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Regra 10

20/06/2008

Renato Gaúcho e as 5.000 mulheres

EDUARDO VIEIRA DA COSTA
Editor de Esporte da Folha Online

Renato Gaúcho foi campeão da Libertadores e do Mundial interclubes como jogador, além de colecionar outros tantos títulos nacionais e estaduais. Pela seleção, conquistou uma Copa América. Como treinador, venceu a Copa do Brasil. E agora pode voltar a levantar o troféu máximo do continente no comando Fluminense.

Nada disso me impressiona tanto quanto a declaração dada dias após passar pelo Boca Juniors e classificar o time carioca pela primeira vez para uma final de Libertadores. Em entrevista ao jornal Meia Hora, o técnico afirmou ter tido relações sexuais com 5.000 mulheres diferentes.

É isso mesmo. Digo, é isso mesmo que ele afirmou. Se é verdade, são outros 500. Ou outras 5.000. É muito mais difícil do que provar os mil gols do Romário, por exemplo, que bem ou mal têm alguma documentação. Para usar uma expressão muito usada pelo Felipão quando desconfia ou não concorda com alguma coisa, posso dizer ao Renato: "Se tu diz...".

A real relevância jornalística da frase do técnico é nula. Mas não deixa de ser curiosa e, principalmente, reveladora da personalidade dele.

Reprodução
Capa do jornal Meia Hora do dia 8 de junho com Renato Gaúcho
Capa do jornal Meia Hora do dia 8 de junho com Renato Gaúcho

A declaração em si já mostra espantoso narcisismo. Vale a pena ler a íntegra da frase publicada pelo Meia Hora. "Vou contar uma parada para você e acredite se quiser. Eu refiz as minhas contas e cheguei à conclusão de que há muito tempo ultrapassei a marca das 3.000 transas. Contei, recontei e cheguei à conclusão de que já transei com nada mais nada menos que 5.000 mulheres. Nunca ninguém fez tanto sexo. Eu sou um verdadeiro fenômeno. Pode escrever na sua coluna que o Renato Gaúcho é um verdadeiro exterminador de tabus."

Mas vale lembrar que se ele começou sua vida sexual aos 13 anos, como já revelou anteriormente, e como vai fazer 46 anos este ano, teria então que ter feito sexo com três mulheres diferentes por semana durante esses 33 anos para chegar à marca.

O ego ultra-inflado de Renato Gaúcho, no entanto, não é raro entre personalidades do esporte. O mito norte-americano do basquete Wilt Chamberlain, que morreu com 63 anos, escreveu em sua autobiografia que dormiu com 20 mil mulheres. Ou seja, oito diferentes por semana dos 15 anos até o último dia de vida.

Então tá. Se tu diz...

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O polemista Renato Gaúcho também já se colocou à disposição recentemente para assumir a seleção brasileira no futuro. O mesmo fez Vanderlei Luxemburgo. Ambos são pré-candidatos declarados à vaga quando Dunga sair. E, pelos últimos jogos da seleção, não deve demorar muito.

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Já coloquei esse link aqui antes, mas vou publicá-lo de novo porque ilustra bem o tema da coluna. Além de ser bem engraçado. Renato Gaúcho no dia dos namorados de 1985.

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Voltando à seleção, as declarações do Gilberto indignado com os aplausos da torcida no Mineirão ao Messi é que são motivo verdadeiro de indignação. Primeiro, a torcida tem o direito de vaiar o quanto quiser e de aplaudir o rival em forma de protesto o quanto quiser. Ninguém agrediu os jogadores. Segundo, não interessa se ele deixa a família em casa para jogar pela seleção. Não é favor a ninguém ele jogar pelo Brasil.

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Duas dicas de sites legais. No blog Último Ato você encontra resenhas sobre cinema, literatura, música, artes e cultura em geral. No Morfina, que conta com minha colaboração e acaba de passar por uma reformulação, além de resenhas culturais também há contos, críticas esportivas e pitacos legais sobre um monte de coisas.

Eduardo Vieira da Costa foi repórter do diário "Lance" e da Folha Online, onde atualmente é editor de Esporte. Escreve a coluna Regra 10, semanalmente, às sextas-feiras, além de comentar futebol em podcast neste mesmo dia.

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