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Quero Ser Mãe

29/01/2004

Espaço do leitor

ANOVULAÇÃO APÓS PÍLULA

Dra. Cláudia, tudo bem? Meu nome é Marina e estou com algumas dúvidas com relação ao tratamento que iniciei. Em agosto, com desejo de engravidar, parei de tomar pílula (Gynera) após 8 anos seguidos. Menstruei 4 dias pois de terminar a minha última cartela e depois não menstruei mais. Consultei, no dia 11 de novembro, uma nova ginecologista (pois a minha está fora do Brasil) que suspeitou que eu estivesse com a prolactina alta ou alguma disfunção na tireóide e sugeriu que eu tomasse que Provera (depois de eliminadas as suspeitas de gravidez). Após uma semana menstruei e levei os exames (que deram todos normais) para a médica. Ela me disse há um bloqueio na ovulação e que meu útero está 'muito fininho' (pouco estimulado) devido ao uso contínuo da pílula . Minha antiga ginecologista dizia que não há nada comprovado neste sentido. Bom, essa nova médica me receitou cicloprimogyna por três meses (para voltar a ovular?). E que não preciso evitar uma gravidez durante esse período, pelo contrário, muitas mulheres engravidam tomando esse remédio.

Minhas dúvidas são:

Vou ter algum problema para engravidar? Esse remédio faz meu organismo voltar a ovular normalmente ou só ovularei enquanto estiver tomando-o? Não seria melhor esperar os 6 meses a 1 ano (de acordo com a médica) para meu corpo voltar a ovular naturalmente? Se a parede do meu útero está tão 'fininha' não corro risco de engravidar e não conseguir segurar o bebê?! Estou ansiosa por sua resposta pois já iniciei o tratamento com cicloprimogyna mas não sei ao certo se é isso que eu deveria fazer... Queria ao menos uma segunda opinião!

Desde já agradeço a atenção,

Marina

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Marina

Primeiramente, quanto ao uso de pílula contraceptiva por longo tempo, a mesma pode levar freqüentemente a atrofia do endométrio (camada glandular que reveste a cavidade do útero), que se recupera tão logo a mulher retome aos ciclos menstruais espontâneos e ovulatórios. Não há nada anormal nisso. O teste da progesterona, como fez ao tomar Provera, serve para avaliar se o endométrio está sendo estimulado pelo estrógeno, hormônio ovariano. Se menstruar após seu uso, sugere muito que seu ovário tenha retomado à produção hormonal própria. O medicamento cicloprimogyna, composto de estrógeno e progesterona pode servir, no seu caso, para regular a descamação do endométrio.

Não é um indutor da ovulação, e caso ovule espontaneamente, o mesmo não impedirá que uma gravidez ocorra. Não sei bem como foi sua história de atraso menstrual, quais exames hormonais fez, em que época do ciclo foram feitos e como era sua menstruação espontânea antes da pílula. Todas essas informações são importantes para interpretação do diagnóstico provável.

A falta de menstruação após uso de pílula pode acontecer por não haver ovulação (chamada síndrome de anovulação pós-pílula); porém, essa condição não é comum. Considera-se normal a taxa de fertilidade com a descontinuação de qualquer forma hormonal de contracepção. Portanto, a falta de menstruação após o uso dos contraceptivos requer investigação, pois a paciente pode estar desenvolvendo qualquer outra doença que leve à anovulaçao.

Após uso de contracepciopanis orais, não está errado aguardar até 6 meses para o início da investigação de amenorréia (falta de menstruação por pelo menos três meses). Os sintomas, idade, grau de ansiedade e desejo de engravidar são levados em consideração para que se tome uma decisão. Se engravidar espontaneamente, dificilmente abortará já que está fazendo uso de cicloprimogyna.

Abraços

Cláudia Gazzo

ABORTO SEGUIDO DE CURETAGEM

Prezada Cláudia,

Tive um aborto retido no final de agosto deste ano (2003) e fiz uma curetagem. Como tive muitas cólicas e sangramento, após quinze dias da primeira curetagem, mudei de médico e fiz outra curetagem porque ainda havia restos de tecidos no útero. Não tive febre em nenhuma das duas curetagens. Entretanto, desde então minha menstruação não se normalizou, embora eu sinta que a ovulação ocorre (mudança no aspecto do muco) e há um minúsculo início de sangramento (um dia) nos dias que deveriam ser da menstruação (37, 67 e 93 dias após a segunda curetagem). Estou temendo que alguma complicação não verificada possa me impedir de engravidar novamente. Tenho quase 37 anos e não quero esperar mais para ter meu primeiro filho. Será que algum especialista pode me ajudar, já que o meu médico diz que podemos esperar mais tempo para a menstruação normalizar? É normal demorar mais de três meses para a menstruação se normalizar? Estou muito apreensiva. Desde já agradeço.

Alessandra

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Alessandra

Normalmente a menstruação retoma sua regularidade após dois meses de uma curetagem, muito embora a ovulação possa ocorrer precocemente, após duas semanas desse procedimento.

Como aproximadamente 4 meses se passaram e ainda não menstruou, penso que estaria indicado excluir uma patologia intra-uterina, já que foi submetida a duas curetagens. A formação de sinéquia intra-uterina (cicatrizes) é uma complicação possível; altera o endométrio e consequentemente, a menstruação.

