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Regra 10

21/12/2007

Libertadores à Bolognesi

EDUARDO VIEIRA DA COSTA
Editor de Esporte da Folha Online

Se você não torce por São Paulo, Santos, Flamengo, Fluminense ou Cruzeiro e ainda assim quer um clube para apoiar na Taça Libertadores de 2008, uma saída pode ser adotar o Coronel Bolognesi. Um amigo meu corintiano já confessou que o fará.

É claro que, na situação em que se encontra o Corinthians, não resta muito a fazer para a torcida. Libertadores, na melhor das hipóteses, só em 2009. Isso contando com um título na Copa do Brasil-2008.

Voltando ao Coronel Bolognesi --ou Bolo, como o time é chamado pela torcida--, a presença da equipe peruana na Libertadores provavelmente assustou muita gente. Inclusive eu.

Apesar de não chegar a ser um time de massa (perdão pelo trocadilho, não deu para resistir), o Bolognesi é o atual campeão do Torneio Clausura, o segundo turno do Campeonato Peruano. Só não ficou com o título Nacional porque conseguiu ser o último colocado no Torneio Apertura. Uma coisa meio ao estilo Botafogo.

O nome Coronel Bolognesi, que causa estranhamento --mais estranho é que o Vasco da Gama não desperta mais este tipo de coisa, apesar de também ser um nome de pessoa--, vem do patrono do exército peruano, Francisco Bolognesi Cervantes, que morreu na Batalha de Arica, em 1880, defendendo seu país dos chilenos na Guerra do Pacífico.

O time nasceu em 1929 como Club Deportivo Coronel Bolognesi, mas foi refundado em 1998 como Deportivo Bolito. A nova equipe conseguiu vários acessos seguidos e, já de volta à primeira divisão, foi rebatizada como Coronel Bolognesi Fútbol Club, voltando à tradição.

Além do Clausura-2007, o clube conta com outros dois títulos, as Copas do Peru de 1976 e de 2001. Joga na cidade de Tacna, no extremo sul do Peru, no meio do deserto.

Logo na estréia na Libertadores, o time pega o Flamengo, no acanhado estádio Jorge Basadre, com capacidade para 25 mil pessoas. E depois vai ter que encarar 80 mil torcedores ou mais no Maracanã.

Os outros dois times da chave são Nacional, do Uruguai, e o vencedor do duelo entre pequeno Montevideo Wanderers, também uruguaio, e o velho conhecido Cienciano, do Peru.

Quem sabe não passam Flamengo e Bolognesi? Não é impossível. O Nacional há muito tempo não é mais grandes coisas.

De qualquer forma, se for de seu agrado adotar o time mais fraco (ou, por que não dizer, o bizarro), já pode ir treinando o canto da torcida local:

"Vamos Bolo! Arriba Tacna!"

*

A coluna Regra 10 faz um breve recesso e volta a ser publicada no dia 11 de janeiro de 2008. Um bom Natal e um ótimo Ano Novo a todos.

Eduardo Vieira da Costa foi repórter do diário "Lance" e da Folha Online, onde atualmente é editor de Esporte. Escreve a coluna Regra 10, semanalmente, às sextas-feiras, além de comentar futebol em podcast neste mesmo dia.

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