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Quero Ser Mãe

11/03/2004

Fazer das cinzas adubo fertilizador

CLÁUDIA COLLUCCI
colunista da Folha Online

Queridas, antes de começar a coluna desta semana, quero cumprimentá-las pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado na última segunda-feira. Não sou muito dada a factóides, mas acho que devemos sim usar essas ocasiões para avaliarmos como está a nossa vida, o nosso feminino.

Nesse estresse vivido durante as tentativas frustradas de gravidez, é natural que muitas de nós nos afastemos desse lado porque, em geral, há um sentimento de baixa auto-estima, de exclusão desse mundo das mulheres que são mães. Há momentos em que detestamos o nosso corpo, que perdemos a libido e que nos esquecemos o que é namorar sem compromisso, sem querer saber se estamos ou não no período fértil.

Há outros momentos em que nos sentimos pequenas, medíocres por ter inveja da amiga grávida e com muito, mas muito medo de não conseguir a tão sonhada gravidez. São nesses momentos que daríamos tudo para voltar na linha do tempo e sermos novamente meninas, com o colo da mãe sempre por perto, pronto para receber o nosso choro.

Mas como não dá para entrar em uma máquina do tipo do filme "De Volta Para o Futuro", que tal mergulharmos dentro de nós mesmas e fazermos das nossas cinzas um adubo fertilizador? Que tal olharmos para os nossos maridos como nossos namorados, como alguém também cheio de medos, mas que está do nosso lado para o que der e vier? Que tal abrirmos o coração para acolher e ser acolhida, sem armaduras, sem mágoas passadas?

Para qualquer processo de criação (e um filho passa por isso), é preciso que estejamos realmente de bem com vida, enxergando o mundo colorido e não apenas uma massa cinzenta. Sei que não é fácil, mas também não é impossível. Dêem uma chance para isso aconteça. Abraços e boa semana a todas.

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FERTILIDADE E CÂNCER - Uma boa notícia às mulheres jovens vítimas de câncer que acabam perdendo a fertilidade após a quimioterapia. Pesquisadores do Hospital Presbiteriano de Nova Iorque (EA) conseguiram fertilizar o óvulo de uma mulher de 36 anos que havia sofrido de câncer de mama. Antes de se submeter ao tratamento para combater o câncer, a mulher teve retirado parte do seu tecido ovariano, que foi imediatamente congelado.

Após a quimioterapia, a mulher entrou em menopausa. Seis anos se passaram e o tecido ovariano guardado foi descongelado e implantado na parede do abdômen. O que parece ficção científica aconteceu de fato: houve formação de óvulos, que foram retirados e fecundados no laboratório.

Um deles deu origem a um embrião. Ainda não se sabe se a mulher conseguiu engravidar, mas só fato de conseguir um embrião através de tecido ovariano descongelado já é um grande avanço na medicina reprodutiva.

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CURSO PARA GINECOLOGISTA - Como sei que a coluna é bastante lida por ginecologistas, aí vai uma dica de curso gratuito sobre tratamento da infertilidade promovido pelo laboratório Serono. O curso abordará a indução de ovulação, técnica que pode ser feita sem internação ou anestesia. Inscrições pelo tel. 0800-113320

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FALTA DE TEMPO - Gente, o tempo está muito curto para responder a quantidade de e-mails que tenho recebido. Como já expliquei a vocês, faço esse trabalho nas minhas horas de folga, voluntariamente. Portanto, peço que tenham paciência e compreendam a demora.

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ARTIGO SOBRE ENDOMETRIOSE - Clique aqui para ler um artigo da dra. Lilian Takeda sobre endometriose e o tratamento com acupuntura.

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Cláudia Collucci, repórter da Folha de S. Paulo, é mestre em História da Ciência pela PUC-SP e autora dos livros "Por que a gravidez não vem?", da editora Atheneu, e "Quero ser Mãe", da editora Palavra Mágica. Escreve quinzenalmente na Folha Online.

E-mail: claudiacollucci@uol.com.br

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