Abraços

Cláudia Gazzo

VIDEOLAPAROSCOPIA

Cláudia,

Gosto muito de sua coluna e queria te dar os parabéns pelo seu trabalho. Fiz a histerossalpingografia e as duas trompas estão com aderências e obstruções. Meu médico disse que tenho duas alternativas: a FIV direto ou a videolaparascopia cirúrgica. Se eu optar pela FIV direto, há algo problema para minha saúde permanecer com as trompas obstruídas? Quais são os efeitos colaterais do tratamento para a FIV? Por outro lado, quais são as chances de sucesso da videolaparascopia? Tenho muito medo de fazer cirurgia e depois ficar tentando mais um tempão, sem sucesso e me frustrando cada vez mais...

Muito obrigada e um abraço,

Maria Isabel

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Maria Izabel

A cirurgia tubária pode ser indicada quando a obstrução comprometer a região proximal, ou média, ou distal isoladamente. Para saber com certeza qual região da tuba está comprometida, além da histerossalpingografia, há se fazer a vídeo-laparospia, mesmo que o tratamento das tubas não possa ser feito. Considerando que o sucesso da cirurgia tubária gira em torno de 40% a 60%, dependendo da localização da obstrução (lesões da parte média têm melhor prognóstico), e que as taxas de gravidez com FIV apresentam sucesso em torno de 40% por tentativa, precisamos avaliar individualmente cada caso, com muito critério, para decidir se qual será a indicação de melhor relação risco-benefício para você.

Abraços

Cláudia Gazzo

ÚTERO DIDELFO

Cláudia,

Boa tarde, tudo bem? Estou tentando engravidar há mais ou menos dois anos, porém, faz um ano que descobri que estava com mioma, fiz uma histeroscopia cirúrgica e retirei (10/2002). Após isso, tenho tentado engravidar sem sucesso. Meu médico indicou vários exames, entre eles a histerosalpingografia e foi constatado neste exame que meu útero é arqueado. Gostaria de saber se isso pode prejudicar uma gravidez ou se isto poderá impedir que eu engravide. Sei que meu médico ao examinar meus exames dará a resposta para as perguntas, porém, como só vou vê-lo no próximo ano, gostaria de uma resposta.

Se você puder me ajudar, agradeço.

Resposta da dra Cláudia Gazzo

Prezada Irene

O útero arqueado não é, normalmente, uma patologia responsável por infertilidade conjugal. Pode ser a causa, não freqüente, de abortamento. Mediante um diagnóstico de infertilidade conjugal, a propedêutica básica do casal deve ser indicada.

Abraços.

Cláudia Gazzo

FIV

Olá, estou escrevendo pois gostaria de ter outra opinião sobre meu caso. Tenho 26 anos e há 9 meses venho tentando engravidar sem sucesso. Já fiz toda investigação e houve algumas alterações: na histerossalpingografia foi detectado que minhas trompas são permeáveis, mas do lado direito na última parte existe um moderado aumento do calibre em segmento ampolar e no esquerdo, um alargamento no meio e um estreitamento de calibre no final (perto do ovário).

dosagem do LH........16,59 mUI/mL

dosagem de estradiol........60,0 pg/mL

Os outros resultados considerados normais:

prolactina...9,14 ng/mL,

TSH...1,81 uUI/mL, progesterona plasmática...27,25 ng/mL,

FSH...3,84

mIU/mL,

Chlamydia...negativo.

No primeiro ciclo de tratamento usei Clomid, mas não ovulei. No ciclo passado usei 3 injeções de Merional 75 e depois umas 3 de Profasi 5000. Ovulei (lado direito) e o folículo tinha 18mm, mas meu endométrio estava somente com 3mm, tomei 1 comprimido por dia de Estrofem 2mg, sem sucesso. Este mês tomei novamente Merional 75, e não houve ovulação.

O médico está suspeitando que devo ter alguma coisa nos ovários tbm, então falou sobre a FIV, mas achamos que é um pouco cedo p/ isso. Pensamos em aumentar a dosagem dos hormônios primeiro, ouvimos falar que tem o Puregon que é mais concentrado. Além disso, ele comentou sobre a existência do climatério precoce, mesmo sendo raro acontecer, disse que temos que ficar atentos a isso. Estou angustiada com tudo isso, mesmo com todo apoio do meu marido, mas fico pensando se no meu caso somente será a FIV.

Meu marido fez espermograma e está excelente, segundo o médico.

O que vc tem a dizer sobre meu caso?

Obrigada pela atenção.

Julliana

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Juliana

A grande maioria dos casais consegue engravidar em um ano de vida sexual ativa sem uso de proteção anticoncepcional. Portanto não se considera infertilidade conjugal, seja ela primária ou secundária, antes de pelo menos um ano de tentativa ou de seis meses para mulheres com mais de 40 anos.

Os motivos mais corriqueiros que autorizam submeter um casal à investigação de infertilidade, sem aguardar o período de um ano são:

1) Antecedentes de doença sexualmente transmitida ou doença inflamatória pélvica (salpingite-infecção na tubas uterinas).

2) Um ou mais abortos provocados.

3) Suspeita de ser portadora de endometriose.

4) Antecedente de apendicite supurada.

5) Uso de DIU e apresentou dor ou febre.

6) Irregularidade menstrual, onde estão incluídos os casos de síndrome de ovários policísticos.

7) Anorexia nervosa, bulimia, ganho ou perda excessiva de peso em curto período de tempo.

8) Homens com que tiveram caxumba depois da puberdade, que sofreram lesão traumática testicular (pontapé, etc.), cirurgia de hérnia na infância, cirurgia abdominal e que apresentaram falta de descida dos testículos para a bolsa escrotal na infância.

9) Uso em excesso de cigarros, maconha, álcool podem alterar significativamente a qualidade e quantidade de espermatozóides, assim como, o uso contínuo e em altas doses de calmantes, história de uso de anabolizantes para aumento de massa muscular, exposição a calor intenso e radiação.

