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05/03/2005 - 21h57

Morte de vigia por juiz no Ceará teve cena do crime alterada

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

Novas imagens gravadas pelo circuito interno de TV do supermercado onde um vigia foi morto pelo juiz Pedro Pecy Barbosa Araújo, 57, no último dia 27, em Sobral (a 233 km de Fortaleza), mostram que a cena do crime foi alterada antes da chegada dos peritos da Polícia Civil.

Segundo essas imagens, poucos minutos depois que o juiz matou o vigia José Renato Coelho Rodrigues, 32, com um tiro na nuca, e fugiu, policiais militares chegaram ao supermercado, com outras pessoas, e uma delas (um repórter de um jornal local) tirou fotos da cena original do crime. Em seguida, o corpo do vigia foi levado pelos policiais e um funcionário do supermercado começou a lavar o chão onde estava o corpo ensangüentado. Só depois, a perícia técnica da Polícia Civil chegou ao local.

Segundo o delegado regional de Sobral, Manuel Rubani Pontes Filho, sem a gravação do circuito interno de TV do supermercado, a apuração teria sido bastante prejudicada pela interferência na cena do crime.

Em depoimento à Justiça, Araújo afirmou que o tiro foi acidental. O crime aconteceu depois que ele tentou entrar na loja, mas foi impedido pelo vigia. O gerente do supermercado, ao perceber que era uma "autoridade", permitiu sua entrada.

Antes disso, porém, Araújo voltou ao carro e, ao retornar à loja, partiu para cima do vigia, com a arma na mão, matando-o em seguida. Imagens externas do supermercado mostram duas mulheres (possivelmente a mulher e a filha do juiz).

Testemunhas que presenciaram o assassinato devem prestar depoimento na terça-feira ao desembargador que preside o inquérito judicial, Edmilson da Cruz Neves. Um deles é o comerciante Carlos Iramar Pessoa, 33, que aparece no vídeo bem atrás do juiz, pedindo para ele não atirar. Ele confirmou, ao delegado de Sobral, que Rodrigues não reagiu e pediu para não ser morto.

A arma do crime, um revólver calibre 38, só foi entregue à Justiça na tarde de anteontem pela família do juiz. Araújo continua preso no Comando do Corpo de Bombeiros, em Fortaleza, onde recebe atendimento médico por alterações na pressão arterial e uma possível depressão.

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