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Regra 10

04/04/2008

Fútbol brasileño

EDUARDO VIEIRA DA COSTA
Editor de Esporte da Folha Online

Outrora raro, o idioma espanhol já conquistou definitivamente seu espaço no futebol brasileiro. Dos grandes times de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos têm pelo menos um "hermano" no elenco.

Corinthians e Santos têm logo três cada um --o time da Baixada tinha quatro, mas o chileno Sebastian Pinto pediu para sair.

E desta forma, seja na beira do gramado ou nas coletivas, as entrevistas têm sido cada vez mais bilíngües. Pelota, goles, cancha, jugador, ganar e muitas outras são palavras que hoje fazem parte do vocabulário futebolístico nacional.

Mas nem sempre espanhol e português são assim tão iguais como pode parecer. Para quem não estudou a língua de nossos países irmãos, entender o que falam esses jogadores pode ser bastante complicado.

Jogadores como o colombiano Molina, que fez uma partidaça pelo Santos contra o San José, quando marcou quatro gols, dão entrevistas em espanhol puro. Ou seja, ele não apela ao "portunhol".

Acho até que pode ficar mais fácil para entender desta forma. Em vez de ficar inventando, ele fala apenas em seu idioma, de forma pausada --uma saída bem honesta. Mas eu estudei pelo menos um pouco de espanhol. Não sei se conseguiria entender sem isso.

O detalhe é que muitas vezes podemos achar que estamos entendendo alguém que fala o espanhol quando na verdade estamos fazendo grandes confusões. E o inverso também é muito verdadeiro.

Nas experiências que tive em países de língua espanhola, o que senti foi que eu tinha mais facilidade para entendê-los do que o contrário.

As falhas na comunicação podem até se tornar cômicas. Dois amigos meus, por exemplo, tentaram pedir um energético em um mercadinho na Argentina. A atendente achou que tinha entendido. E trouxe para eles um canivete!

Quando Carlitos Tevez estava no Corinthians, duvido que alguém entendesse perfeitamente qualquer coisa que ele falava. Se ele entrasse num mercadinho em São Paulo e pedisse um "energizante" (é assim energético em espanhol), seria possível que ele falasse uma palavra tão estranha e ininteligível que o atendente o atacasse com um canivete para se proteger.

Mas é fato que entender os brasileiros pelo mundo afora também não é tarefa tranqüila. Que o digam os espanhóis, que sofreram com o Luxemburgo na época do Real Madrid.

Se bem que o Luxemburgo conseguiu algo inusitado. Misturou tanto que não era entendido nem por quem fala espanhol nem por quem fala português.

*

Invadir estádios de futebol é altamente condenável, é claro. Mas esse vídeo tem algumas invasões que são muito engraçadas. Destaque para o sujeito que tenta marcar um gol pelado e o goleiro defende.

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Feito bizarro do time húngaro Fehérvár. O adversário perde pênalti, mas o zagueiro resolve o "problema".

Eduardo Vieira da Costa foi repórter do diário "Lance" e da Folha Online, onde atualmente é editor de Esporte. Escreve a coluna Regra 10, semanalmente, às sextas-feiras, além de comentar futebol em podcast neste mesmo dia.

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