Uma vez que tenha iniciado a investigação de infertilidade conjugal antes de completar um ano de tentativa, todos os exames de rotina devem ser pedidos, mesmo que se depare com algum alterado. A avaliação do perfil hormonal (FSH, Estradiol, LH, etc) deve ser feita entre o 2º e 3º dias do ciclo menstrual preferencialmente, para correta interpretação dos resultados. Por que foi aventada a hipótese de menopausa precoce?

Chama atenção o laudo da histerossalpingografia. Penso que seria melhor confirmar o diagnóstico de patologia tubária por meio da vídeo-laparoscopia antes de uma FIV ser indicada. Caso as tubas apresentem alterações significativas, aí, sem dúvida alguma, a FIV seria a melhor forma de tratamento. Por outro lado, a inseminação intra-uterina é feita, no máximo, por três tentativas para então, a FIV ser indicada. Quanto aos protocolos de indução da ovulação, há diversos, cada um com peculiaridades mais apropriadas para cada paciente. Cabe ao profissional qualificado decidir pelo mais conveniente.

Abraços

Cláudia Gazzo

Dra. Cláudia,

Em primeiro lugar gostaria de dizer que fiquei SUPER feliz de descobrir esse espaço do leitor da Folha Online para responder perguntas de mulheres com problemas como eu.

Tenho uma dúvida...

Venho tentando engravidar há 14 meses e nada... depois de 12 meses tentando, procurei um especialista e, depois de todos os exames, ele detectou que tenho a ovulação baixa. Tenho tomado clomid --estou entrando no terceiro ciclo.

E esse mês quando fui fazer o exame de progesterona veio um resultado de 50145. Me foi dito que estaria grávida pois o nível de progesterona estava muito alto. Fiz o BHCG e nada... deu negativo. Isso é possível?? A taxa alta de progesterona pode estar dessa maneira por causa do Clomid? Ou devo tentar fazer outro HCG??

Por favor, conto com a sua resposta.

Abraços, Patricia

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Patricia

Antes de mais nada, precisamos saber a unidade de medida adotada pelo laboratório em que foi dosada a progesterona. Em geral, a unidade é dada em nanogramas por mililitro (ng/ml). As concentrações de progesterona no plasma variam de acordo com a fase do ciclo menstrual e estado fisiológico da gravidez e menopausa, a saber:

Fase folicular do ciclo (1ª fase) - menos que 1ng/ml

Pico do meio do ciclo (ovulação) - menos que 4ng/ml

Fase lútea (pós- ovulatória) - 4-20ng/ml

Gravidez do 1º trimestre - 20-30ng/ml

Gravidez do 2º trimestre - 50-100ng/ml

Gravidez do 3º trimestre - 100-400ng/ml

Pós- menopausa - menos que 1ng/ml

Se a unidade de medida utilizada foi nanomoles por litro, isto significa que 3 ng/ml é igual a 10nmol/l. Não é habitual encontrar níveis tão mais altos de progesterona pós-ovulatória com o uso de citrato de clomifene. Na dúvida, repita a dosagem de betaHCG no sangue.

Abraços.

Cláudia Gazzo

ABORTOS ESPONTÂNEOS

Olá Claudia

Faço tratamento para ficar grávida há 3 anos, fiquei grávidas 02 vezes e perdi com 4 semanas. O médicos diz que eu não tenho nada que, já fiz vários exames e não consta nada, sobre a perda das 2 gravidez ele diz que é normal, mas desde então não consigo mais ficar grávida, porém neste mês minha menstruação atrasou 3 dias, como menstruo sempre no dia certo fiquei certa que estaria grávida, mas logo fiquei menstruadas.

Será que eu fiquei grávida e perdi novamente? Você pode me orientar o que devo fazer?

Grata

Rosane

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Rosane

Você enquadra-se na classificação de paciente portadora do chamado aborto de repetição ou recidivante. Esta condição ocorre em 2 a 3% das mulheres.

Embora classicamente, inicia-se a investigação para aborto habitual quando a terceira perda acontece, estamos autorizados a pesquisar a partir da segunda perda espontânea e consecutiva. Cinqüenta por cento dos casos podem ter a causa solucionada quando da segunda perda. As causas mais freqüentes de aborto espontâneo são:

1) Genéticas.

Trata-se de malformações do embrião ou feto incompatíveis com a vida. Para este diagnóstico ser dado, há necessidade de enviar parte do feto para estudo genético.

2) Anomalias do útero

Presença de miomas, sinéquias (cicatrizes) no interior da cavidade uterina, malformações uterinas como septo ou útero bicorno, etc.

3) Alterações hormonais

Insuficiência de produção de progesterona pelo ovário, hipotiroidismo, hiperprolactimemia.

4) Infecções

Toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis, brucelose, gonorréia, clamídia, listeriose, herpes, parvovirose, etc.

5) Doenças sistêmicas e metabólicas

Diabete Melito, hipertensão arterial, doença cardiovascular, doença renal crônica.

6) Imunológicas

Síndrome anti-fosfolípede, sensibilização ao fator Rh, Lúpus, presença de anticorpos contra a parte genética paterna do feto.

Como você apresentou apenas três dias de atraso menstrual, não se pode considerar importante essa variação do ciclo menstrual. Se ficou grávida ou não, o que importa no momento, é que a sua condição atual é de não estar grávida.

Quanto tempo está tentando engravidar novamente? 3 anos? Caso o tempo seja este, estaria indicado indução da ovulação para inseminação intra-uterina ou fertilização in vitro (depende de cada caso), desde que todos os exames de investigação básica de infertilidade conjugal tenha sido normais.

