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16/12/2004
-
10h01
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
A POF (Pesquisa de Orçamento das Famílias), organizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela que o brasileiro está consumindo açúcares e gorduras em excesso e que a ingestão de frutas e verduras está abaixo do recomendável.
Segundo o IBGE, o problema na alimentação do brasileiro não está na quantidade de calorias ingeridas, de cerca de 1.800 kcal por dia, e sim na qualidade do alimento. A Organização para Alimentação e Agricultura estima que uma dieta saudável fique em torno de 2.300 kcal por dia.
No meio urbano, o total fica em 1.700 kcal e no meio rural, em 2.400 kcal. O IBGE destaca, no entanto, que a pesquisa não considera a alimentação fora do domicílio, um dos principais fatores para a desproporção entre os dois ambientes. Além disso, há também a hipótese de que as necessidades energéticas sejam menores no meio urbano.
O prato do brasileiro é composto em sua maior parte por carboidratos, como pão, arroz e macarrão. Eles representam 59,6% das calorias totais ingeridas por dia e estão dentro das recomendações nutricionais de 55% a 75%. As proteínas também se enquadram no patamar adequado de alimentação, estimado em 10% a 15%. O brasileiro consome 12,8% de carnes.
A principal preocupação é a incidência de açúcares nos carboidratos: eles chegam a 13,7% contra um máximo de 10% fixados pelas recomendações nutricionais. Além disso, o consumo de lipídios (gorduras) está próximo do limite, em 27,6%. O máximo estimado é de 30%.
A comparação dos resultados dos meios urbano e rural mostra diferença significativa no consumo de carboidratos e lipídios. No meio rural, 65% das calorias provêm de carboidratos; no meio urbano o percentual cai para 58%. Já os lipídios representam 23% do total de calorias no campo e 29%, nas cidades.
O IBGE destaca que o aumento no consumo de lipídios no meio urbano não significa uma redução na ingestão de açúcar e sim uma redução no consumo de carboidratos, considerados benéficos para uma alimentação equilibrada. O consumo de açúcar ficou em quase 14% nos meios urbano e rural.
As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste registram um consumo de gorduras superior ao limite de 30%. De acordo com o IBGE, o enfoque por regiões mostra "o aporte excessivo de açúcar em todo o país".
O consumo em demasia de açúcares e gorduras pode propiciar o aparecimento de doenças crônicas e cardiovasculares.
Frutas
No país que fez do agrobusiness um sinônimo de lucratividade, o consumo de frutas, verduras e legumes mostra-se ainda bastante impopular. Elas representam apenas 2,3% das calorias totais. A recomendação para o consumo desses alimentos é de 6% a 7%.
Segundo o IBGE, o déficit destes itens na alimentação não está relacionado somente ao fator renda, mas principalmente a uma questão cultural. A análise do consumo das famílias com rendimento de um quarto de salário mínimo por pessoa e de mais de cinco salários mínimos por componente confirma a avaliação.
Frutas e sucos representam apenas 3,44% das calorias totais dos que ganham mais e 0,61% dos que têm menor renda. Verduras e legumes somam somente 1,44% das calorias dos de maior renda e 0,35% dos que ganham menos.
Já os refrigerantes e açúcares têm uma distribuição mais equilibrada. Os mais pobres chegam a consumir 12,54% deste item entre as suas calorias totais e os mais ricos, 10,88%.
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da Folha Online, no Rio
A POF (Pesquisa de Orçamento das Famílias), organizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela que o brasileiro está consumindo açúcares e gorduras em excesso e que a ingestão de frutas e verduras está abaixo do recomendável.
Segundo o IBGE, o problema na alimentação do brasileiro não está na quantidade de calorias ingeridas, de cerca de 1.800 kcal por dia, e sim na qualidade do alimento. A Organização para Alimentação e Agricultura estima que uma dieta saudável fique em torno de 2.300 kcal por dia.
No meio urbano, o total fica em 1.700 kcal e no meio rural, em 2.400 kcal. O IBGE destaca, no entanto, que a pesquisa não considera a alimentação fora do domicílio, um dos principais fatores para a desproporção entre os dois ambientes. Além disso, há também a hipótese de que as necessidades energéticas sejam menores no meio urbano.
O prato do brasileiro é composto em sua maior parte por carboidratos, como pão, arroz e macarrão. Eles representam 59,6% das calorias totais ingeridas por dia e estão dentro das recomendações nutricionais de 55% a 75%. As proteínas também se enquadram no patamar adequado de alimentação, estimado em 10% a 15%. O brasileiro consome 12,8% de carnes.
A principal preocupação é a incidência de açúcares nos carboidratos: eles chegam a 13,7% contra um máximo de 10% fixados pelas recomendações nutricionais. Além disso, o consumo de lipídios (gorduras) está próximo do limite, em 27,6%. O máximo estimado é de 30%.
A comparação dos resultados dos meios urbano e rural mostra diferença significativa no consumo de carboidratos e lipídios. No meio rural, 65% das calorias provêm de carboidratos; no meio urbano o percentual cai para 58%. Já os lipídios representam 23% do total de calorias no campo e 29%, nas cidades.
O IBGE destaca que o aumento no consumo de lipídios no meio urbano não significa uma redução na ingestão de açúcar e sim uma redução no consumo de carboidratos, considerados benéficos para uma alimentação equilibrada. O consumo de açúcar ficou em quase 14% nos meios urbano e rural.
As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste registram um consumo de gorduras superior ao limite de 30%. De acordo com o IBGE, o enfoque por regiões mostra "o aporte excessivo de açúcar em todo o país".
O consumo em demasia de açúcares e gorduras pode propiciar o aparecimento de doenças crônicas e cardiovasculares.
Frutas
No país que fez do agrobusiness um sinônimo de lucratividade, o consumo de frutas, verduras e legumes mostra-se ainda bastante impopular. Elas representam apenas 2,3% das calorias totais. A recomendação para o consumo desses alimentos é de 6% a 7%.
Segundo o IBGE, o déficit destes itens na alimentação não está relacionado somente ao fator renda, mas principalmente a uma questão cultural. A análise do consumo das famílias com rendimento de um quarto de salário mínimo por pessoa e de mais de cinco salários mínimos por componente confirma a avaliação.
Frutas e sucos representam apenas 3,44% das calorias totais dos que ganham mais e 0,61% dos que têm menor renda. Verduras e legumes somam somente 1,44% das calorias dos de maior renda e 0,35% dos que ganham menos.
Já os refrigerantes e açúcares têm uma distribuição mais equilibrada. Os mais pobres chegam a consumir 12,54% deste item entre as suas calorias totais e os mais ricos, 10,88%.
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