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Quero Ser Mãe

17/01/2002

Espaço dos leitores

INFERTILIDADE

Cláudia

Lendo a Folha Online, achei suas matérias relacionadas à infertilidade, e tudo que estava escrito vinha ao encontro do que estou passando na minha vida pessoal, e me interessei muito pelo artigo "Alternativas baratas de fertilização in vitro", porém não consigo entrar em contato com o Instituto Sapientiae, mencionado na matéria, pois não consta nenhum fone/endereço no site, então gostaria de saber, se você poderia me ajudar, pois não sei se o mesmo ainda está funcionando.

Agora vou contar um pouco do meu caso. Estou casada há sete anos, tentando engravidar há quatro, sem sucesso. Foi quando começamos (eu e meu marido), uma investigação de infertilidade, e depois de vários exames tivemos o seguinte diagnóstico: eu (30 anos) tenho endometriose nas duas trompas e meu marido (41 anos), baixa contagem de espermatozoides e mobilidade fracas. Só teríamos alguma chance de gravidez, fazendo uma fertilização in vitro, só que devido ao alto custo, ainda não conseguimos fazer.

Lendo sua reportagem, achei que seria mais uma esperança. Espero obter uma resposta sua, pois realmente é muito difícil conseguir ajuda do governo ou até bom senso no pagamento das clínicas particulares.

Um abraço, e muito obrigada!!!!

Andréa

Oi Andrea, você pode conseguir informações na clínica Fertility. O diretor dessa clínica, o médico Edson Borges, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, faz parte do desse instituto. O telefone da clínica é o 0/xx/11/ 3885-9858.

Abraços e boa sorte

Cláudia Collucci


EMBOLIZAÇÃO

Cláudia

Parabéns pelo seu trabalho, eu não perco um assunto nem depoimento da sua coluna. O meu problema é que eu tenho o útero miomatoso e apesar de conseguir uma vaga no programa de Reprodução Humana no HSP, me aconselharam fazer embolização. Só que o HSP não faz este tratamento. Quero saber se você sabe qual o especialista eu posso procurar para fazer o tratamento, e se o convênio cobre este tipo de tratamento.

Um beijo

Marta

Marta, o médico Eduardo Motta respondeu, em parte, a sua dúvida. Acho que é uma informação importante, que você precisa considerar. Quanto ao especialista, sei que alguns ginecologistas particulares fazem esse procedimento. Mas acho que o ideal é você perguntar diretamente no seu plano de saúde quais os especialistas que fazem esse procedimento pelo convênio.

Abraços,

Cláudia Collucci


Resposta do médico Eduardo Motta

Prezada Marta,

A embolização é uma alternativa não cirúrgica para o tratamento do mioma. Nela, os médicos embolizam, ou seja, promovem uma obstrução na artéria uteria, aquela que nutre o útero e consequentemente o mioma. Com isto teremos uma diminuição do fluxo sanguíneo e regressão deste tumor. O grande problema é que o útero perderia sua nutrição, fundamental durante a implantação (fixação) do embrião. Logo, esse tratamento não se aplica para reprodução humana, mas sim para mulheres com mioma e que não querem se submeter a uma cirurgia. Agora, o que você precisa saber é até onde seu mioma atrapalha a gravidez.

Abraços,

Eduardo Motta
E-mail: emotta@huntington.com.br


ACIDEZ

Oi Claudia,

desculpe eu estar insistindo neste tema, mas é que me preocupa. Será que não existe um tratamento que resolva o problema da acidez?

Obrigada,

Marcia

Resposta do médico Eduardo Motta

Prezada Márcia

É possível que a acidez a qual você se refere esteja relacionada a algum tipo de corrimento genital. A causa mais comum é a candidíase (corrimento provocado por um fungo, a candida albicans). Existem formas de tirar a acidez, mas o ideal seria você procurar seu ginecologista para fazer um cultura do material vaginal e avaliarmos se existe algum tipo de infecção e, com isso, termos um tratamento mais correto.

Abraços e boa sorte,

Eduardo Motta
E-mail: emotta@huntington.com.br


MICROADENOMA

Cláudia

Como consigo comprar o seu livro: 'Quero Ser Mãe"? Estou casada há nove anos e ainda não sou mãe. Será que um dia vou conseguir? Tenho um microadenoma causado pelo aumento de prolactina. Posso ter esperanças? Tenho 38 anos, por favor, me ajude.

Denise

Denise
Quanto ao livro, a primeira edição está praticamente esgotada nas livrarias. Mas você pode comprar diretamente com a editora pelo site www.palavramagica.com.br/mae.htm

Quanto à sua dúvida, segue abaixo e-mail do médico Eduardo Motta

Abraços,

Cláudia Collucci

Resposta do médico Eduardo Motta

Prezada Denise

O microadenoma hipofisário é um tumor benigno na hipófise (uma glândula que fica no cérebro, mais ou menos na projeção do nariz) e produz a prolactina. Por sua vez, a prolactina em excesso impede a ovulação. Assim, as mulheres com hiper-prolactinemia costumam ter irregularidade menstrual (e não engravidam) antes de qualquer outro sintoma. O ideal é tratar com remédios. Hoje dispomos de uma série de medicamentos excelentes para este fim. Como seu diagnóstico já está feito, imagino até que já esteja tomando algo.