Abraços

Cláudia Gazzo

INFERTILIDADE MASCULINA

Boa noite ! Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-la pelos seus artigos; são de muito profissionalismo e competência. Tenho 29 anos e meu marido 27. Decidimos agora ter um filhinho. Fomos realizar todos os exames e meu marido fez o espermograma.

Para nossa surpresa, os resultados ficaram muito aquém da referência mínima, no que se refere à quantidade, morfologia, motilidade e vivos/mortos. Confesso que fiquei arrasada... Lendo seu artigo, fiquei um pouco mais tranqüila, pois estamos fazendo tudo que você orienta (ele fará o segundo teste), mas bate aquela insegurança que não vou conseguir engravidar.

Você teria algo a me dizer?

Um abraço

Juliana

Resposta da dra Cláudia Gazzo

Prezada Juliana

Sabe-se que o fator masculino é responsável por 30% dos casos de infertilidade conjugal, porém, a avaliação do mesmo permanece baseada fundamentalmente no espermograma, cuja característica pode variar muito de amostra para amostra.

Importante ressaltar que alterações encontradas na análise do sêmen em nada interferem com a vida e desempenho sexual do parceiro, grande preocupação da maioria dos homens. As causas da infertilidade masculina podem estar relacionadas com alterações na produção, maturação, motilidade dos espermatozóides (problemas hormonais, seqüelas de caxumba, doenças sexualmente transmissíveis, traumatismos testiculares, estresse, calor,irradiação, uso de maconha, álcool em excesso, medicamentos antidepressivos, alguns medicamentos antihipertensivos, síndromes genéticas, varicocele, etc), obstrução dos ductos ejaculatórios (ductos deferentes e uretra), problemas de ejaculação ( paraplegia, ejaculação retrógrada.

Uma avaliação com um andrologista estaria indicada.

Felizmente 25% dos casos com baixa concentração de espermatozóides (não acentuada) acabam engravidando de forma espontânea.

Abraços

Cláudia Gazzo

CISTO NO OVÁRIOS

Boa tarde. Tenho 27 anos sou casada e pretendo engravidar no ano que vem. Há mais ou menos um ano atrás fiz US transvaginal e descobri que no ovário direito estava com alguns cistos e no esquerdo uns três. Fiz tratamento por três meses com Selene e voltando a fazer o exame eles haviam todos desaparecidos.

Minha pergunta é a seguinte:

Será que tenho SOP ou os cistos que eu tinha são normais? Vou ter dificuldade para engravidar? Quando parar de tomar o remédio eles voltarão? Muito obrigada pela atenção.

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Marjorie

Não é possível concluir que seja portadora de SOP apenas pelo achado de imagens císticas ao ultra- som. O ovário contém diversos folículos (estruturas císticas onde os óvulos estão localizados), que dependendo da fase do ciclo menstrual, tornam-se maiores, e, quando vistos ao ultra-som, lembram pequenos cistos. Isto é absolutamente normal. A SOP apresenta-se como um leque de manifestações clínicas diferentes, e sua forma mais característica é aquela que cursa com atrasos menstruais, excluindo-se outras patologias.

Independentemente de ser portadora ou não de qualquer patologia, o uso de anticoncepcional hormonal bloqueia o estímulo ovariano e, consequentemente, os folículos ovarianos não se desenvolverão. Ao ultra-som, os ovários estarão em repouso, ou seja, sem as imagens císticas.

Abraços

Cláudia Gazzo

GRAVIDEZ TARDIA

Achei seu site na internet e resolvi escrever. Sou casada há 8 anos e sempre priorizamos outras coisas na vida, antes de pensar em filhos. Atualmente tenho 41 anos e estou tentando engravidar. A minha médica, fez vários acompanhamentos de ovulação e tivemos coito programado, em uma dessas vezes (aos 40 anos) eu engravidei, sem qualquer medicação. Porém, com 08 semanas eu tive um abortamento espontâneo. Estamos tentando fazer a inseminação, esse é o caminho que a minha médica aconselha, antes de fazer a FIV, porém, algumas amigas, dizem que na minha idade a inseminação não dá resultados. Isso é verdade?

Agradeço a sua resposta.

Resposta da dra Cláudia Gazzo

Prezada leitora

O apogeu da fertilidade ocorre entre 20-25 anos para homens e mulheres, com índice de fecundidade mensal aproximando-se de 40% (chance mensal de engravidar). A partir dos trinta anos da mulher, começa haver diminuição do índice de fecundidade mensal, chegando a 25% de chance por ciclo. A primeira queda pronunciada do índice de fecundidade verifica-se aos trinta e cinco anos; a segunda queda acentuada é observada na idade de trinta e sete anos, e próximo aos quarenta anos, chance de gravidez ao mês gira em torno de 5% a 10%.

Os efeitos da idade da mulher influencia os resultados de qualquer tratamento para infertilidade conjugal, independentemente da técnica adotada, seja ela inseminação intra-uterina, fertilização in vitro ou ICSI. A inseminação intra- uterina não está contra-indicada em seu caso, porém, é aconselhável que, após duas tentativas, no máximo, sem sucesso, outras técnicas de maior complexidade sejam empregadas (FIV ou ICSI).

Abraços

Cláudia Gazzo

MELASMA GRAVÍDICO

Boa noite, gostaria de fazer a seguinte pergunta: tenho manchas no meu rosto (melasma gravídico) hiperpigmentaçao no buço, queixo, maças do rosto e testa falaram-me do anticonceptivo Diane 35. Gostaria de saber se me vai fazer diminuir as manchas ou se ajuda a desaparecer, isto porque esta pílula é recomendada a pessoas com acne e problemas na pele.

