar o meu histórico para que todos possam entender o caso.

Agradeço a atenção.

Beijão

Solange.

Resposta de Eduardo Motta:

Olá Solange,

Saudações do Brasil.

Vou tentar ser o mais didático possível para você entender. Existem dois motivos para sangrar: ou existe algo dentro do útero errado, por exemplo, um pólipo ou um mioma (em inglês: polyp and myoma or fibroid) ou a sua ovulação não está produzindo a quantidade adequada de estrogenio para "proliferar" e manter o endométrio. Neste caso, o Clomid ajudaria bastante, pois corrige defeitos da ovulação.

Como teste, você poderia tomar o Clomid e ver o que acontece. Porém, lembre-se que você já tem 39 anos, ou seja, não dá para ficar tomando Clomid muito tempo, é dois ou três meses e, se não der certo, tentar algo para valer como a fertilização in vitro.

Abraços e boa sorte,

Eduardo Motta


INJEÇÃO NA GRAVIDEZ

Tomei uma injeção de Depo-Provera no dia 17 de abril deste ano. Antes de tomar a injeção fiz uma ecografia e, de acordo com a mesma, eu não estava grávida na altura. Há três dias, o médico diagnosticou uma gravidez de quatro meses e meio. Que influencia pode ter essa injeção no desenvolvimento do feto? Será que corre o risco de ter malformação? O meu médico disse que não, mas estou muito receosa. Agradeço antecipadamente a vossa resposta.

Gilda Dias
Cabo Verde

Resposta do dr. Eduardo Motta:

Ola Gilda,

Bem, o depoprovera é uma progesterona, porém um pouquinho diferente da progesterona natural, produzida pelo ovário. Assim, no início da gravidez o feto esteve sob ação deste medicamento, que age na formação da genitália e do coração.

O ideal seria você ter uma menina (mulher) e faça já um US bem feito (alguém com experiência) e, de preferência, em três dimensões (US 3D), pois assim podemos "montar" a genitália. Outro exame importante é um ecocardiograma fetal, para avaliarmos a formação do coração do bebe.

Abraços e boa sorte,

Eduardo Motta


ENDOMÉTRIO FINO

Oi Cláudia,

Adora ler sua coluna, pois quando a falta de esperança começa a chegar é só ler os depoimentos que logo é despertado dentro de nós novamente a esperança.

Bom, em 1999 descobri que tinha útero bicorno; fiz cirurgia de correção e depois de 6 meses engravidei (ano de 2000), mas tive um aborto espontâneo com 8 semanas. Fiz hiisterossalpingografia e descobri que tinha uma sinéquia. Fiz curetagem usei DIU por quatro meses. Logo após a retirada do DIU engravidei novamente (no mesmo mês - Agosto 2001) mas infelizmente tive outro aborto com 7 semanas.

Tomei pergonal por dois meses e profasi. No primeiro mês, fiz acompanhamento com ultra-sonografia e meu médico disse que meu organismo respondeu bem ao medicamento (onze folículos no ovário direito e quatro no esquerdo) só que eram muito pequenos, média de 0,8 mm no 11º dia do ciclo.

Fique alguns meses sem fazer tratamento. Resolvi trocar de médico e fiz uma série de exames (Exames de sangue, Ressonância Magnética da Pelve, histerossalpingografia e ultra-sonografia das vias urinárias e endovaginal, ufa!!!!!). O resultado foi que meu útero tem o formato de arqueado (minha médica falou que isso não será problemas para eu engravidar, apesar de ainda ter que fazer uma histeroscopia para avaliar a cavidade uterina). Só que quando eu fiz a ultra-sonografia (dois dias antes da minha menstruação) o meu endométrio estava apenas com 6 mm e a médica me falou que ele estava fino, e talvez esse fosse o motivo dos abortos.

Gosto muito da minha médica e tenho muita confiança nela, mas gostaria de saber se tem tratamento para engrossar o endométrio, se esse tratamento é a base de remédios e se tenho chances de engravidar? (tenho 34 anos).

Gostaria de ter uma posição dos médicos que colaboram com a sua coluna sobre o meu caso. Apesar de ter toda fé que eu vou ter meu filho quando chegar a hora certa (isso não quer dizer que eu não estou ansiosa, estou comendo meus dedos).

Um grande beijo e parabéns.

Maria da Conceição ( pode me chamar de Nina)

Resposta do dr. Eduardo Motta:

Olá Nina,

Bem vamos por partes. O útero arqueado não é um problema sério, diria uma variação da normalidade. Contudo você já fez 2 cirurgias que podem ter corrigido a alteração inicial e hoje a vemos apenas como um útero arqueado. Imaginando que você tivesse o útero com um septo ou qualquer outra variação na sua formação, leve em conta que isto pode danificar os mecanismos parta suprir o embrião, como a vascularização do sangue, formação do endometrio, etc...

Por outro lado estas cirurgias tb representam um trauma ao útero, que pode ter lesado o endométrio. Outro ponto importante é que 6mm não é um espessura tão ineficaz assim.

