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07/03/2005 - 09h54

Em 2005, tráfico invade mais e mata 21 no Rio

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

Em pouco mais de dois meses, ao menos dez favelas do Rio foram atacadas ou sofreram tentativas de invasão por traficantes de comunidades em que a venda de drogas é dominada por grupos rivais. Os confrontos causaram a morte de pelo menos 21 pessoas, algumas delas sem nenhum envolvimento com o tráfico.

Esses números mostram um recrudescimento dos conflitos entre quadrilhas rivais. No mesmo período do ano passado, cinco favelas foram invadidas por grupos inimigos, com saldo de 17 mortes. Na época, os confrontos ficaram restritos a três pontos da cidade --Ilha do Governador e complexo da Maré, na zona norte, e Santa Cruz, na zona oeste.

Na maioria das favelas atacadas neste ano, o tráfico é dominado pela facção ADA (Amigo dos Amigos), que se fortaleceu nos últimos meses por ter passado a controlar a venda de drogas em antigos redutos do CV (Comando Vermelho), como a Rocinha e o Vidigal (na zona sul).

Gangues em expansão

O acirramento dos confrontos, segundo o setor de inteligência da polícia, teria ligação com uma tentativa do CV de recuperar redutos perdidos e do TCP (Terceiro Comando Puro) de expandir seus domínios depois da prisão ou da morte de vários chefes da facção, no ano passado.

Já a ADA atacou redutos que vem tentando controlar há tempos, como o morro da Mineira (Catumbi, na zona central) e a Baixa do Sapateiro (no complexo da Maré, na zona norte).

Só entre domingo e segunda-feira passados, ocorreram três invasões a morros no Rio. Os tiroteios deixaram dez mortos.

O último confronto aconteceu no início da noite de segunda, no morro do Vidigal. Informações do Serviço Reservado do 23º Batalhão da Polícia Militar (no Leblon) indicam que, em plena hora do rush, um grupo de traficantes do morro do Cerro Corá (Cosme Velho), ligados ao CV, invadiram o Vidigal e retomaram o controle das bocas-de-fumo da favela, que estavam com a facção da ADA desde dezembro.

A Polícia Militar tentou intervir no confronto e trocou tiros com os criminosos. Um policial e um morador da favela acabaram mortos. No dia seguinte, o corpo de outra vítima da guerra foi localizado no morro.

Horas antes, traficantes do morro da Serrinha (zona norte) invadiram o morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na mesma região. Houve tiroteio. Quatro supostos traficantes morreram.

A guerra entre as quadrilhas dos dois morros começou no início de janeiro, quando traficantes da favela de Acari (zona norte), vinculados ao TCP, assumiram o controle das bocas-de-fumo da Serrinha, que pertenciam à ADA.

Desde então, o TCP vem se articulando para tomar o Juramento. Moradores informaram que os traficantes da facção se refugiaram na mata que liga as duas favelas, onde já teriam montado um acampamento.

Nas favelas da Tijuca (na zona norte), que não registravam confrontos nos últimos meses, houve enfrentamentos no último domingo. Traficantes do morro do Borel, ligados ao CV, atacaram o morro da Casa Branca, da ADA.

Um morador morreu atingido por uma bala perdida. Já no morro do Quitungo cinco supostos traficantes foram mortos depois que a comunidade, base da ADA, foi invadida por homens do Comando Vermelho.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a facção ADA
  • Leia o que já foi publicado sobre a facção Comando Vermelho
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