Agradeço o auxílio que me puder dar.

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Teresa

Antes de fazer uso de qualquer medicamento, seja pílula ou não, é altamente recomendável que passe sob rigorosa avaliação médica, pois várias doenças,algumas das quais, graves, tal como Lúpus, Diabetes,etc, podem causar manchas na pele semelhante ao melasma gravídico.

De forma alguma tome Diane sem ter um diagnóstico, pois a pílula, por si só, pode causar manchas na pele, mesmo em mulheres que não as tenha previamente.

Abraços

Cláudia Gazzo

MIOMA INTRAMURAL

Boa Tarde,

Tenho 30 anos e possuo um mioma intramural no tamanho de 0,8 cm. Este mioma pode impedir uma gravidez? Um grande abraço, Mirtis

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Mirtis

Os miomas intra-murais que podem interferir com a fertilidade por alterarem a implantação embrionária, são os que têm 3 cm de diâmetro ou mais.

Abraços

Cláudia Gazzo.

ATRASO MENSTRUAL

Oi Cláudia.

Minha namorada está com a menstruação atrasada há quatro dias. Ela menstrua cerca de 2 semanas depois que ovula, no entanto ela diz ter percebido ovular novamente uma semana depois de já ter ovulado. Pergunto: é possível ovular 2 vezes no mesmo ciclo? Isso afetaria o atraso da menstruação?

Muito obrigado.

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezado Rodrigo

O ciclo menstrual caracteriza-se por um conjunto de eventos hormonais que se inicia no primeiro dia da menstruação de um mês e termina (para logo começar) no primeiro dia da menstruação do mês seguinte. Durante esse processo complexo , ocorre a ovulação no meio do ciclo. Na espécie humana, a ovulação acontece em um único episódio, porém , a mulher pode produzir um ou mais óvulos, seja de um único folículo ovariano (estrutura que contém o óvulo) ou de folículos diferentes.

Esse processo chama-se poliovulação. Daí, dois óvulos podem ser fecundados por dois espermatozóides diferentes em um mesmo ciclo, por exemplo, dando origem a uma gravidez gemelar com gêmeos não idênticos.

Resumindo, não há na literatura médica nada que confirme a ocorrência de duas ovulações em um mesmo ciclo menstrual, em dias diferentes. Pode haver mais de uma ovulação no mesmo dia do ciclo.

Abraços

Cláudia Gazzo

ATRASO MENSTRUAL 2

Boa tarde dra.

Minha noiva está muito nervosa enquanto que ando bem calmo (rs). No último dia 15 (novembro) tivemos relações e ela esqueceu de tomar seu remédio. No dia seguinte, tomou a pílula do dia seguinte apesar dos meus protestos achando que pode ser abortiva.
No dia 28 de novembro de tanto ela me pedir fomos ao seu ginecologista e realizamos um exame de sangue (Beta) dando negativo. Nos primeiros dias que ela tomou a pílula do dia seguinte ela sentiu dores meio fortes e teve um corrimento pequeno. Minha noiva vem tomando um anticoncepcional que não a faz menstruar há 8 meses e então ela não sabe como está seu ciclo. Detalhe.: ela já realizou no passado com outro namorado um aborto, poderá ter dificuldade para engravidar tbm? A senhora acha que ela pode estar grávida? Pois ela não quer estar.

Obrigado

Carlos

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezado Carlos

A pílula do dia seguinte deve ser tomada no máximo até 72 horas de uma relação sexual desprotegida. Pelo que consta, sua noiva a tomou no prazo indicado. Se assim o fez, não correrá risco de engravidar. Quanto a questão referente ao comprometimento da fertilidade por realização de um aborto eletivo, a técnica empregada deve ser levada em consideração.
De modo geral, a fertilidade não se altera, a não ser que seja seguido de infecção. A dilatação do canal do colo do útero seguida de curetagem pode aumentar o risco para ocorrência de gravidez nas tubas uterinas, assim como, aborto espontâneo do segundo trimestre.
Como sua noiva faz uso de anticoncepcional oral hormonal, seu ciclo menstrual está bloqueado. Isso é conseqüência da ação de qualquer pílula, mesmo daquelas que permitem que a menstruação venha. Na
verdade, neste último caso, o que a mulher apresenta não é uma menstruação verdadeira, mas sim, um sangramento decorrente da interrupção da pílula.

Abraços

Cláudia Gazzo

OVÁRIO MICROPOLICÍSTICO

Drª Cláudia, estava pesquisando na net sobre acantose nigricans e por acaso do destino estava essa home no meu caminho. Aos 15 anos descobri que tenho ovário micropolicístico, de início minha médica
> me pediu uma ecografia pra ver se sua suspeita estava correta, pois bem assim sendo me pediu pra tomar o anticoncepcional Diane 35 tomei durante seis meses e depois fiquei mais 6 meses sem tomar, não obtive resultado pois minha menstruação continuou desregular. Hoje tenho 23 anos e na última quinta-feira feira tive uma crise de dor aguda e ao ir a emergência de um hospital aqui em Brasília, me deparei com um médico que, ao me examinar, indicou pedra na vesícula e também pedra nos rins, estou me preparando pra cirurgia. Mas estou imensamente preocupada com essa tal de acantose nigricans, tenho essas manchas tanto no pescoço como nas axilas e parte interna das coxas, isso me envergonha muito, mas o q mais me assusta é o fato delas indicarem uma futura diabetes.

Como a srª poderia me orientar?? O que devo fazer?? Quem devo procurar?? Fico imensamente agradecida se puderes me ajudar.

