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08/02/2005 - 03h16

Portela deixa dois carros e Velha Guarda na concentração

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

A Portela viveu momentos dramáticos durante seu desfile na Marquês de Sapucaí. Pela primeira vez na história da agremiação, os integrantes da chamada Velha Guarda da escola, que reúne personalidades históricas da escola, foram impedidos de desfilar.

A escola teve problemas com quase todos os seus carros, o que atrasou sua entrada. Para contornar o problema, a Portela teve de inverter algumas de suas alas e correr para não estourar o tempo regulamentar de 80 minutos.

Por conta do atraso, o presidente da escola, Nilo Figueiredo, mandou fechar os portões e não deixou dois carros entrarem na avenida para evitar perder ainda mais pontos com o atraso --cada minuto de atraso é um ponto perdido.

Em um acontecimento inédito, a Velha Guarda foi impedida de desfilar para não atrasar a apresentação. O incidente provocou a indignação da comunidade portelense e da platéia, que vaiou o presidente da escola.

O presidente da Portela, ainda durante o desfile, assumiu a responsabilidade pelos problemas enfrentados pela escola. "A culpa é minha, eu assumo a responsabilidade", disse.

"Me desce"

Personalidades históricas da comunidade, entre elas a tia Surica, que organiza as tradicionais feijoadas dos sábado, permaneceram na concentração. Outros, emocionados, caminharam pela Sapucaí sem o acompanhamento do som da bateria e dos puxadores de samba.

Quando percebeu que corria o risco de não desfilar, tia Surica, uma das integrantes mais representativas da Velha Guarda da Portela, pediu ajuda para descer do carro alegórico. "Me desce, me desce. Pelo amor de Deus. Se ninguém me descer eu vou me jogar", disse. "Eu quero desfilar de qualquer jeito", acrescentou.

Ao final do tumulto, ela disse que não estava triste porque "a Portela está acima de tudo".

A platéia cantou o samba da escola, transformando o momento num dos mais inesquecíveis da história do Carnaval brasileiro.

Alguns componentes da Velha Guarda da Portela passaram mal e precisaram ser atendidos nos postos médicos.

O último carro alegórico, outra águia, que iria levar outro carro acoplado com a Velha Guarda, também passou pelo sambódromo sob os aplausos da arquibancada.

Seqüência de problemas

Os problemas da escola começaram no início do desfile. O carro abre-alas cuja parte traseira pegou fogo no domingo, teve problemas no momento de encaixar as asas da águia --símbolo da escola.

Como o cronômetro já avançava, a diretoria decidiu colocar o carro na avenida mesmo sem as asas prateadas.

O segundo carro também foi colocado às pressas na avenida. Em seguida, foi a vez do terceiro carro dar problemas. Os integrantes da escola tiveram dificuldades em manobrar a alegoria, que teve Renato Aragão como um dos destaques.

Esse carro quase entrou sem o gerador que estava acoplado na parte de trás do carro. Para evitar que se formasse um buraco muito grande, algumas alas adiantaram sua entrada, o que prejudicou a harmonia da escola.

Uma das escolas mais tradicionais do Rio de Janeiro, a Portela apresentou o enredo "Nós Podemos: Oito Idéias Para Mudar o Mundo", defendendo as oito metas estabelecidas pela ONU em 2000, como a erradicação da pobreza e da fome, a redução da mortalidade infantil e a sustentabilidade do meio ambiente.

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