Em resumo, acredito que 2 abortos repetidos podem não ser simples coincidências e eu os atribuiria ao problema já corrigido. Acho que vale a pena afastar as outras causas de abortamento e depois tentar. Tenho certeza que chegaremos lá.

Eduardo Motta


PÍLULA

Cara Cláudia e equipe,

Tenho 28 anos e toma pílula há quatro anos. Fiz pela primeira vez um ultra-som transvaginal e, embora o resultado ainda não tenha saído, o meu ginecologista disse o seguinte: 'devido ao uso constante do anticoncepcionais, houve a alteração do útero e ovário. Trata-se de acontecimento 'normal', que, ao interromper o uso, voltam ao tamanho correto'.

O médico nos recomendou usar preservativo, porque, segundo ele, eu só conseguirei engravidar, mesmo interrompendo os métodos contraceptivos, após um ano no mínimo (por conta da variação do tamanho do útero e do ovário...). Fiquei com muitas dúvidas, especialmente se:

1 - pílula pode alterar tamanho dos ovários e do útero?

2 - é verdade que demora-se um ano para engravidar depois do uso da pílula.

Obrigada pelos esclarecimentos,

Alê

Resposta do dr. Eduardo Motta:

Olá Alê. Bem o uso do anticoncepcional inibe a atividade dos ovários, tanto que você não ovula e logicamente seu tamanho diminui um pouquinho. Mas estas são alterações TOTALMENTE REVERSÍVEIS, ou seja, voltam ao normal logo a seguir, no 1o mes pós-parada da pílula. Garanto até que você tem algumas amigas que engravidaram sem querer parando a pílula 1 mês antes e não esperavam por isso. Assim não é verdade que demoram 01 ano, ao contrário, o retorno a ovulação e a gravidez é imediato.

Abraços,

Eduardo Motta


ESPERMOGRAMA

Olá...

Queria, se possível, que algum médico que ajuda na coluna fizesse uma análise sobre o espermograma de meu companheiro, feito no mês de junho/2003...

Ele tem 46 anos....
Obrigada

Odete

Veja os resultados:
Volume 2,1ml
Viscosidade Ausente
Cor Amarelada
Ph 8,0
Liquefação < 20 min
Concentraçao
Por ml 240 milhoes
Total 504 milhoes
Motilidade
Grau A 10%
Grau B 45%
Grau C 15%
Grau D 30%
Morfologia
normal 5%
Amorfos 95 %
Teste de Eosina
Vivos 70 %
Mortos 30 %
Processamento seminal
Volume 1ml
Concentração 20 milhões / ml
Motilidade
Grau A 50%
Grau B 15%
Grau C 30%
Grau D 5%

Me diga o que acha ok???

Obrigada

Odete

Resposta do médico Eduardo Motta:

Olá Odete,

A princípio parece bom, apesar da morfologia ter 5% de normais, mas com esta contagem e motilidade, supera o resto. A princípio diria que não parece ser este o problema. Também é interessante repetir e termos 2 espermogramas para uma análise comparativa.

Abraços,

Eduardo


GRAVIDEZ ANEMBRIONÁRIA

Cara Cláudia,

Não sabes o quanto a resposta da Dra. Cláudia Gazzo às dúvidas da Sílvia sobre ovo cego me tranquilizou. Acabo de chegar de uma US, estou com cinco semanas de gestação e a minha primeira foi anembrionada. Infelizmente não deu pra ver o embriãozinho mas, apesar de saber que um raio pode sim cair duas vezes em um mesmo lugar, fiquei mais confortada quando ela diz que isso raramente acontece. Com fé em Deus, semana que vem ele estará lá!

Obrigada!!

Geraldine

Resposta de Cláudia Collucci:

Oi Geraldine, toda sorte do mundo para você na próxima US.

Abraços,

Cláudia Collucci


ANDROLOGISTA

Gostaria de saber qual a especialidade médica que trata de infertilidade?

Tenho um sobrinho com 35 anos, ele é do interior, e os espermas dele são todos mortos. Gostaria que me informassem qual médico devo procurar para verificar a realidade deste problema, e também se possível fazer um tratamento para a mulher dele engravidar.

Grata

Vera

Resposta de Cláudia Collucci:

Vera, ele precisa procurar um andrologista, que é o urologista especializado em problemas de infertilidade masculina.

Será mais fácil ele localizar esses profissionais nas clínicas de reprodução assistida, mas peça para ele se certificar se, realmente, o urologista tem essa especialidade.

Boa sorte.

Cláudia Collucci

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Cláudia Collucci, repórter da Folha de S. Paulo, é mestre em História da Ciência pela PUC-SP e autora dos livros "Por que a gravidez não vem?", da editora Atheneu, e "Quero ser Mãe", da editora Palavra Mágica. Escreve quinzenalmente na Folha Online.

E-mail: claudiacollucci@uol.com.br

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