Fabíola

Resposta da dra. Cláudia Gazzo

Prezada Fabíola

Antes de mais nada, é preciso informar que uma mulher portadora de síndrome dos ovários policísticos (SOP) que tenha atrasos menstruais, sempre os terá, pois esta entidade é uma patologia com a qual se nasce e não possui cura definitiva, ou seja, sempre que você interromper a pílula, passados alguns meses, sua menstruação voltará atrasar. O importante é proteger os ovários e prevenir complicações futuras. Para isso a pílula tem uma ótima indicação. Como você apresenta acantose nigricans, provavelmente esteja com níveis elevados de insulina no sangue. O controle dos níveis de insulina pode ser feito com o uso de diversos medicamentos. Segue abaixo algumas considerações de SOP, que eu já havia feito para outras leitoras.

Abraços

Cláudia Gazzo

A Síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma das causas mais comuns de anovulação crônica, ou seja, a mulher portadora desse problema ovula com menos freqüência e consequentemente apresenta, em geral, irregularidades menstruais. O diagnóstico engloba um conjunto de manifestações variáveis representadas principalmente por história clínica de atrasos menstruais desde a primeira menstruação, infertilidade, sinais de hiperandrogenismo (acne, pele oleosa, queda de cabelo e crescimento de pelos anormais), obesidade, elevação no sangue dos hormônios testosterona, SDHEA, 17-OH-progesterona, às vezes aumento da relação LH/FSH, ovários aumentados de volume, com presença de pequenos cistos funcionais distribuídos na periferia do órgão.O ultra-som não dá diagnóstico de certeza da SOP.

Apesar do nome Síndrome dos ovários policísticos, a base patológica dessa doença ainda não está completamente elucidada; acredita-se que a causa primária da doença seja um defeito da insulina (resistência a insulina), que para exercer sua ação ao nível dos órgãos periféricos (fígado, músculos e gordura), deve ser produzida em quantidades maiores que a habitual, acarretando aumento da concentração de insulina no sangue(hiperinsulinemia) e muitas vezes, intolerância à glicose. Pacientes com hiperinsulinemia têm maior propensão a desenvolver diabete, aumento de colesterol, hipertensão arterial, anovulação crônica e infertilidade. Esse quadro agrava-se ainda mais quando associado à obesidade (que não é o seu caso), cuja condição é uma predisposição genética e não adquirida pela SOP.
Mesmo assim , só conseguimos dar o diagnóstico de SOP através da avaliação completa de outras possíveis causas de anovulação crônica, tais como problemas de tiróide, da glândula supra-renal, aumento da produção de prolactina, etc. Resumindo, o diagnóstico de SOP é feito por exclusão de outras patologias.

Costumamos pedir os seguintes exames para quem tem ciclos menstruais irregulares e hiperandrogenismo:

1) dosagem dos hormônios FSH, LH, estradiol, prolactina, TSH, S-DHEA,testosterona total, 17-OH-progesterona entre o 2º e 3º dias do ciclo menstrual. O FSH é normal até 10-12 mUI/ml.

2) Curva de insulina associada à curva de glicemia para análise da resistência à insulina. Infelizmente a SOP não tem cura, pois a pessoa nasce assim. Apesar disso, as complicações dela advindas podem e devem ser evitadas, algumas das quais já citadas acima.

Devido à natureza pouco conhecida desta doença, a SOP é controlada de diversas maneiras a depender de cada caso. O tratamento da SOP é permanente e consiste em:

1) cuidados gerais como perda de peso, se a paciente for obesa (nem todas as portadoras de SOP são obesas)

2)tratamento medicamentoso que compreende:

2a) os anticoncepcionais hormonais (pílulas, anéis vaginais, anticoncepcionais injetáveis) que protegem os ovários contra a formação de microcistos (quando você fez o ultra-som na vigência do uso de Diane, era esperado que seus ovários estivessem sem folículos em crescimento), além de diminuir os níveis de hormônios masculinos circulantes e de insulina. Logo após a interrupção do uso dos anticoncepcionais hormonais, os primeiros ciclos tendem a ser regulares e ovulatórios, e é nesse momento que aumenta a chance de ocorrer uma gravidez espontânea. Caso contrário, não adianta insistir se os ciclos menstruais não estiverem regulares.

2b) nesse caso, passamos então, para uma segunda etapa. Se a pessoa for portadora de altos níveis de insulina, dá-se preferência atualmente, para os medicamentos que diminuem a resistência à insulina, tal como a metformina e os derivados da tiazolidinediona.As pacientes que melhor respondem a metformina são as que têm aumento dos níveis de insulina.Caso ocorra gravidez, a metformina poderá ser mantida até a 36ª semana de gestação (trabalhos científicos atuais mostram que essa medicação não interfere com o feto). Se os ovários não responderem satisfatoriamente:

2c) a terceira etapa medicamentosa compreende o uso dos agentes indutores da ovulação que podem ser utilizados isoladamente ou em associação aos agentes redutores dos níveis de insulina. O citrato de clomifeno tende a ser a droga de primeira escolha, seguido das gonadotrofinas, neste último caso, para se fazer algum procedimento de reprodução assistida.

