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12/01/2005 - 17h14

Corpo de brasileiro morto no Aconcágua é enterrado no interior de SP

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da Folha Online

O corpo do dentista Eduardo Silva, 40, morto durante escalada no pico do Aconcágua (Argentina), foi enterrado por volta das 17h desta quarta-feira, no cemitério Pax, no bairro Árvore Grande, em Sorocaba (100 km de SP). O velório ocorreu na Igreja Presbiteriana da cidade.

Silva e a mulher, a jornalista Rita Bragatto, 34, perderam os sentidos na última sexta-feira, depois de chegarem ao topo da montanha. Rita sobreviveu.

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Familiares e amigos acompanham enterro de Silva
Familiares e amigos acompanham enterro de Silva
Rita e o corpo do dentista chegaram ao Brasil na noite de terça. Ainda debilitada, a jornalista estava em uma cadeira de rodas e, no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos (Grande São Paulo), evitou falar com a imprensa.

Aconcágua

O casal alcançou o cume do Aconcágua na noite da última quinta-feira, mas não conseguiu fazer o caminho de volta. Silva e Rita, que estavam sem guia, desceram aproximadamente 200 metros e pararam para descansar, depois de notar sinais de congelamento.

Os dois foram encontrados por um guia norueguês, na sexta-feira, desacordados. No entanto, Silva não reagiu ao socorro. O corpo foi resgatado no domingo.

O casal se preparava para a escalada do Aconcágua havia sete meses.

Causas

O diretor de Recursos Naturais Renováveis do Ministério do Meio Ambiente de Mendoza (Argentina) e responsável pela administração do Parque Aconcágua, Leopoldo León, afirma que houve "negligência" por parte do casal.

Em relatório sobre o incidente, León também aponta "especulação econômica para não pagar guias". Segundo teriam dito no parque, os brasileiros não contrataram guia por achar alto o valor do serviço --cerca de US$ 2.000 (R$ 5.300).

De acordo com o relatório, Rita também teria comentado que Eduardo sentira dores no peito no acampamento Berlim --antes da etapa final da subida ao pico-, "o que depois negou nas declarações escritas".

Os brasileiros gastaram 16 horas na subida, o dobro da média, segundo o relatório. "Eles permaneceram duas horas no pico. Os alpinistas experientes começam a descer depois de meia hora ali", diz León, apontando o que considera sinais de "desconhecimento" do casal sobre os riscos da expedição que faziam.

No documento, León descreve o socorro prestado aos brasileiros, que Bragatto classificou como "muito falho" em entrevista ao "Fantástico", da TV Globo.

León diz que eles não apresentavam sintomas de congelamento. Silva foi encontrado com vida, mas não resistiu e morreu antes de ser resgatado.

O salvamento dos brasileiros foi considerado menos prioritário, diante de dois outros pedidos de socorro. "Havia um japonês que se perdeu do guia e um grupo de três argentinos e seu guia também perdidos. Os brasileiros informavam que estavam cansados. Não estavam nem perdidos nem feridos. Pela escala de valores dos resgates, os outros deveriam ser atendidos primeiro", disse León.

Mortes

Em 1998, os alpinistas brasileiros Mozart Catão, Alexandre Oliveira e Othon Leonardos morreram depois de serem atingidos por uma avalanche no Aconcágua.

Eles integravam um grupo de cinco brasileiros que tentava escalar o pico.

Com Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

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