Abraços e sucesso,

Eduardo Motta
E-mail: emotta@huntington.com.br


MUCO HOSTIL

Cláudia

Tenho lido sua coluna sempre e a cada dia fico mais impressionada com a quantidade de casais que tentam engravidar e não conseguem. Tenho 30 anos e meu marido 27. Estou tentando ter filho há mais de quatro anos. Já tomei hormônios para ovular, fiz controle ovulatório, histerossalpingografia e meu marido, dois espermogramas. Já passei por mais de quatro médicos e todos diziam que éramos normais, pois eu ovulo normalmente.

Só que ouvir isso é pior do que se dissessem qual era realmente o nosso problema, já que nunca engravidei em mais de nove anos de relacionamento.

Até que fui procurar tratamento no Pérola Bynton, já que lá fazem o tratamento gratuitamente, inclusive a fertilização. Como eu tinha todos os exames em mãos, só me pediram o TPC (teste pós-coito) e lá perceberam, poucas horas depois de eu ter relação, que os espermatozóides estavam mortos. Fiquei muito revoltada por nenhum médico, ao longo desses anos, ter me pedido esse exame tão simples. A partir disso já me encaminharam para a inseminação.

Já li na sua coluna que há controvérsias nesse assunto, muitos especialistas acreditam que o muco servical hostil não é considerado uma infertilidade, então como eles explicam o meu caso, já que foi a única causa aparente?

Também ouvi falar que existe um medicamento para se tomar antes de tentar a inseminação, gostaria de saber se é verdade e qual é.

Obrigada por esclarecer nossas dúvidas, pois só alguém que passa por isso para dar tanta atenção para esse assunto, que muitos médicos tratam com descaso.

Cara,

Falei com alguns especialistas em reprodução assistida e, como você já está sendo acompanhada por um serviço médico, eles acham antiético qualquer comentário sobre o tratamento, especialmente, indicar o tal do remédio antes da inseminação.

Abraços,

Cláudia Collucci


ADOÇÃO

Cláudia,

Existem tantas crianças abandonadas neste nosso Brasil, precisando de uma mãe e um pai. Crianças inocentes do erro dos pais biológicos. Por que antes de pensar nos milagres da medicina, não se pensa nos milagres que o amor pode fazer?

Deixo minha indignação.

Neuza

Oi Neusa, concordo com você. Dê uma lida em uma coluna anterior, cujo o título é "A adoção como alternativa", que acompanha, inclusive, um artigo belíssimo de uma escritora portuguesa chamada Clara Pinto Correa, que adotou dois meninos.

Abraços

Cláudia Collucci


ATITUDE ABSURDA

Cláudia,

Gostei muito do artigo "Reprodução assistida: falta de informação gera abuso", de sua autoria.

E achei um absurdo o que o médico (se é que uma pessoa assim pode ser chamada de 'médico') disse: "Isso não foi um sucesso, foi o maior fracasso. Você é o meu fracasso".

Este homem deveria ter seu nome publicado na internet, o nome da clínica onde ele trabalha e o local onde a mesma se encontra também, para que as pessoas "conheçam" os péssimos profissionais que se escondem hoje no meio dos bons -como o joio no meio do trigo. Desculpe o desabafo, fiquei indignado com a frieza do 'indivíduo'.

Um abraço,

Alex

Olá Alex, obrigada pelo retorno. Concordo inteiramente com você. O problema é que o medo (ou a falta de informação) das pacientes é tanto que elas são as primeiras a pedir que não seja revelado o nome da clínica ou do médico. De qualquer maneira, desabafos como esse seu são extremamente úteis para que esses profissionais saibam que existem pessoas com senso crítico e que se indignam com suas atividades.

Um abraço,

Cláudia Collucci


ALMA

Cara Cláudia

Acabei de ler o seu artigo, e mesmo na condição de leigo no assunto achei-o muito esclarecedor. Tenho acompanhado o assunto superficialmente, mas entendo que pessoas como você, ainda mais mestranda em História da Ciência, poderia introduzir nessa discussão um elemento, certamente polêmico, mas que, no nosso modesto ponto de vista, enriquecido por natureza -o espírito, ou alma, como se vincularia a esses tipos de reprodução?

Um abraço

Filogônio


Filogônio, achei interessante a sua sugestão. Só preciso encontrar uma maneira de escrever isso de forma didática, bem diferente do texto acadêmico. De qualquer maneira, obrigada pela sugestão.

Um abraço,

Cláudia Collucci


Cláudia Collucci, repórter da Folha de S. Paulo, é mestre em História da Ciência pela PUC-SP e autora dos livros "Por que a gravidez não vem?", da editora Atheneu, e "Quero ser Mãe", da editora Palavra Mágica. Escreve quinzenalmente na Folha Online.

E-mail: claudiacollucci@uol.com.br

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