MENOPAUSA PRECOCE

Querida Cláudia,

Conheci sua coluna no ano passado e vira-e-mexe procuro (e encontro!) informações nela. Estou muito triste por causa de meus últimos exames hormonais (que apontam para uma falência ovariana prematura, ou, menopausa precoce) e hoje voltei à sua coluna e li a matéria 'O impacto da infertilidade no climatério'. Na verdade, não quero perguntar nada, pois a sua abordagem do tema foi muito verdadeira e clara. Estou passando por isso, sem tirar nem por. Vc escreveu ' ... Analisando os depoimentos recebidos na coluna, percebo que a maioria das mulheres se surpreende com as dificuldades de gravidez nessa fase da vida, ...' e '... É comum lermos depoimentos de mulheres que estudaram, formaram-se, fizeram carreira acadêmica e quando se deram conta depararam-se exatamente com esse limite biológico e a dificuldade de gravidez. '

Faço 38 anos agora em janeiro e me decidi (meu marido já não tinha dúvidas) em tentar ter meu 1.o filho faz uns 8 meses. Outra coisa que eu sinto, e que vc não comentou, talvez porque poucas mulheres confessem, é que eu sempre dizia que se não desse certo, eu não iria sofrer. Que mentira!
Bem, sou mais uma que quer parabenizá-la pelo excelente trabalho, sério, competente e amoroso.

Grande abraço e obrigada por ler mais um desabafo.

Selene.

Resposta de Cláudia Collucci

Obrigada Selene, é realmente, a gente só pode avaliar o sofrimento quando vive uma situação real. E essa dor ela é única. Só nós mesmas podemos mensurá-la.

Abs

Cláudia Collucci

BAIXA CONTAGEM ESPERMÁTICA

Prezada Cláudia,

Depois de ler sua coluna de agosto de 2003 'Verdades e mentiras sobre varicocele', resolvi escrever, mas não gostaria de ter meu relato publicado.

Tenho 33 anos e estou casada há 7. Meu marido fará 37 em março. Há algum tempo tentamos ter um filho e começamos a achar estranho não termos conseguido. Ele havia feito exames antes do casamento e tudo estava normal. Eu também havia feito exames, ultra-som e tudo o que era recomendado para uma vida saudável e....nada. Numa visita de rotina ao ginecologista, ele sugeriu que o meu marido fizesse um novo espermograma e, para nossa surpresa, havia uma alteração. De 22 milhões/ml ele havia baixado para 11 milhões/ml. Os outros aspectos, de acordo com a avaliação do meu médico, estavam normais, considerando a quantidade de espermatozóides total. Indicados pelo ginecologista, procuramos um especialista em reprodução assistida, numa bela clínica em BH, cujos profissionais são muito bem recomendados. Na primeira meia hora de conversa, o médico já nos apresentou a ICSI como a única alternativa. Lembro que ainda argumentei sobre as causas de baixa contagem de espermatozóides, perguntei sobre varicocele e outras coisas, mas ele dizia que a cirurgia não garantia nada...fui ficando muito angustiada, mas achando que estava tudo normal. O meu marido é um homem determinado, mas vi que também saiu da clínica abalado. Ficamos muito sensíveis desde então.

Ele então me pediu alguns exames mais detalhados, não me lembro exatamente quais foram, mas fiz todos. Alguns dias depois, o telefone tocou no meu trabalho e era o médico que havia nos atendido, com os resultados dos meus exames. Ele já começou a conversa me oferecendo todo o tratamento para a ICSI de graça se eu me dispusesse a doar óvulos. Disse que havia muitas mulheres dispostas a bancar meu tratamento e precisando de doadores de qualidade. Fiquei tonta!!! A única coisa que eu consegui dizer foi: 'mas dr. tal procedimento não deveria ser espontâneo? Ele disse que sim, mas que estava no papel dele intermediar tais procedimentos, que eu deveria pensar e procurá-lo. Fiquei me sentindo um pedaço de carne pendurado naqueles açougues de interior.

Liguei p/ o Eduardo na mesma hora. Fiquei com medo...comecei a pensar nos exames que fiz, se não se aproveitaram da minha fragilidade p/ retirar óvulos durante algum deles......nunca mais liguei p/ o médico ou fui a outra clínica especializada.

Procuramos um urologista que, ao examinar o meu marido, detectou varicocele, pouquíssimas, mas detectou. Sugeriu a microcirurgia, mas desde então o meu marido não acredita nos médicos. Ele não aceita a possibilidade de ser operado, tampouco que eu me submeta a um tratamento mais agressivo. Ele acredita que eu vou engravidar naturalmente. Honestamente, sou mais pé no chão que ele, mas, desejo muito que ele tenha razão. Esta semana ele fez novo exame p/ ver se há alguma alteração e a contagem permanece inalterada (11 milhões/ml - 5,2 ml - motilidade, morfologia normais). Enquanto isso, vamos tentando... Precisamos de pessoas mais sérias....não é possível tratar tudo como um grande negócio.

Um abraço,

Daniela

Resposta de Cláudia Collucci

Concordo com vc Daniela. A área de reprodução assistida ainda precisa caminhar muito no aspecto ética no Brasil. Faço parte de um grupo de bioética que está muito preocupado com esses aspectos. Muitos médicos estão adotando técnicas ainda muito novas (como a ICSI) inadvertidamente, sem investir em uma investigação séria do casal. Ninguém sabe das conseqüências no futuro. Como esse assunto não é prioridade da saúde pública, eles deitam e rolam. Na medida do possível, tenho tentado alertar os casais para isso. É preciso reconhecer um bom médico. E a maneira como ele investiga o caso é a primeira pista que o diferencia dos demais. Espero que vocês consigam superar esse trauma inicial e ter o tão desejado filhote. Só fique atenta à idade, que ainda é um fator que joga contra nós, mulheres. Após os 30 anos, a qualidade dos óculos apresenta queda, que chega a ser brutal após os 40 anos. Portanto, não desistam.

abs

Cláudia Collucci

PERDA DO BEBÊ

Oi Cláudia! Meu nome e Viviane e no ano de 2003 ao sétimo mês de gestação não tive boas noticias ao fazer um ultrassom de rotina, suspeitaram que minha filha estava com tranposições nas artérias mais ate ai tudo bem, acreditava que ela iria fazer uma cirurgia ao nascer e que tudo ficaria bem com ajuda de Deus. Mais ao nascer foi um susto ela tinha ma formação congênita,comprometimento cardio e neuro não dando resposta ao tratamento e falecendo com oito dias. Estou com muita vontade de realizar meu sonho de ser mãe, mais tenho medo de acontecer isso de novo pois nos ultra-sons estava tudo bem. Meu medico falou que e para mim esquecer isso que foi só uma aberração da natureza e bola para frente, inclusive seu livro quero ser mãe me ajudou demais nos primeiros meses e já estou atrás de outro seu, bem para terminar só quero algum conselho seu me ajude tenho passado dias difíceis.

Obrigada Viviane

Resposta de Cláudia Collucci

Viviane, se vc puder me passar exatamente qual o diagnóstico dado à malformação do seu bebê (é uma síndrome?) poderia encaminhar aos colaboradores da coluna para que eles analisassem melhor o caso. Digo a vc para ter muita força, acreditar que tudo nessa vida tem uma razão de ser, mesmo que, em um primeiro momento, nada disso faça muito sentido. Ontem, vi uma frase em um filme que dizia mais ou menos que 'é preciso secar o milharal para que o novo floresça'. Acho que é isso, a ferida dói, às vezes ainda sangra, mas precisamos cicatrizá-la para que um novo ciclo de vida ocorra.

abs

Cláudia Collucci

ACUPUNTURA E IOGA

Querida Claudia,

Acompanhei sua coluna durante minha longa tentativa em engravidar. Eu tinha uma baixa de LH e FSH e os médicos diziam que deveria fazer uma terapia hormonal. Mas pesquisando e sentindo o que meu coração dizia, resolvi ir por métodos mais naturais. Sou praticante de yoga e acredito muito na sabedoria oriental. Após algumas conversas com amigas e pesquisas na internet, descobri que a acupuntura poderia ajudar. Iniciei então um tratamento em junho, e em agosto resolvi aliar a terapia. Em dezembro descobri que estou grávida! Gostaria de divulgar os benefícios de tratar a fertilidade como um problema da mulher como um todo e não como um problema de uma glândula ou do seu ovário... Gostaria que os médicos de formação ocidental prestassem mais atenção a isto ao invés de saírem distribuindo hormônios e remédios. A visão oriental ainda é muito mais humana e completa. Fica aqui meu depoimento. Boa sorte a todas que estão tentando, e não deixem de acreditar!

Um beijo,

Renata

Resposta de Cláudia Collucci

Renata, obrigada pelo seu depoimento. Também sou adepta da ioga e da acupuntura e testemunhas dos excelentes efeitos dessas terapias. Boa sorte na tua gravidez.

abs

Cláudia Collucci

VARICOCELE

Olá, Já lhe agradeci pelas informações, porém gostaria de saber algo. Quem tem varicocele tem azoospermia? Pois meu marido tem VAricocele,( fez 6 espermograma e morfológico também), eu posso engravidar por meios naturais e caso a resposta seja não, vc pode me indicar um profissional, para Reprodução Assistida.

Obrigada desde já

Simone

Resposta de Cláudia Collucci

Simone, não necessariamente há relação entre varicocele e azoospermia. Há homens com varicocele sem alteração alguma no sêmen. Ou homens com varicocele, com baixa taxa espermática, que engravidam suas mulheres sem o menor problema.Ou seja, não há regra geral. O ideal é que um andrologista examine seu marido e faça um diagnóstico.

FALTA DE OVULAÇÃO

Gostaria que, se possÍvel, me ajudasse. Seguinte, minha menstruação é irregular. Provavelmente não tenho ovulação certa. Gostaria de saber se é possível uma gravidez?

Desde já agradeço a atenção

Jakeline

Resposta de Cláudia Collucci

Jakeline, primeiro é preciso saber o por que da irregularidade. Vc deverá fazer exames para saber como estão os seus hormônios. Primeiro é preciso corrigir essa disfunção hormonal.

abs,

Cláudia Collucci

GRAVIDEZ

Olá, Claudia acompanho sempre o seu site e me sinto muito feliz quando vejo depoimentos de pessoas que depois de muita luta conseguiram engravidar. Eu também tento engravidar a 4 anos, já fiquei gravida 2 vezes e perdi, já fiz 2 inseminações e estava até para começar um novo tratamento na Faculdade do ABC, mas graças a Deus, hoje estou escrevendo também para compartilhar da minha felicidade, ESTOU GRAVIDA. Sabe tenho muito medo que a minha gravidez seja interrompida de novo mas desta vez estou muito confiante, se deus quiser e eu sei que ele quer todo vai dar certo.Gostaria de passar uma mensagem a todas as leitoras desta coluna de um bom ano novo e dizer para elas não deixar de acreditar que tudo é possível.

Um grande beijo a todos

Adriane

Resposta de Cláudia Collucci

Cara Adriane, Parabéns pela gravidez. tenha uma ótima gestação. Estaremos todas torcendo por vc.

abs

Cláudia Collucci
Cláudia Collucci, repórter da Folha de S. Paulo, é mestre em História da Ciência pela PUC-SP e autora dos livros "Por que a gravidez não vem?", da editora Atheneu, e "Quero ser Mãe", da editora Palavra Mágica. Escreve quinzenalmente na Folha Online.

E-mail: claudiacollucci@uol.com.br

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